segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Gandhi e o Cristianismo




... Gandhi amava Jesus; e os devotos hindus chegavam acusá-lo de ser secretamente cristão. O Mahatma considerava isso “ao mesmo tempo um libelo e um louvor: um libelo, porque há homens que me acreditavam capaz de ser secretamente seja lá o que for... um louvor, porque se trata de um reconhecimento, embora relutante, de minha capacidade de apreciar as belezas do cristianismo”.
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...Em 1942, quando eu era hóspede de sua casa, notei a única decoração que havia nas paredes de barro da sua pequena choupana: uma estampa em branco e preto de Jesus Cristo, sob a qual estava escrito: “Ele é a nossa paz”.
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Gandhi apresentava um problema  aos teólogos cristãos da Índia. Ele, hindu, era a pessoa mais semelhante a Cristo no mundo. “E, por conseguinte”, comentava o Dr., E.Stanley Jones, missionário norte-americano... na Índia..., “um dos homens mais parecidos com Cristo na história, não era de forma alguma cristão”. ..
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Na África do sul, por um momento, Gandhi pensara em tornar-se cristão. Mas houve perguntas que não encontraram respostas satisfatórias. “Por que motivo”, perguntava ele aos cristãos que procuravam converte-lo, “Deus teve apenas um filho?”... No hinduísmo, houve certo número de encarnações humanas do Todo-Poderoso. Por que razão posso ir para o céu e conseguir salvação exclusivamente por ser cristão? Era o céu reservado aos cristãos? Era Deus cristão?...”
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Gandhi poderia ter convertido muitos cristãos ao hinduísmo. A uma alusão de sua parte, Miss Slade e outros se teriam tornado hindus. Ele, entretanto, lhes disse apenas que tratassem de ser bons cristãos.

Por fim, Gandhi abraçou Cristo, mas repeliu o cristianismo. E definiu sua atitude, com maior clareza, na associação Cristã de Moços, em Colombo, no Ceilão, em 1927.

“Se naquela oportunidade eu tivesse de enfrentar somente o Sermão da Montanha e minha própria interpretação dele”, declarou Gandhi, “não hesitaria em dizer: Oh, sim sou cristão... Mas, negativamente, posso dizer-vos que muita coisa que passa por cristianismo é uma negação do Sermão da Montanha.”
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“Paulo”, disse ele,”não era judeu, era grego, tinha espírito inclinado para a eloqüência e para a dialética, e distorceu Jesus. Jesus possuía uma grande força, a força do amor, mas o cristianismo se desfigurou quando foi para o Ocidente. Torno-se uma religião de reis.”



Fonte - livro Gandhi  de L.Fisher 

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