Suas raízes podem ser encontradas junto com o Senhor Rudra – o predecessor de Shiva nos Vedas
Como os outros grandes deuses Hindus, Shiva, cujo nome significa “alguém auspicioso”, é adorado de muitas e muitas formas, bem como por muitos nomes.
Uma vez que o Hinduísmo se espalhou para o subcontinente indiano, as deidades locais e tradicionais foram assimilando e tomando vários aspectos deste Deva.
Algumas das formas de Shiva são:
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Uma das formas mais populares do Senhor Shiva, como o Supremo Yogi em profunda meditação no Senhor Supremo, Vishnu ou Krishna, é a que Ele se encontra meditando no monte Kailasha, Sua morada nesta Terra, que fica no alto do Himalaia.
Ele é representado como um Sadhu (homem santo) renunciado, coberto com uma tanga, com o cabelo enroscado e amarrado no alto da cabeça. Ele veste uma guirlanda de serpentes Najas, e o rio Ganga (Ganges), flui do alto do seu coque.
Por detrás d’Ele nós vemos Seu fiel companheiro, o búfalo Nandi.
As serpentes - tal como aparecem nos sítios arqueológicos nas Américas... - que sempre aparecem em volta dos braços, pernas, cabeça e como colares... nesses deuses simbolizam a Sabedoria...
Nataraja
A parte importante de Shiva na Trimurti é a destruição no mundo material após um ciclo de criação, Ele representa a visão cíclica do tempo conforme a visão do Hinduísmo.
É o Dançarino Cósmico – é o deus da criação e destruição, que sustenta através de sua dança, o ritmo interminável do Universo
A palavra sânscrita “nataraja” significa Rei (raja) do Dançarinos (nata). “o rei da dança”; e nesta forma diz respeito a dança da transformação ou da destruição, no fim de um ciclo, protagonizada pelo Senhor Shiva, fazendo, assim, o movimento eterno do universo.
Como sua dança, toda a criação se move de várias formas.
Quando a dança termina, o universo chega a um fim.
A dança de Shiva simboliza não apenas os ciclos cósmicos de criação e destruição, mas também o ritmo diário de nascimento e morte, visto no misticismo indiano como a base da existência.
Ao mesmo tempo Shiva nos lembra que as várias formas do Mundo são Maya – não fundamentais mas em permanente mudança, portanto, ilusórias... e, na medida que segue criando-as e dissolvendo-as no fluxo incessante de sua dança que é na verdade, a contínua criação-destruição do Universo, a morte equilibrando exatamente o nascimento, o aniquilamento como o fim de tudo aquilo que veio à existência – por isso as coisas são consideradas Maya ou ilusórias...
Na crença hindu, todas as vidas são parte de um grande processo rítmico de criação e destruição, de morte e renascimento e a dança de Shiva simboliza esse eterno ritmo de vida-morte que se desdobra em ciclos intermináveis.
Nas palavras de Ananda Coomaraswamy
em seu livro “The Dance of Shiva” – Nova York - 1969:
“Na noite de Brahman, a natureza acha-se inerte e não se pode dançar até que Shiva o determine:
ele se ergue dançando de Seu êxtase e, dançando, envia através da matéria inerte ondas vibratórias do som que desperta e, vede!, a matéria também dança, aparecendo como uma glória que circunda.
Dançando, Ele sustenta seus fenômenos multiformes.
Na plenitude do Tempo, dançando ainda, Ele destrói as formas e nomes pelo fogo e lhes concede novo repouso.
Isto é poesia e, contudo, também é ciência.”
Ele representa o eterno movimento do universo que foi impulsionado pelo ritmo do tambor e da dança. Apesar de seus movimentos serem dinâmicos, como mostram seus cabelos esvoaçantes, Shiva Nataraja permanece com seus olhos parados, olhando internamente, em atitude meditativa.
Ele não se envolve com a dança do universo pois sabe que ela não é permanente. Como um yogue, ele se fixa em sua própria natureza, seu ser interior, que é perene.
Em uma das mãos, Shiva Nataraja segura o Damaru,
DAMARU
O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo.
e representa o masculino e feminino da criação, juntos numa mesma peça;
com o qual marca o ritmo cósmico e o fluir do tempo.
Segundo a mitologia, enquanto Shiva tocar o damaru o universo continuará existindo.
O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo.
com o qual marca o ritmo cósmico e o fluir do tempo.
Segundo a mitologia, enquanto Shiva tocar o damaru o universo continuará existindo.
Na outra mão, traz uma chama, símbolo da transformação e da destruição de tudo que é ilusório.
As outras duas mãos, encontram-se em gestos específicos.
A direita, cuja palma está a mostra, representa um gesto de proteção e bênçãos - abhaya mudrá.
A esquerda representa a tromba de um elefante, aquele que destrói os obstáculos, o qual refere-se à força,
Siva dança sobre um anão, que representa a ignorância.
e a sua perna livre simboliza a liberação.
ao seu redor está uma roda de fogo, que representa o poder da renovação.
As chamas que o rodeiam, também, dizem respeito à energia pura, e o sagrado Mantra OM .
é o mais importante símbolo religioso do hinduísmo,
e significa o Espírito Cósmico.
No hinduísmo, o universo brota da sílaba OM.
É interessante comparar essa afirmação com a conhecido prólogo do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."
É com o som do Damaru que Shiva marca o ritmo do universo e o compasso de sua dança.
As vezes, ele deixa de tocar por um instante, para ajustar o som do tambor ou para achar um ritmo melhor e, então, todo o universo se desfaz e só reaparece quando a música recomeça.
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