domingo, 20 de fevereiro de 2011

Hinduismo - Dharma

"Quando as nações surgiram uma a uma sobre a terra,
cada qual recebeu de Deus uma palavra especial,
palavra com que dirigir-se ao mundo,
palavra singular que vem do Eterno e que cada uma deve pronunciar.

Ao passarmos os olhos pela história das nações,
podemos sentir ressoar da boca coletiva do povo esta palavra que,
expressa em atos,
constitui a contribuição de cada nação para uma humanidade ideal e perfeita.

Para o antigo Egito, tal palavra foi Religião;
para a Pérsia, Pureza;
para a Caldéia, Ciência;
para a Grécia, Beleza;
para Roma, Lei;
e para a Índia, o mais velho de Seus filhos,
 Ele concedeu uma palavra que a todas resumia,
a palavra Dharma.
Eis a palavra da índia para o mundo."
ANNIE BESANT - na Introdução de seu livro "DHARMA"


 
Dharma é um termo Sânscrito e significa   A Lei Sagrada; el Canon búdico.  

"Observem como as duas palavras, Dharma e Karma, podem ser tomadas uma pela outra. Elas nos proporcionam as chaves de que precisamos para desvendar o nosso problema. Que me seja permitido lhes dar em primeiro lugar uma definição apenas parcial do Dharma. Não posso, de uma só vez, apresentar uma definição completa. Apresentarei agora a primeira metade e tratarei da segunda quando chegar o momento oportuno. A primeira metade é a seguinte: "Dharma é a natureza interior que alcançou, em cada indivíduo, um certo grau de desenvolvimento e florescimento". É esta natureza interior que modela a vida exterior e se faz expressar por pensamentos, palavras e atos, natureza interior que nasce em um meio favorável ao seu posterior crescimento. A primeira idéia a ser apreendida é a de que o Dharma não é algo exterior, algo como a lei, a virtude, a religião, a justiça. E a lei da vida evolutiva, a que modela pela sua própria imagem tudo o que lhe é exterior."
(A. Besant:  Dharma).   

Dharma pode então ter vários significados
tais como Lei, religião, Justiça. Dever, Piedade, Virtude, Mérito, CondiçãoAtributo, Qualidade ou propriedade essencial, Doutrina, Credo, Código, Direito, Conhecimento, Sabedoria, Verdade, Prática, Bem, Obra Piedosa...

Dharma é também um dos nomes se Yana - o Deus da Justiça

(fonte - Glosário Teosófico H.P.B.)



Cada pessoa possui seu próprio Dharma pessoal
do mesmo modo que cada pessoa possui o seu Karma pessoal e intransferível...

Dharma pode ser definido como a “natureza interior de uma coisa num dado momento dá evolução, bem como a lei que governa o seu estágio  seguinte de desenvolvimento”.
  
Somente o nosso próprio Dharma pode nos conduzir à perfeição. 
 Meu Dharma é o estágio da evolução alcançado pela minha natureza, ao desenvolver aquela semente de vida divina que sou eu próprio, mais a lei da vida segundo a qual o estágio seguinte deverá ser vencido. 

Este diz respeito ao eu separado. Preciso saber em que estágio de crescimento me encontro, preciso conhecer a lei que me possibilitará crescer ainda mais; é então que passo a conhecer o meu Dharma, e é seguindo esse Dharma que me encaminho para a perfeição.

Eis porque se se refere ao Dharma como a uma lei, e às vezes como um dever, pois ambas as ideias têm por raiz comum o princípio de que o Dharma é a natureza interior num dado momento da evolução e a lei que rege o período seguinte de desenvolvimento.  
 
Dharma   significa   natureza   interior, sendo esta caracterizada pelo estágio presente da evolução mais a lei de crescimento para o estágio seguinte da evolução. 



O  Dharma dos seres primitivos humanos ou do animal superior, lhe é imposto. 
Não há escolha; a sua natureza interior, determinada pelo desenvolvimento do desejo, exige a satisfação. 

A lei do seu crescimento é a satisfação destes desejos. Desse modo, pois, o Dharma do primitivo é a satisfação de todos os desejos. E nele não encontramos nenhuma consciência do que é bem e mal, nem a mais vaga noção de que a satisfação dos desejos é proibida por alguma lei superior. 

Sem essa satisfação dos desejos, não poderia haver crescimento possível. Crescimento esse que deve preceder o despertar da razão e do juízo e o desenvolvimento das faculdades superiores da memória e da imaginação. Tudo isso se origina da satisfação dos desejos. 

A experiência é a lei da vida, a lei do crescimento. Sem acumular experiências de todos os tipos, ele não chegará a saber que vive num mundo submetido à Lei. 



Um segundo  estágio de evolução, o ser humano entende (ou começa entender) a diferença entre o Bem e o Mal - simbolizado em Gênesis  pela árvore e seus frutos... é a tomada de Consciência propriamente dito... tal com interpreta Dr. Jung...

A grande lei da evolução metódica que segue-se aos estágios iniciais é a lei das quatro fases sucessivas do desenvolvimento posterior do homem. Ela intervém após ter o indivíduo atingido um certo ponto, após ter passado pelo aprendizado mais elementar. 

Esses quatro Dharmas estão diretamente relacionados ao sistema de castas Hindú...

o 1° - é o da obediência e do servir
o 2° - é o de comando
o 3° - é o do guerreiro e da coragem
e o 4° - é o do ensino

"A alma deve ter assimilado todas as experiências inferiores antes que possa ensinar. Se ela não tiver passado por todos os estágios precedentes e não tiver alcançado a sabedoria através da obediência, da aplicação e da luta, como poderíamos chegar a ensinar? O indivíduo atingiu aquele estágio da evolução em que a expansão espontânea de sua natureza interior o impele a ensinar seus irmãos mais ignorantes. Estas qualidades não são artificiais. São qualidades inatas, que se manifestam onde quer que existam. Um Brahma não é um Brahma se o seu Dharma não o torna um mestre. Ele adquiriu conhecimentos e teve um nascimento propício para vir a ser mestre"....A.B.

Fontes:

Glosário Teosófico - H.P.B
Dharma - Annie Besant

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