sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Experiências ESP feitas por Rhine

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do Livro O Novo Mundo do Espírito de J.B.Rhine

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Na experiência que PRATT e eu conduzimos com PEARCE em agosto e setembro de 1933, tínhamos por objetivo estabelecer condições inteiramente convenientes para a exclusão de quaisquer fatores capazes de acarretar acertos fora do acaso, exceto ESP PRATT manipulava o baralho em um edifício (atualmente o de Ciências Sociais nos terrenos de esportes de Duke) enquanto PEARCE estava localizado em um cubículo de leitura do outro lado do quadrângulo, situado por trás das estantes no fundo da Biblioteca da Universidade de Duke. 

Desse modo, encontrava-se a uma distância aproximada de 90 metros do baralho.

No início de cada sessão, antes de PEARCE seguir para o cubículo, sincronizava o relógio com o de PRATT. Depois da partida dele, PRATT baralhava as cartas e colocava o baralho no canto esquerdo da mesa. 

Ao tempo combinado para começar, PRATT retirava a carta de cima do baralho e, sem olhá-la, colocava-a virada para baixo sobre um livro no meio da mesa e aí a deixava durante um minuto. 

Em seguida segurava a carta, conservando-a ainda virada para baixo e colocava-a ao lado direito da mesa, tomando logo em seguida a carta seguinte para colocar sobre o livro. Assim continuava até transferir todas as cartas para o outro lado. 

Gastavam-se, portanto, vinte e cinco minutos para cada série de vinte e cinco experiências. Depois PRATT registrava a ordem das cartas em duplicata e, para maior garantia, antes de encontrar-se com PEARCE, fechava um exemplar em um envelope que me entregava.

Nesse ínterim, no cubículo do outro edifício, PEARCE registrava em uma folha de papel durante cada minuto o símbolo que julgava ser o da carta que PRATT pusera em posição na ocasião. 

Ao fim da série, também ele fazia uma cópia do registro dos vinte e cinco palpites e fechava um exemplar em um envelope para o meu registro, antes de confronto com a cópia de PRATT. 

Desta maneira, eu ficava em condições de proceder a uma verificação independente por meio das minhas cópias e os dois operadores juntos procediam à respectiva verificação quanto ao número de acertos obtidos. Assim evitava-se qualquer dúvida quanto à boa fé de qualquer dos três operadores.

Fazia-se por dia duas séries do baralho inteiro e o número total consistia em 12 séries ou 300 experiências. 

O número de acertos esperados numa teoria de puro acaso era de 20 por cento de 300 ou 60 acertos. PEARCE conseguiu um total de 119 acertos ou o dobro menos um do número que seria de se esperar do acaso. 

O número médio de acertos por série foi de 9,9 por 25 ou 39,7 por cento do número total de experiências feitas. 

Um número de acertos tão grande como este de 119 em 300 experiências somente se poderia esperar que ocorresse por acaso em cerca de um quatrilhão de tais experiências; ficamos, portanto, sabendo que qualquer pessoa de bom senso, sem maior discussão estaria de acordo conosco em afastar a explicação do acaso.

Não existem processos sensoriais conhecidos que se pudesse supor atuassem nessas condições. Tipo algum de inferência racional se aplicaria a um caso desta espécie. 

O exame da ordem em que as cartas se sucediam não revelava qualquer retorno do tipo do símbolo, em que PEARCE poderia ter caído por acidente ou por ter encontrado tal tipo em séries anteriores. 

Em conseqüência, vimo-nos forçados a decidir que, fosse o que fosse a clarividência ou a percepção extra-sensorial de objetos, estávamos na presença de um fato dessa ordem. Tinha-se chegado a resultados sob o mais rigoroso controle.

Sem dúvida, as conclusões acima tinham certas limitações bem definidas; naturalmente, a demonstração experimental de PEARCE não estabelecia tudo quanto pode ocorrer em casos espontâneos. 

Não explicava o que é a clarividência, nem mesmo como produz semelhante resultado. 

Esta experiência coroada de êxito foi um primeiro passo necessário, mas somente o primeiro passo. 

Tínhamos achado simplesmente que é possível demonstrar a percepção clarividente sob condições experimentais bem controladas. 

Questão diferente era como se realizou, como se repetiria à experiência, quantas pessoas a fariam, ou com que perfeição o sujeito médio a faria, etc. 

Mostrou-se que a clarividência ocorria nessa ocasião, com este sujeito e com este experimentador e esta situação; esta a conclusão segura que era possível tirar da experiência realizada; a experiência mantinha-se por si mesma, deixando as outras questões para outras pesquisas."

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