segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Gandhi – A marcha do Sal



“A não-violência é o artigo número um de minha fé
- e é também 
o último artigo de meu credo.”


A Índia estava turbulenta sonhando em se libertar da possessão inglesa, e Gandhi lidera um movimento de desobediência civil.

No início de 1930, antes de pôr em prática seu plano, escreve uma carta ao vice-rei inglês Irwin nos seguintes termos:

“Caro amigo.
Antes de dar início à desobediência civil,... gostaria de me aproximar de vós para encontrar uma saída... Embora, portanto eu considere que o governo britânico seja uma maldição, não pretendo lesar um único inglês... E qual o motivo por que considero o governo britânico uma maldição? Ele empobreceu milhões de criaturas, através de uma exploração progressiva... Reduziu-nos, politicamente à servidão. Minou os fundamentos de nossa cultura...

... O imposto que incide até sobre o sal que ele, camponês, tem de usar, para viver, é tão alto, que faz o fardo pesar ainda mais sobre os ombros...

Nada, a não ser a não-violência organizada, pode conter a violência organizada do governo britânico... Essa não-violência será concretizada na desobediência civil...”

Gandhi termina a carta convidando o vice-rei para negociações, e caso as negociações não sejam realizadas avisa que:
“... no décimo primeiro dia desse mês tomarei a iniciativa ... de desrespeitar as determinações das leis do sal... Cabe a vós frustrar meu desígnio, pelo recurso de me prender...”

Lorde Irwin não respondeu à carta, e em 12 de março de 1930, Gandhi com 61 anos, sai em companhia de 80 homens rumo ao sul, em direção ao mar.

Caminharam por 24 dias 360 km, por estradas sujas e tortuosas, de aldeia em aldeia. Os camponeses aspergiam água nas estradas e espalhavam folhas para diminuir o pó, e todos os povoados na rota da marcha se enfeitavam com a bandeira da Índia.

Geralmente, os habitantes de uma aldeia acompanhavam a Marcha até a aldeia seguinte, e, de todas as partes da Índia convergiam moços e moças engrossando a coluna que marchava.

Em 5 de Abril, o pequeno grupo inicial havia se transformado em um exército da não-violência, composto por milhares de pessoas. Passaram a noite rezando e ao amanhecer acompanharam Gandhi ao mar.

Ele entrou na água, voltou à praia e ali apanhou um pouco de sal deixado pelas ondas, e assim infringiu a lei britânica que declarava ser crime passível de punição a posse pessoal de sal não adquirido do monopólio governamental.




Depois de ter mobilizado a atenção de toda Índia, e haver percorrido uma extensa área rural, e de haver apanhado um punhado de sal em desafio público ao governo inglês, retiro-se, e como um comando silencioso, ao longo de toda costa indiana os camponeses entravam na água com panelas e de lá retiravam o sal. A polícia procedeu prisões em massa, o vice-rei encheu as prisões com 60.000 “criminosos políticos”, e o povo indiano permaneceu em estado de não-violência, recolhendo o sal, a despeito dos espancamentos e prisões.

Em 4 de maio Gandhi foi preso por violar a Lei do Sal, e de todo mundo um dilúvio de telegramas pediam a soltura de Gandhi...

O vice-rei com seu prestígio e com sua administração paralisada, concorda negociar, e em 17 de fevereiro de 1931, acontece a primeira reunião com Gandhi, depois de muitas reuniões Irwin e Gandhi assinam em 5 de março um pacto – a desobediência civil seria suspensa, os encarcerados postos em liberdade, e o preparo do sal permitido.

Texto baseado no livro “Gandhi’ de Louis Fischer.

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