do livro - O Novo Mundo do Espirito - de J.B. Rhine
...Citaremos, para fins de esclarecimento, exemplos de experiências psi espontâneas, típicas, que fizeram surgir às indagações às quais as pesquisas procuram responder.
Para muitas pessoas o tipo mais comum de experiência psíquica é aquele em que o indivíduo ao qual ela ocorre parece saber o que se está passando, perceber algum acontecimento objetivo real, mas quando se encontra muito afastado da cena em que se passa, não podendo, portanto, basear-se em qualquer dos sentidos conhecidos.
As experiências dessa percepção extra-sensorial (ESP) de acontecimentos objetivos, comumente denominada clarividência, tomam muitas formas.
Uma das mais comuns é a impressão, intuição ou coerção para agir.
Um velho amigo, diretor de uma firma, disse-me que uma vez a progenitora tinha ido fazer uma excursão de fim de semana a alguns quilômetros de distância, deixando em casa o marido ligeiramente indisposto. De repente sentiu forte impulso de voltar para casa, muito embora não pudesse dar qualquer explicação racional, sendo além disso a hora (tarde da noite) extraordinária e inoportuna. Tinha somente um sentimento geral de que havia algo de anormal em casa. Quando lá chegou, verificou que a casa se incendiara devido a umas fagulhas da lareira. O marido estava dormindo no primeiro andar inteiramente despercebido do perigo.
Por vezes, especialmente em sonhos, vê-se a cena com clareza quase fotográfica.
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma mulher de Filadélfia viu em sonho o navio Oregon atacado por um navio de guerra, ao largo de Nantucket, e o filho, que era imediato daquele, agarrado a uma jangada com mais alguns.
Acordou a família com os gritos que deu.
Os jornais do dia seguinte confirmaram o quadro muito aproximadamente conforme havia visto.
O filho estava entre os sobreviventes.
Nem sempre, porém, ao despertar o indivíduo tem visão consciente tão clara da cena.
Contudo, uma dessas pessoas raras foi o distinto sueco, Emanuel SWEDENBORG, que contemplou e relatou o desenrolar de um incêndio desastroso a muitos quilômetros de distância de Estocolmo, quando estava em Gottenborg, em 1759.
Em outra ocasião, jantando com o dono de uma fábrica, SWEDENBORG avisou-lhe que se havia manifestado um incêndio no estabelecimento. Verificou-se que o aviso fora acertado e a tempo.
Até mesmo crianças experimentam vívidos lampejos de clarividência. Durante a Primeira Guerra Mundial, uma criança de três anos e meio deixou de repente de brincar, a 7 de novembro de 1918, procedendo como se estivesse machucada e exclamou: "Meu pai está sufocado. Caiu num buraco e não pode ver".
Quando o pai voltou da França verificou-se que exatamente naquela hora tinha ficado sufocado por gases em uma adega e, em conseqüência, perdera a visão durante três semanas.
Estes e muitos outros casos semelhantes registrados sugerem claramente (não digo "provam"!) que algumas pessoas têm em certas ocasiões conhecimento perceptivo que os faz agir ou então uma emoção apropriada - sem que percebam, muitas vezes, a significação completa do acontecimento na ocasião.
Contudo, somente poucos indivíduos referem tais experiências. Tais fatos não se dão com a maioria das pessoas.
Entre os que os experimentam, alguns têm um caso único durante a vida inteira, enquanto outros podem citar muitos.
Todas essas experiências, contudo, são espontâneas, não se submetendo ao controle do indivíduo. É mais provável que se introduzam na pessoa quando desprevenida, como em sonhos, ou quando, se acordada, não está concentrando fortemente os pensamentos.
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