tag:blogger.com,1999:blog-2711414078511074512024-03-05T12:28:59.814-03:00Barca para AvalonEssa Barca simboliza o veículo dos Buscadores da Luz e da Sabedoria, através do estudo, evolução mental-espiritual, reformas íntimas, que requerem trabalho e esforço.
Avalon, esse reino perfeito de amor e beleza, continua sendo a busca constante de todo o ser humano que, apesar de todas as desilusões, ainda tem a esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver.
Bençãos a todos que entrarem nesta sagrada Barca!Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.comBlogger168125tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-70485997865774757142013-10-20T09:33:00.001-02:002013-10-20T09:47:20.204-02:00A pedagogia da escravidão nos Sermões do Padre Antonio Vieirapor <span class="fbPhotoCaptionText">Amarilio Ferreira Jr. e Marisa Bittar</span><br />
<br />
<span class="fbPhotoCaptionText">na íntegra em pdf clicar <a href="https://docs.google.com/file/d/0B31uO2odlV2vN0hvUEhnaW0ySWM/edit?usp=drive_web" target="_blank">aqui </a></span><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoM1Hbh7NtzIs0cxer5JnYxRGxbr_9_-gIBPnk6I5GO9KTz2yAPsDakFxXpG9uEXSkICdPVDAViFlBs-lNvjjpxRGZ9VexE9WcEwEzPs-LVVX_bZaY79bGAjYVmjBauk_vRp4bA15_u8cN/s1600/vieira+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoM1Hbh7NtzIs0cxer5JnYxRGxbr_9_-gIBPnk6I5GO9KTz2yAPsDakFxXpG9uEXSkICdPVDAViFlBs-lNvjjpxRGZ9VexE9WcEwEzPs-LVVX_bZaY79bGAjYVmjBauk_vRp4bA15_u8cN/s400/vieira+1.jpg" width="400" /></a></div>
<span class="fbPhotoCaptionText"><span class="fbPhotoCaptionText"> </span></span><span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"> </span></span><br />
<br />
<br />
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption">...Diante da brutalidade desse regime social, o padre Antonio Viera não permaneceu insensível à dimensão do infortúnio, embora, contraditoriamente, buscasse justificá-lo.4<br /> <span class="text_exposed_show"><br /> Eis, por exemplo, a alegoria que construiu para explicar o papel que o negro deveria desempenhar no âmbito do engenho: </span></span></span><br />
<br />
<center>
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show">
<b><i>[...] não se pudéra, nem melhor nem mais altamente, descrever que coisa é ser escravo em um engenho do Brasil. Não ha trabalho, nem genero de vida no mundo mais parecido á Cruz e Paixão de Christo,que o vosso em um d’estes engenhos (Vieira, 1945a, v. XI, p. 309).</i></b> </span></span></span></center>
<br />
Para ele, em termos de sofrimento, o engenho era a cruz e o negro a própria imitação do Cristo mortificado que redimiu a humanidade do pecado original. <br />
<br />
Mas, para Alfredo Bosi (1992, p. 148), <br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“a moral da</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>cruz-para-os-outros [sic] é uma arma reacionária</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>que, através dos séculos, tem legitimado</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>a espoliação do trabalho humano em</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>benefício de uma ordem cruenta”. </b></i></div>
<br />
Além disso, no mundo real das relações de produção, o escravo do Brasil Colonial era apenas a engrenagem principal da máquina mercantilista que alimentou historicamente a acumulação primitiva do capital necessário à Revolução Industrial do século 19. <br />
<br />
Nesse contexto, a ação missionária dos padres jesuítas em relação aos escravos<br />
desafricanizados desempenhava a função de conformação cultural da superestrutura societária colonial. <br />
<br />
A propósito, eis como Serafim Leite (1938, t. II, p. 358) descreve o sentido da práxis evangelizadora dos inacianos dirigida aos escravos:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] a assistência dos Padres aos negros tinha, sob o aspecto de pacificação, importância capital: tornava-se útil para os negros, porque os instruía, ajudava e consolava; útil aos moradores, porque, andando os negros tranqüilos, a vida no Brasil seguia em paz; útil para o Estado (ou como então se dizia, para a fazenda real), porque na paz prosperava a agricultura e a indústria açucareira, criava-se fonte de riqueza e, com ela, fontes de rendimentos públicos. Não menor era o impacto moral. [...] Os escravos, em contacto com os Jesuítas, não fugiam para os mocambos [quilombos], não furtavam, não se amancebavam, não se embriagavam, e diziam que, se procediam assim, é porque se confessavam com os Jesuítas.</b></i></div>
<br />
É nessa perspectiva que os Sermões do Rosário revestem-se de sentido pedagógico, ou seja, a pregação de Vieira aos “pretos da Ethyopia” propugnava impor-lhes a concepção de mundo fundada na aceitação da escravidão. Com esse intento, pronunciou-se no XX “Sermão do Rosário”, em que aborda os três elementos de distinção dos senhores em relação aos escravos:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
“nome, côr e fortuna”. Os seus argumentos</div>
<div style="text-align: center;">
retóricos aqui revelam claramente</div>
<div style="text-align: center;">
a arte do convencimento. </div>
<br />
Todas as idéias estão habilmente encadeadas para demonstrar a similitude entre a condição dos escravos e a de Jesus: a sua origem escrava, a pobreza, o sofrimento e, ainda mais, o pioneirismo na divulgação do cristianismo pelos “pretos”. <br />
<br />
Sustentando que em nenhum dos três quesitos (nome, cor e fortuna) havia superioridade dos brancos, começa evocando a origem escrava de Jesus lembra que Maria, ao saber que seria a mãe do Filho de Deus, dissera: <i><b>“Eis aqui a escrava do Senhor”</b></i> e <i><b>“antes de ser mãe se chamou escrava”</b></i>, portanto, Jesus, ao nascer, <i><b>“enquanto Filho de seu Pai, é Senhor dos homens; mas enquanto Filho de sua Mãe, quis a mesma Mãe, que fôsse tambem escravo dos mesmos homens”</b></i>, posto que o parto, <i><b>“segundo as leis, não segue a condição do pai, senão da mãe”. </b></i><br />
<br />
Mais adiante, enaltecendo a condição de Maria, afirma que<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“Deus não poz os olhos na majestade e grandeza das senhoras, senão na humildade e baixeza da escrava” </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948a, v. XII, p. 91-93 e 97). </b></i></div>
<br />
Ainda nesse mesmo Sermão, enfatiza que: “quando os Apostólos repartiram<br />
entre si o mundo, coube a S. Matheus a Ethiopia; mas quando lá chegou” o Evangelho já tinha sido divulgado “pelo primeiro Apostolo da sua patria [São Filippe], da mesma nação, da mesma lingua, e da mesma côr que os outros Ethiopes”, o que comprovaria a “antecipada diligencia com que os pretos se adiantaram a pregar a fé e veneração de Christo” (Vieira, 1948a, v. XII,<br />
p. 107). <br />
<br />
Logo em seguida, indaga da religião dos próprios portugueses naqueles tempos<br />
bíblicos para responder:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>O que se acha em pedras e inscripções antigas é que dedicaram templo a Octaviano Augusto, templo a Trajano, e a todos os deuses [...]. </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>E quando os portuguezes, sem se lhes fazerem as faces vermelhas na sua brancura, reconheciam divindade n’estes monstros da ambição e de todos os vícios, os pretos nos seus altares adoravam o verdadeiro Filho de Deus e a verdadeira mãe do mesmo Filho.</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948a, v. XII, p. 108).</b></i></div>
<br />
Depois, ao abordar o terceiro elemento, diz:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] só resta a ultima razão, ou sem razão,</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>porque os senhores desprezam os escravos,</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>que é a vileza e miseria da sua fortuna.</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Oh fortuna! [...] Virá tempo, e não tardará</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>muito, em que esta roda dê volta, e</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>então se verá, qual é melhor fortuna, se a</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>vil e desprezada dos escravos ou a nobre e</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>honrada dos senhores </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948a, v. XII, p. 113).</b></i></div>
<br />
Prosseguindo, buscou assemelhar a “fortuna” do negro à de Lázaro estabelecendo comparações históricas:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“Digam-me os ricos quem foi êste rico </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>e os pobres quem foi êste Lázaro? </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>O rico foi o que são hoje os que se chamam senhores, </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>e Lázaro foi o que são hoje os pobres escravos” </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948, v. XII, p. 114).</b></i></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCe8GCnirT5PWMaf_bUfkZzl9xmAswIvP8ndauqxnpVwdv9MrLRuQ0tnWePoAH8-m3b3Gm34Z_iUn8FTlO2QVUZUwB23ul80FeOXoOad9JGZB16i-PgpjSFWgX6kuzH_uh-EEK4lVxX2o2/s1600/vieira+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCe8GCnirT5PWMaf_bUfkZzl9xmAswIvP8ndauqxnpVwdv9MrLRuQ0tnWePoAH8-m3b3Gm34Z_iUn8FTlO2QVUZUwB23ul80FeOXoOad9JGZB16i-PgpjSFWgX6kuzH_uh-EEK4lVxX2o2/s400/vieira+2.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Mas, condenando as tiranias, lastimando a situação triste dos oprimidos, quando assim os consolava da desigualdade de sua condição, o fim do orador era incutir-lhes conformidade, tal como analisou J. Lúcio Azevedo (1931, t. 2, p. 285):<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b><br /></b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>"Nem êle podia condenar a escravidão. </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>A isso o forçava a coerência, desde que sempre advogara se trouxessem escravos de África, para libertar os índios do obrigatório serviço. </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>O Brasil tem o corpo na América e a alma na África, escrevera ele [...] Sem negros não haveria trabalho: era o argumento</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>da necessidade. O de que por êsse meio se salvavam tantas almas ignorantes de Deus escondia-lhe o horror do acto injusto. O mesmo raciocínio podia convir aos índios, mas êsse não o admitia."</b></i></div>
<br />
Mas observemos outros elementos da aculturação nos seus Sermões:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“a gente</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>preta tirada das brenhas da sua Ethyopia,</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>e passada ao Brazil, conhecera bem quanto</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>deve a Deus [...], por este que pode parecer</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>desterro, captiveiro, e desgraça, e não é</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>senão um milagre, e grande milagre!”</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1945a, v. XI, p. 305). </b></i></div>
<br />
Já o XXVII Sermão nos põe em contato com uma retórica tocante sobre as duas partes do homem – corpo e alma – cuja finalidade era mostrar que só era escrava uma delas:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“Sois</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>captivos n’aquella metade exterior e mais</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>vil de vós mesmos, que é o corpo; porém</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>na outra metade interior e notabilissima que</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>é a alma [...], não sois captivos, mas livres”.</b></i></div>
<br />
Mas a liberdade, como se depreende de suas palavras, deveria tomar um único caminho: o da conversão. Advertindo para o perigo de se “vender a alma ao demonio”, professava que a alma não convertida consistia em pior cativeiro que o do corpo, <br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“e d’este captiveiro tão difficultoso, e tão</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>temoroso e tão immenso é que eu vos</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>prometto a carta de alforria pela devoção</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>do Rosario da Mãe do mesmo Deus”</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948b, v. XII, p. 340-341 e 350).</b></i></div>
<br />
<br />
Livres do maior e mais pesado cativeiro, que era o das almas, ainda permaneceriam escravos do corpo. Mas, nesse ponto, deparamo-nos com a argumentação mais impressionante tendente ao conformismo.<br />
<br />
Admitindo ser “triste e miserável servir sem esperança de premio em toda a vida, e trabalhar sem esperança de descanço, senão na sepultura” afirma que nisto residia o “bom remedio” pregado pelo Apóstolo Paulo:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“O remedio é que quando servis a vossos</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>senhores, não os sirvaes como quem serve a</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>homens, senão como quem serve a Deus [...]</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>porque Deus vos ha-de pagar o vosso trabalho”</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948b, v. XII, p. 358). </b></i></div>
<br />
Mais adiante, evoca Pedro, que depois de falar com os cristãos em geral:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] se dilata mais com os escravos e os anima</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>a supportarem a sua fortuna com toda a</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>magestade de razões. [...] e logo ajunta as</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>razões dignas de se darem aos mais nobres</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>e generosos espiritos. Primeira: porque a</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>gloria da paciencia é padecer sem culpa</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] Segunda: porque essa é a graça com</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>que os homens se fazem mais aceitos a Deus</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...]. Terceira, e verdadeiramente estupenda:</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>porque n’esse estado em que Deus vos</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>poz, é a vossa vocação similhante á de seu</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Filho, o qual padeceu por nós, deixandovos</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>o exemplo, que haveis de imitar. [...]</b></i></div>
<br />
<br />
Não compara a vocação dos escravos a outro grau, ou estado da Igreja, senão ao mesmo Christo. Mais ainda. Não pára aqui o Apostolo; mas acrescenta outra nova e maior prerrogativa dos escravos, declarando por quem padeceu Christo<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] A Paixão de</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Christo teve dois fins: o remedio e o exemplo.</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>O remedio foi univesal para todos nós,</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>mas o exemplo não resta duvida S. Pedro</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>afirmar que foi particularmente para os escravos</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] e porque? Porque nenhum estado</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>há entre todos mais apparelhado no que</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>naturalmente padece, para imitar a</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>paciencia de Christo e seguir as pisadas de seu exemplo </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948b, v. XII, p. 359- 360).</b></i></div>
<br />
Conclui afirmando que os escravos não deveriam trabalhar de má vontade pois se nessa vida eles serviam aos senhores, acaso não seria uma mudança notável se na outra vida os senhores lhes servissem? Não, responde ele próprio. Isto seria muito pouco porque:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>[...] esta grande mudança de fortuna que</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>digo não há-de ser entre vós e elles, senão</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>entre vós e Deus. Os que vos hão-de servir</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>no céo não hão-de ser vossos senhores que</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>muito pode ser que não vão lá: mas quem</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>vos há-de servir no céo é o mesmo Deus em</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Pessoa. Deus é que vos ha-de servir no céo,</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>porque vós o serviste na terra </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>(Vieira, 1948b, v. XII, p. 362).</b></i></div>
<br />
Com essa prédica, estaria trocada a fortuna dos escravos: cá servindo aos homens, e lá sendo servidos por Deus. Por essa razão, deveriam trocar o fim de seu trabalho,<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“fazendo-o de forçoso a voluntario, </b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>e servindo a vossos senhores como a Christo”</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
(Vieira, 1948b, v. XII, p. 365-366). </div>
<br />
Difícil encontrar justificativa tão conformista sobre a escravidão no Brasil! Mas notemos também que Vieira escolhe sutilmente as palavras e a ocasião para atingir os colonos escravistas quando assevera que não serão os senhores que servirão os escravos no céu porque “muito pode ser que não vão lá”. <br />
<br />
Cabe-nos indagar, porém, sobre o efeito desta possibilidade transcendental na<br />
soberba e na irracionalidade dos senhores.<br />
Temeriam eles tal “ameaça”? Trocariam a sua condição de mando aqui na sociedade humana pela hipótese de ganhar o paraíso celestial? A resposta, a História já nos deu.<br />
<br />
Por isso, constatamos que o pensamento de Vieira (1945c, v. III, p.
14) apresenta aspectos contraditórios. No que diz respeito à escravidão
indígena, o pregador admoestava a aristocracia agrária do Maranhão:
<i><b>
"deixeis ir livres os que tendes captivos”</b></i>. Mas, em relação aos negros cativos, como vimos, o pregador jesuíta procurava justificá-la comparando-a ao sofrimento de Jesus.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_IHKU-a3LNDhDxoeSNiuBx3OWAYTL-7DgJUHW-P9wAU_UswEX8vquStg2DRo3so3gQB-fbaHtipNkuaBhTV8HxIHJmQ3XBVTOWQ3BNaJ1RJZtyePKuKjeXxTFoRJyjCSDbfw-8C9vB0Fb/s1600/PadreVieira+-+serm%C3%A3o+escrevos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_IHKU-a3LNDhDxoeSNiuBx3OWAYTL-7DgJUHW-P9wAU_UswEX8vquStg2DRo3so3gQB-fbaHtipNkuaBhTV8HxIHJmQ3XBVTOWQ3BNaJ1RJZtyePKuKjeXxTFoRJyjCSDbfw-8C9vB0Fb/s1600/PadreVieira+-+serm%C3%A3o+escrevos.jpg" /></a> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption">...<br /> <br />
Mas, Vieira insiste, essas palavras não são suas. Tudo o que ele diz
vem da autoridade máxima, da Bíblia, e ele cita a profecia, continuação
do sermão, de que “Virá tempo, diz David, em que os Ethyopes (que sois
vós) deixada a gentilidade e a idolatria, se hão-de ajoelhar diante do
verdadeiro Deus” e “não baterão as palmas como costumam, mas fazendo
oração, levantarão as mãos ao mesmo Deus”<span class="text_exposed_show">
(303). Neste momento, como já havia feito no “Sermão pelo bom sucesso
das armas de Portugal contra as de Hollanda,” Vieira dá aos seus
compatriotas portugueses o lugar lugar mais importante nos desígnios de
Deus, dizendo que as duas profecias:</span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show"><br /> </span></span></span><span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show"> <i><b>"Cumpriram-se
especialmente depois que os portuguezes </b></i></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show"><i><b>conquistaram a Ethyopia
occidental, e estão se cumprindo hoje mais e melhor que em nenhuma outra
parte do mundo n’esta da America, aonde trazidos os mesmos Ethyopes em
tão innumeravel numero, todos com os joelhos em terra, e com as mãos
levantadas ao céo, crêem, confessam, e adoram no Rosario da da Senhora
todos os mysterios da Encarnação, Morte e Resurreição do Creador e
Redemptor do mundo…" (303).</b></i></span></span></span></div>
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show"></span></span></span><span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45,"tn":"*G"}" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show"> <br /> Então, neste argumento, o que
os portugueses fizeram não só já estava previsto na Bíblia, mas também
participava de uma necessária melhoria especialmente para os negros. Que
importava se, durante a travessia do Atlântico muitos haviam morrido de
fome, de doenças contagiosas, de torturas infligidas pelos marinheiros
portugueses? <br /> <br /> Que diferença fazia, para o grande plano
cristão, que muitos morriam de tristeza assim que chegavam ao Brasil?
Quem deveria se preocupar se para muitos dos presentes a este sermão a
vida de escravo era um constante martírio, tanto físico como espiritual?
Estes negros que aqui estavam, Vieira repete, deviam lembrar-se
sempre que a própria mãe de Jesus Cristo os havia escolhido
especialmente por filhos, e que isso que <i><b>“pode parecer desterro,
captiveiro, e desgraça... não é senão milagre, e grande milagre” (305). </b></i><br /> <br />
A argumentação do sermão, deste ponto em diante da parte VI, envereda
por caminhos ainda mais bíblicos, tentando explicar a arbitrariedade
divina, a preferência dos pais divinos por um filho e não o outro. Esaú e
Jacó são trazidos à cena, explicando que um é amado, porque é amável, e
o outro não é amado, porque não é amável. O ponto aqui é claro: é
possível para um pai amar a um filho mais que ao outro, por nenhuma
razão aparente. Esta retórica serviria para calar aqueles que talvez
quisessem refutar este amor de Deus em face dos tratamentos bárbaros que
os donos cristãos destes mesmos escravos lhes infligiam. <br /> <br />
Por fim, Vieira repete que os escravos devem sentir-se privilegiados
por terem sido escolhidos para serem cristãos. Infelizes são aqueles que
permanecem na África, adorando seus falsos deuses, longe do
cristianismo, sem a possibilidade da salvação.<br /> <br /> Mas, como
Vieira rapidamente esclarece, ser cristão exige certos sacrifícios. Já
que, como ele havia explicado, o terem sido trazidos da África não foi
sacrifício, mas uma grande honra, os negros não devem usar seus
trabalhos como desculpa para não seguirem suas obrigações de cristãos e
de devotos de Nossa Senhora. <br /> <br /> É interessante, neste
momento, como Vieira mostra estar consciente do dia a dia dos escravos,
porque ele descreve detalhadamente seus trabalhos nas caldeiras do
engenho e nos cômodos das casas. Embora o fim último seja para
descartar o trabalho como insuficiente razão para não rezar o rosário
várias vezes por dia, Vieira usa a oportunidade para dizer aos donos que
eles também eram responsáveis pela devoção de seus escravos. <br /> <br />
O que não deixa de soar incrível, para um leitor de nosso tempo, é que
Vieira presenciou, em pessoa, o trabalho dos escravos. Ele viu e
testemunhou seu sofrimento em primeira mão. Mas tudo isso ainda não lhe
pareceu suficiente sequer para explicar ou justificar ou perdoar a um
escravo que não cumprisse suas obrigações “de cristão” como se ele
tivesse tempo e lazer para fazer suas orações várias vezes ao dia. <br /> <br />
Isso se confirma no mesmo parágrafo onde, talvez pra evitar que os
donos dos escravos pensassem que ele os estava censurando, Vieira volta
às citações bíblicas para esclarecer que os negros eram, “filiis Coré” —
filhos do Calvário. <br /> <br /> Esta parte da gênese dos negros, que
já havia sido explicada no início do sermão, agora vai ser expandida
dessa maneira: “id est, imitatoribus in loco Calvariae crucifixi”
(309). Vieira expande: <i><b>“Não ha trabalho, nem genero de vida no mundo
mais parecido á Cruz e Paixão de Christo, que o vosso em um d’estes
engenhos” (309)</b></i>. E, se por acaso alguém pensar em usar esta situação
como alavanca para conseguir um melhor tratamento, Vieira arremata: <br /> <br />
<i><b>“Bemaventurados vós se soubereis conhecer a fortuna do vosso estado, e
com a conformidade e imitação de tão alta e divina similhança aproveitar
e santificar o trabalho!” (309).</b></i><br /> <br /> Parece-me óbvio que a
intenção de Vieira, com esta última parte do parágrafo, torna-se não só
clara mas documentada. Como imitadores do crucificado no Calvário, aos
negros só lhes resta o papel de crucificados, torturados, vítimas
inocentes, e silenciosas. <br /> <br /> Aliás, seguindo o fio do
pensamento de Vieira, o papel de crucificados não lhes deveria ser
pesado, nem difícil, nem doloroso, mas deveriam ser felizes e
agradecidos aos donos que lhes propiciavam tal ventura e possibilidade
de alcançar a vida eterna.[14]<br /> <br /> Que influência o
conhecimento da existência dos quilombos que estavam começando a se
formar na zona açucareira teria nos escravos deste engenho onde o sermão
foi primeiramente proferido? <br /> <br /> Vieira, como homem branco, e
especialmente como homem branco da mesma classe social de onde vinham
os senhores de engenho, certamente sabia da existência dos fugitivos e
quilombolas. <br /> <br /> Ele, como pregador, sabia muito bem do poder
da palavra, e não podia arriscar que os escravos fossem “seduzidos”
pela promessa de liberdade, ou de uma vida melhor nos quilombos, se
acaso notícia da sua existência chegasse até os engenhos. <br /> <br />
Seu sermão dizia aos negros que eles só tinham uma opção de felicidade e
de vida eterna, e esta era de cumprir seu papel de filhos de Coré —
filhos do Calvário, imitadores de Cristo na hora da sua tortura e da sua
morte. <br /> <br /> A doçura, o enobrecimento da realização deste
papel e desta profecia devia subjugar qualquer outro prazer, qualquer
outra alegria porque, se o Cristo “se gosava muito que o crucificassem”
(313), como poderiam os negros rejeitar tão alto chamado? <br /> <br />
Para eles, a paciência no sofrimento, a aceitação na tortura, e o
agradecimento na morte estavam escritos muito antes deles terem vindo ao
mundo, e portanto, não haveria nenhuma outra maneira de salvação. <br /> <br />
Vieira chega a tal ponto na sua exaltação da sorte e felicidade dos
negros escravos que, depois de uma descrição realista dos trabalhos e
horrores das caldeiras de um engenho, insinua que ele os inveja: <i><b>“n’essa
triste servidão de miseravel escravo tereis o que eu desejava sendo
rei”</b></i> (318), e arremata que <i><b>“mais inveja devem ter vossos senhores ás
vossas penas, do que vós aos seus gostos, a que servis com tanto
trabalho” (320).<br /> </b></i> <br /> Em seu livro as Américas e a civilização,
publicado em 1969, o sociólogo Darcy Ribeiro sustenta que o Brasil, em
seus inícios, não era uma nação, mas um entreposto de comércio, e <i><b>“os
interesses das castas dominantes queriam que ela continuasse desta
maneira, latifundiária e escravocrata, e mais tarde latifundiária e
‘livre,’ mas sempre latifundiária e oligárquica” (208). </b></i><br /> <br />
Naturalmente, para que os interesses destas castas dominantes se
tornassem realidade em face da maioria de subjugados, vários elementos
teriam que entrar em jogo. Um deles, o mais óbvio, foi o uso de força.
De que outra maneira podemos compreender que navios inteiros de homens e
mulheres fortes se deixassem dominar pelos portugueses que os
arrebatavam ou compravam na África e os traziam para as terras do
Brasil? Este comércio durou pelo menos duzentos e cinqüenta anos.
Diferentemente dos Estados Unidos, por exemplo, a importação de
africanos foi constante no Brasil até depois de meados do século XIX, e o
contingente humano negro em muito ultrapassava o dos brancos.<br /> <br />
Mas o uso da força bruta, além de dispendioso, podia representar a
perda da mercadoria — ou seja, a morte dos negros. Darcy Ribeiro
escreve que aproximadamente cem milhões de africanos foram trazidos para
a América em quatrocentos anos, e mesmo levando-se em conta que a
metade deles foram mortos durante a travessia (182), podemos afirmar
que, em todos os momentos da história do Brasil precedendo a imigração
massiva de europeus e asiáticos (especialmente japoneses) no fim do
século XIX e começo do século XX, a população negra se constituía na
maioria absoluta da população brasileira. Além da força bruta, a
dominação dos negros — tantos os escravos como os libertos — se fez
através da ideologia.<br /> <br /> A igreja católica, como muitos já
disseram, se encontrou na ponta de lança dessa ideologia. Não é de se
admirar, por exemplo, que somente no dia 5 de maio de 1888 - oito dias
antes da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel — o Papa Leo III
tornou pública uma carta dando apoio à causa da libertação dos escravos
do Brasil. Sobre este ponto, o abolicionista Joaquim Nabuco escreveu que
a deserção do clero brasileiro de seu papel de defensor dos oprimidos
tinha sido uma vergonha. Nabuco continua que o clero jamais tomou o lado
dos escravos, e jamais usou a força da religião para aliviar o
sofrimento dos negros (citado em Conrad, 1984, 153).<br /> <br /> Neste
ponto, é possível discordar de Nabuco, se levarmos em consideração o
sermão de Vieira que vimos analisando. Quando Vieira conclama os
escravos a não só aceitarem, mas a ficarem felizes com sua cruz, que
está fazendo ele senão aliviando o sofrimento dos negros? Ademais,
quando Vieira coloca os escravos como filhos diletos de Maria, aqueles
que foram predestinados a serem filhos do Calvário, não está ele dando a
eles um projeto de vida, um plano de salvação, e um significado para
sua existência?<br /> <br /> <a href="http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.espacoacademico.com.br%2F036%2F36ebueno.htm&h=CAQEPKTtR&enc=AZP8X8C2D5VzHGmkXLSCwKAgDNOEbPPRyFPZRqoSqvGnd5k9Rog1y9LDdeXzam_pdkPxN55WGynsLqTFVYJWMFJztktc4OPRrU1jvuN4NnEBfT7_Cn5V2RX3viQ5U5-j4MNrJsF_NfoxGZHMgdCz86Og&s=1" rel="nofollow nofollow" target="_blank">http://<wbr></wbr><span class="word_break"></span>www.espacoacademico.com.br/<wbr></wbr><span class="word_break"></span>036/36ebueno.htm</a></span></span></span> <br />
<br />
<br />Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-50878551087792630462013-10-12T08:14:00.001-03:002013-10-12T08:26:57.601-03:00A Barca e seus simbolismos<center>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Esperança do Amanhecer<br /><br />Filha dos sonhos,<br />Corra abra a porta<br />Do velho carvalho.<br />Escute os seus segredos.<br />O poente se aproxima.<br />A vida se encaminha.<br />A felicidade está viva.<br />Dance até cair à última folha.<br /><br />Pegue o galho dourado<br />E atravesse o portal.<br />Corra, o tempo voa,<br />Os Deuses estão aqui.<br />Pegue o galho prateado<br />E atravesse o portal.<br />A luz brilha sobre vocês.<br /><br />Não desista, a Barca lhe espera.<br />As sementes novamente germinam<br />E os séculos despertaram o Rei.<br />Corra e abrace o seu sonho.<br />Toque o seu coração.<br />A tua mão o alcança.<br />Traga-o de volta.<br /><br />Filhos da Arte e do amor.<br />A Senhora não mente<br />E aqui se faz presente.<br />Acredite na força da magia.<br />Abençoados sejam!</span><br /><br />Rowena Arnehoy Seneween ®</center>
<center>
poema pagão</center>
<center>
</center>
<center>
</center>
<center>
</center>
<center>
</center>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><b><u>Barca Egípcia</u></b></span><br />
<br />
O livro Am-Tuat do antigo Egito descreve como o Rá o deus-sol morto atravessa as 12 estações infernais da noite (as 12 horas noturnas) e se transforma no Kheperâ, o escaravelho.<br />
<br />
Na 10° estação, e na 12° estação ele sobe à Barca que trará o deus-Sol rejuvenescido de volta ao céu matinal...<br />
<br />
Tendo o barco solar chegado até aqui, o deus Rá preparava-se para emergir das águas de Nun, a divindade que personifica as águas primordiais, novamente sob a forma de um disco que iluminaria os céus deste mundo.<br />
<br />
Estando na água, o barco é mantido pelos braços do próprio deus Nun.<br />
<br />
Rá aparece na embarcação sob a forma de um escaravelho que empurra um disco solar.<br />
<br />
O escaravelho é um símbolo clássico de renascimento - e o emergir da escuridão também... a escuridão da ignorância para a Iluminação...<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Anel com escaravelho - Museu do Egito</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"></span></b><br />
<div>
</div>
<b><span style="color: #848400;">
</span></b>
<br />
<div>
</div>
<b><span style="color: #848400;">
</span></b>
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<b><span style="color: #848400;">
<div>
</div>
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<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOJ0gqimdI/AAAAAAAAB-0/vWWTuqwC-9Q/s800/bagues%25204.jpg&t=AGmHi3YmAfC-JTKS1qfYC6oxs3pEyqhxYRVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOJ0gqimdI/AAAAAAAAB-0/vWWTuqwC-9Q/s800/bagues%204.jpg" /></a></div>
</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
Barca em Alabastro e Ouro </div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"></span></b></div>
<div>
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEShN_z75ANJUMJzkgPQNKJMexh5m_EZS_HxJMi7sYUTQU9Cw-_0yZfblADt66Jk3ga-37FNq8av03WGB1KzUWDzd6idr8h2tZ8-Kx_H15vPTCL-wL7XCNXAhM18hn8W392KxKPwWzeQJZ/s800/barca%2520de%2520albastro%2520e%2520ouro.jpg&t=AJpt8Izy7l2x34lJm0eR7V_UzKy2L4WwRRVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEShN_z75ANJUMJzkgPQNKJMexh5m_EZS_HxJMi7sYUTQU9Cw-_0yZfblADt66Jk3ga-37FNq8av03WGB1KzUWDzd6idr8h2tZ8-Kx_H15vPTCL-wL7XCNXAhM18hn8W392KxKPwWzeQJZ/s800/barca%20de%20albastro%20e%20ouro.jpg" /></a></span></b></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br />
<u><b><span style="font-size: large;">A Barca Grega...</span></b></u><br />
<br />
Na mitologia grega, Hades é filho de Crono e Réia, Hades é retratado como um deus sombrio e invisível, mesmo tendo uma posição menos relevante que a de Zeus, possuía enorme poder, suas leis eram irrevogáveis, uma vez que dentro de seu reino, nem mesmo Zeus poderia interferir.<br />
<br />
Tradicionalmente Hades é também o nome dado aos infernos dos gregos, que possui uma geografia muito bem definida:<br />
<br />
O reino de Hades tem como principal entrada um bosque de álamos. Quando o morto aí chega conduzido por Hermes, recebe de seus parentes uma moeda que é posta debaixo de sua língua para pagar Caronte.<br />
<br />
Caronte é o barqueiro que acompanhado por seu cão Cérbero, conduz as almas dos mortos pelo Estinge até o inferno, mas, velho e avarento, exige que o morto lhe dê uma moeda pelo transporte, sob pena dele ficar vagando por 100 anos nas margens do Estinge.<br />
<br />
O Estinge rodeava 7 vezes o Hades – separando o reino dos mortos do reino dos vivos. Estinge significa “veneno”, mas, suas águas, ao mesmo tempo, tornam invulneráveis todos que nela se banham – foi onde Tétis banhou seu filho Aquiles, tornando-o invulnerável, exceto seu calcanhar por onde Tétis o segurou.<br />
<br />
Estinge possui os afluentes:<br />
1. Aquirom – que significa fluxo de angústia ou rio de Aflição<br />
2. Cocytus ou Cocito – com águas muito lodosas e amargas e significa “lamentação”.<br />
3. Flageton – do latim flagellu – que rolava em rodas de fogo e significa “queimar”.<br />
4. Letes – do latim lethargie – significando letargia, sono profundo, torpor, incertezas e esquecimento.<br />
<br />
Letes é o reino do abençoado esquecimento no qual a alma dos mortos submergem antes de voltarem ao mundo para uma nova encarnação.<br />
<br />
Perséfone é a rainha do reino de Hades, esposa de Hades e filha de Deméter – a mãe Terra. Perséfone é a guardiã dos segredos dos mortos<br />
<br />
Tártaro – é a parte do reino de Hades onde ocorrem as punições, que é determinada por três juízes,<br />
1. Eaco – célebre por sua justiça,<br />
2. Radamanto e<br />
3. Minos – sábios legisladores e juízes, que são filhos de Zeus.<br />
<br />
As Eríneas - filhas da Terra, são três irmãs – Tesífone, Alecto e Megera, são as divindades de Hades, viviam no Tártaro e tinham por missão punir os crimes dos homens. São as deusas da vingança, punindo aqueles que derramaram sangue ou quebraram juramentos. Retratadas com os cabelos entrelaçados por serpentes, tinham uma tocha em uma das mãos e em outra um punhal. Sua punição é a loucura. Ésquilo diz que elas são filhas de Nix – a deusa da Noite.<br />
<br />
As Moiras, são três irmãs, também filas de Nix, são as Servas da Justiça Primordial, e as divindades do destino, elas regem a morte e a vida , são as grandes tecedeiras do destino de cada ser.<br />
1. Cloto – tece os fios e preside os nascimentos.<br />
2. Láquelis – faz girar a roda e mede os fios<br />
3. Átropos – corta os fios.<br />
<br />
Assim, a atividade da natureza, sua criação e formação engenhosa eram simbolizadas na fiação, no trançado e na tecelagem do destino humano, elas tecem nas profundezas a vida e a enviam para cima, e, na morte, tudo retorna a elas.<br />
<br />
Hades, portanto, é um mundo completamente diferente do inferno cristão, lá é o lugar para onde os mortos são enviados para serem julgados, e também onde seus próximos destinos/vidas serão traçados ou tramados e de onde renascem para uma nova vida corpórea.<br />
<br />
Daí a necessidade e o interesse de se pagar a Caronte para entrar no Hades - o reino dos mortos - a outra margem... muito semelhante a Avalon </div>
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><u>A Barca Pagã</u></b></span><br />
<br />
Antigos manuscritos irlandeses evocam alguns nomes para Avalon, são eles: Tir na Nog, o País da Juventude; Tir Innambeo, o País dos Viventes; Tir Tairngire, o País da Promessa; Tir Naill, o Outro Mundo; Mag Mar, a Grande Planície ou Mag Mell.<br />
<br />
Entre as populações de origem céltica, a maçã representa o conhecimento, a revelação e a magia.<br />
<br />
Existem vários relatos referentes às viagens célticas ao Além, Immram, as jornadas místicas, nas quais um herói é atraído por uma fada, que lhe entrega um ramo de maçã e o convida para ir para o Outro Mundo, como em A Viagem de Bran, Filho de Febal.<br />
<br />
Num outro Immram, A Viagem de Maelduin, que trata da busca do herói pelos assassinos de seu pai, ele passa por uma ilha onde encontra uma macieira e dela corta um ramo com três maçãs. Estes frutos são capazes de saciar a sua fome e a de seus companheiros por quarenta dias sem ingestão de qualquer outro alimento. (Jean Markale, 1979:246)<br />
<br />
A Ilha das Maçãs também recebe o nome de Ilha Afortunada porque ali há todo tipo de vegetação natural. As colheitas são abundantes e os bosques estão cobertos de maçãs e uvas. Avalon era governada por Morgana e suas nove irmãs, que também possuíam o dom da imortalidade. Avalon está associada a Caer Siddi, o Outro Mundo ou Annwn, a Terra dos Mortos e da Eterna Juventude.<br />
<br />
<center>
Assim falou Morgana:<br />"A ilha sagrada de Avalon é linda e serena,<br />mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração...<br /><br />Onde está o caminho que nos leva de volta?<br />...Mas a vida empurra e a alma finalmente se liberta....<br />...Vou chamar a barca que me leva de volta, além das brumas...<br />Avalon se foi para nunca mais voltar<br />e apenas retornará se o canto novamente souber invocar!<br />Assim falou Morgana... "</center>
<br />
Não é mera coincidência ter em Avalon a Árvore das Maçãs, que dão conhecimento, tal e qual a antiga história da maçã de Eva... ambos alegorias são a mesma coisa... simbolizam a mesma coisa, apenas Eva e sua Maçã foram desfiguradas pela ICAR -<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
A Sabedoria sempre foi Sophia - feminino...</div>
<div style="text-align: center;">
a contraparte do Conhecimento masculino</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
Pai-Mãe portanto</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
cujo filho é o Universo</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
e sabemos que o Catolicismos desfigurou o lugar da mulher desde sempre</div>
<div style="text-align: center;">
a colocando como bruxa em suas fogueiras. </div>
<br />
<br />
<br />
Braceletes e Pendentes com os Escaravelhos<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNTaHvsI/AAAAAAAAB_U/TfU0vOoddXk/s800/braceletes%25204.jpg&t=AJa_9MEdNdkh6Xacch7Rq0rIjhqcVkKC2xVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" src="http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNTaHvsI/AAAAAAAAB_U/TfU0vOoddXk/s800/braceletes%204.jpg" /></a></div>
<b><span style="color: #848400;"></span></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNVEXlFI/AAAAAAAAB_M/da5IayVIdVM/s800/bracelete%25205.jpg&t=AEAXyPifFubXGQkDEPtUsIyod04sHEBkThVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" src="http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNVEXlFI/AAAAAAAAB_M/da5IayVIdVM/s800/bracelete%205.jpg" /></a></span></b></div>
<div>
</div>
<b><span style="color: #848400;"></span></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNobH1LI/AAAAAAAAB_k/yub5EUC27N4/s800/escaravelos.jpg&t=AJN50hRyELiL72fkdzwLZHYa1oLj5eX7qBVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNobH1LI/AAAAAAAAB_k/yub5EUC27N4/s800/escaravelos.jpg" /></a></span></b></div>
<br />
Olho de Horus - Aquele que tudo vê<br />
<b><span style="color: #848400;"></span></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNa_wPKI/AAAAAAAAB_E/CewPNeyL3as/s800/bracelete%2520com%2520os%2520olho%2520de%2520Horus.jpg&t=ABQGwLtKvTNPbc9xUPNDD42THl9SRcKaQhVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNa_wPKI/AAAAAAAAB_E/CewPNeyL3as/s800/bracelete%20com%20os%20olho%20de%20Horus.jpg" /></a></span></b></div>
<div>
</div>
<b><span style="color: #848400;"></span></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNsGbSsI/AAAAAAAAB_c/awRyxcLWyCg/s800/braceletes%2520com%2520os%2520olhos%2520de%2520Horus.jpg&t=AM3SRMIcC-0pkvF6fcgj7WB8TepRotqI7RVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOTNsGbSsI/AAAAAAAAB_c/awRyxcLWyCg/s800/braceletes%20com%20os%20olhos%20de%20Horus.jpg" /></a></span></b></div>
<b><span style="color: #848400;">
</span></b><br />
<br />
E... finalmente...<br />
<br />
o Deus Egipcio Anúbis - a divindade do Inferno sobre uma Arca<br />
é o psicopombo que leva as almas para o Inferno...<br />
de que? - de Barco<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="color: #848400;"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/SVOViXywcQI/AAAAAAAAB_s/GcL9NV23GU4/s800/Cofre%20em%20forma%20de%20capela%20de%20Anubis.jpg" /></span></b></div>
<div>
</div>
<br />
<br />
Todas essas peças pertencem ao acervo do Museu do Cairo<br />
e foram descobertas nas escavações no Vale dos Reis em 1922<br />
e pertenciam a Tutankhamon<br />
<br />
<br />
<br />
<u><span style="font-size: large;"><b>Em Doutrina Secreta vol.IV Blavatsky escreve o seguinte:</b></span></u><br />
<br />
"El Arca, en la cual se conservan los gérmenes de todas las cosas vivas necesarias para volver a poblar la Tierra, representa la supervivencia de la vida, y la supremacía del espíritu sobre la materia, en el conflicto de los poderes opuestos de la naturaleza.<br />
<br />
En el mapa astroteosófico del Rito Occidental, el Arca corresponde con el ombligo, y está colocada al lado izquierdo, el lado de la mujer (la Luna), uno de cuyos símbolos es la columna de la izquierda del templo de Salomón, Boaz.<br />
<br />
El ombligo está relacionado (por medio de la placenta) con el receptáculo en donde se fructifican los embriones de la raza.<br />
<br />
El Arca es el Argha sagrada de los indos, y así no es difícil inferir su relación con el Arca de Noé, teniendo en cuenta que el Argha era un vaso oblongo, usado por los sumos sacerdotes como cáliz sacrificador en el culto de Isis, Astarté y Venus–Afrodita, todas las cuales eran Diosas de los poderes generadores de la naturaleza, o de la materia; y por tanto, representaban simbólicamente al Arca que contenía los gérmenes de todas las cosas vivas .<br />
<br />
7. La “Cámara del Rey” en la Pirámide de Cheops es, pues, un “Sagrario de Sagrarios” egipcio. En los días de los Misterios de la Iniciación, el Candidato que representaba el Dios Solar tenía que descender dentro del Sarcófago, y representar el rayo vivificador penetrando en la matriz fecunda de la Naturaleza.<br />
<br />
Al salir de él a la mañana siguiente, tipificaba la resurrección de la Vida después del cambio llamado Muerte. En los grandes MISTERIOS, su “muerte” figurada duraba dos días, levantándose con el Sol a la tercera mañana, después de una última noche de la más crueles pruebas. Al paso que el Postulante representaba al Sol –el orbe que todo vivifica, que “resucita” todas las mañanas para comunicar vida a todo– el Sarcófago era el símbolo del principio femenino.<br />
<br />
Así era en Egipto; su forma y figura cambiaba en cada país, pero permaneciendo siempre como un barco, una “nave” simbólica o un vehículo en forma de bote, y un recipiente, simbólicamente, de los gérmenes o el germen de la vida.<br />
<br />
En la India es la Vaca “de oro” por la cual tiene que pasar el candidato al brahmanismo si desea ser un brahman y convertirse en un Dvi–ja, “nacido por segunda vez”.<br />
<br />
El Argha en forma de media luna de los griegos era el tipo de la Reina del Cielo, Diana o la Luna. Ella era la Gran Madre de todas las Existencias, así como el Sol era el Padre.<br />
<br />
Los judíos, tanto antes como después de su metamorfosis de Jehovah en un Dios macho, rendían culto a Astoreth, lo cual hizo decir a Isaías:<br />
<br />
“Vuestras lunas nuevas y… fiestas odia mi alma”<br />
<br />
dicho evidentemente injusto. Astoreth y las Fiestas de la Luna Nueva (el Argha en creciente), no tenía un significado peor, como forma de culto público, que el que tenía el sentido oculto de la Luna en general, el cual, en sentido kabalístico, estaba relacionado directamente con Jehovah, como es bien sabido; con la sola diferencia, sin embargo, de que uno era el aspecto femenino y el otro el masculino de la Luna, y de la estrella Venus.<br />
<br />
3. Archê (!Arch>) en este sentido corresponde al Rasit hebreo o la sabiduría… una palabra qué significaba el emblema del poder generativo femenino, el Arg o Arca, en la cual se suponía que el germen de toda naturaleza flotaba o se cernía sobre el gran abismo durante el intervalo que tenía lugar después de cada ciclo del mundo.<br />
<br />
4. Así es, en efecto; y el Arca de la Alianza judía tenía precisamente el mismo significado, con la adición suplementaria de que, en lugar de un sarcófago casto y bello (símbolo de la Matriz de la Naturaleza y de la Resurrección), como en el Sanctasanctórum de los paganos, habían hecho el Arca aún más realista en su construcción por los dos Querubines colocados, frente a frente, sobre el cofre o Arca de la Alianza, con las alas abiertas de tal manera, que formaban un Yoni perfecto (como se ve ahora en la India).<br />
<br />
5. Además de esto, este símbolo generador tenía su significado reforzado por las cuatro letras místicas del nombre de Jehovah, a saber I H V H (hvhy) Jod (y), significando el membrum virile; Hé (h), la matriz; Vau (v), un garfio o gancho, un clavo, y Hé (h) de nuevo significando también “una abertura”. El total formaba el emblema o símbolo perfecto bisexual o I (e) H (o) V (a) H, el símbolo macho y hembra.<br />
<br />
8. La ceremonia de pasar por el Santo de los Santos –simbolizado ahora por la Vaca, pero en el principio por el templo Hiranyagarbha, el Huevo Radiante, en sí mismo símbolo de la Naturaleza Abstracta Universal– significaba la concepción y nacimiento espiritual, o más bien el renacimiento del individuo y su regeneración; el hombre encorvado a la entrada del Sanctasanctórum, pronto a pasar por la de la Madre Naturaleza, o la criatura física pronta para volver a convertirse en el Ser Espiritual original, el HOMBRE pre–natal.<br />
<br />
Entre los semitas, este hombre encorvado significaba la caída del Espíritu en la Materia, y de esta caída y degradación hacían apoteosis, con el resultado de arrastrar a la Deidad al nivel del hombre.<br />
<br />
Para los arios, el símbolo representaba el divorcio del Espíritu de la Materia, la vuelta a la Fuente primordial y la sumersión en ella; para el semita, el connubio del Hombre Espiritual con la Naturaleza Femenina Material, lo fisiológico sobreponiéndose a lo psicológico y puramente inmaterial.<br />
<br />
Los puntos de vista arios sobre el simbolismo eran los de todo el mundo pagano; las interpretaciones semíticas emanaban, y eran eminentemente propias de una tribu pequeña, marcando así sus rasgos nacionales y los defectos idiosincrásicos que caracterizan a muchos judíos hasta hoy día...<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
tópico original da comunidade da Barca do Orkut<br />
<br />
por Rita Candeu - 25/12/2008 Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-65890387746573516352013-10-12T07:43:00.000-03:002013-10-12T07:49:09.699-03:00Caldeirões e seus simbolismos...Cerridwen, a porca branca, é reverenciada em
Avalon como a Deusa Anciã. É a Deusa da transformação, cujo o caldeirão
devemos adentrar para renascer. É a lavadeira do rio e a feiticeira, na
face escura da Lua como Cailleach, e aqueles que não a entendem,
geralmente a temem.<br />
<br />
O caldeirão é o Graal para curar todos os
males, que reaviva os mortos e cura os enfermos, no Outro Mundo.
Cerridwen vive ao lado de um lago, em Avalon, sendo a detentora do
Caldeirão da morte e do renascimento. <br />
<br />
<center>
<div>
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh4.ggpht.com/ritacandeu/SO91o4ApVLI/AAAAAAAABSs/WurIvSVjsEQ/s400/5%2520-%25200120.gif&t=AO15Gco-rjzrBJMBd1Khrxt3xEJyqTmylxVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh4.ggpht.com/ritacandeu/SO91o4ApVLI/AAAAAAAABSs/WurIvSVjsEQ/s400/5%20-%200120.gif" /></a></span></b></div>
</center>
Avalon está associada a Caer Siddi, o Outro Mundo ou Annwn, a Terra dos Mortos e da Eterna Juventude.<br />
<br />
Existia em Caer Siddi uma fonte onde jorrava vinho doce e onde envelhecimento e doença eram desconhecidos.<br />
<br />
Entre
os seus tesouros havia um caldeirão mágico, tema diretamente ligado à
abundância existente na Ilha das Maçãs. (Ellis, 1992: 25; Geoffroy de
Monmouth, Vita Merlini e Jean Markale, L'épopée Celtique en Bretagne).<br />
<br />
Na mitologia céltica existem dois tipos de caldeirão: o caldeirão do renascimento e o caldeirão da abundância.<br />
<br />
Dagda,
pai de todos os Deuses, possuía um caldeirão proveniente da cidade de
Múrias. Ao provar dele, ninguém passava fome, (Ellis, 1992:77).<br />
<br />
Já
Matholwch recebera o caldeirão do renascimento do Deus Bran e com ele
era possível ressuscitar um morto, mas que perdia a capacidade de falar.<br />
<br />
<br />
Havia ainda um terceiro caldeirão entre os celtas, o caldeirão do sacrifício, no qual os maus monarcas eram jogados.<br />
<br />
É
possível observar aqui, um sentido totalmente diferente dado à figura
régia, que tem principalmente a tarefa de estabilizar a sociedade e que é
descartada quando não cumpre bem suas funções.<br />
<br />
O monarca é mais um “moderador ou distribuidor de riquezas que um detentor de poderes civis e militares”.<br />
<br />
Representa
um garantidor da abundância, sendo o rei que sobrecarrega os súditos de
impostos, sacrificado, afogado numa tina de cerveja ou hidromel. (Le
Roux e Guyonvarc'h, 1993:63)<br />
<br />
essa lei bem que podia ser adotada né?... que acham? hehehehehe<br />
<br />
<center>
<div>
<b><span style="color: #848400;"><a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/ritacandeu/SO91oR40jEI/AAAAAAAABSc/og1hYXnlsyA/s800/3%2520-%2520bruxatop02.jpg&t=ALdo3k5NjY25lX4CvjOBQ46XrWBveRlQDxVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/ritacandeu/SO91oR40jEI/AAAAAAAABSc/og1hYXnlsyA/s800/3%20-%20bruxatop02.jpg" /></a></span></b></div>
</center>
<br />
<br />
<br />
O
tema do caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal,
inicialmente nas obras de Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização
em fins do século XII, o conteúdo do cálice passou a ser o sangue de
Cristo na cruz. Sangue, o conhecimento, o alimento da alma.<br />
<br />
O Graal está relacionado à Pedra Filosofal, à Fênix e ao Caldeirão. O símbolo da Grande Mãe, a taça, o receptáculo da Deusa.<br />
<br />
Analisando
por esse princípio, Avalon é, com certeza, o seu representante direto,
sendo suas sacerdotisas, as guardiãs dos segredos do caldeirão ou os
segredos da tríplice divina. Esse é um assunto bastante polêmico, mas de
grande importância, pois sua essência está ligada diretamente à
descendência do sangue real ou ao despertar da consciência.<br />
<br />
Podemos
dizer que é o reencontro da unidade cósmica dentro do nosso templo
sagrado, a nossa “sancta sanctorum”, ou seja, a nossa alma transmutando
para uma nova realidade espiritual. Que assim seja!<br />
<br />
<br />
<br />
E todos os demais caldeirões de todos os povos -
índigenas e ciganos e orientais - possuem os mesmo significados... idêntico do
acima descrito...<br />
<br />
Esse é um Patrimônio da Humanidade que sempre existiu em todos os povos, religiões e nações... <br />
<br />
Blavatsky
afirma que não houve um único "fundador" de alguma religião.. o que os
líderes religiosos - tais como Moisés - fizeram foi apenas traduzir para
o entendimento de seu povo Tradições muito antigas... talvez mais
antigas do que a própria Terra...<br />
<br />
No I Ching - livro oracular
milenar da China - também tem o seu Ting - Caldeirão - o Hexagrama n°50 -
ali encontramos o seguinte texto:<br />
<br />
<i>"....O Caldeirão representa
a superestrutura cultural da sociedade... Tudo o que é visível deve se
expandir para além de si mesmo, até penetrar no âmbito do invisível.
Desse modo alcança sua verdadeira consagração e clareza, enraizando-se
fimemente na ordem cósmica...<br /><br />... O Ting serve para oferenda de
sacrifício a Deus. Os mais elevados valores terrenos devem ser
oferecidos e sacrifício a Deus...<br /> </i><br />
<span style="color: #666666;">(aqui fica explicito que o Ting é um utensílio sagrado de cerimonial)</span><i><br /><br /> Nada transforma as coisas tanto quanto o Ting.<br /><br />As transformações ocasionadas pelo Ting são por um lado as mudanças sofridas pelos alimentos ao cozinharem ...<br /><br />o Ting significa a acolhida do novo... (e) também significa transformação..."</i><br />
<br />
<i> </i>Aqui o simbolismo se repete<br />
<br />
O Ting é ao mesmo tempo <br />
<br />
1
- objeto cerimonial - onde é preparado o alimento para os homens dignos
- que podemos definir como aqueles que recebem além do alimento físico o
espiritual, uma espécie de Iniciação - onde o adepto recebe o
Conhecimento<br />
<br />
2 - e de transformação que é o produto por assim
dizer da Iniciação e conquista do Saber... o adepto se transforma ou
transmuta-se em outro ser após obter o conhecimento...<br />
<br />
Isso fica muito evidente ao longo da descrição das 6 linhas que compões o hexagrama.<br />
nas linhas :<br />
1° - o Ting está emborcado - não contendo conteúdo algum... aqui o Ting está sendo limpo dos refugos... <br />
<br />
2° - há alimento no Ting mas o individuo não compartilha co os outros<br />
<br />
3°
- aqui as alças do Ting estão invertidas e então é impedido que o
conteúdo seja servido... simbolizando alguém que apesar do conhecimento
não é notado<br />
<br />
4° - O Ting está com as pernas quebradas e a
refeição é derramada... aqui uma advertência quanto à responsabilidade
da tarefa onde o empenho deverá ser edobrado<br />
<br />
5° - Aqui o Ting aparece com argolas de ouro - <br />
<br />
6° - Aqui o Ting tem argolas de Jade- significando o sábio que aconselha - um Iniciado já realizado portanto...<br />
<br />
Esses simbolismos de
Graal, Ventre, Caldeirão, Cálice e Barca são sempre muito semelhantes...
são todos veículos de Trasmutação que permitem alcançar a outra
margem... isto é... Nirvana, Céu, Avalon, Plenitude, Iluminação, etc...<br />
<br />
São simbolismos de Renascimento Espiritual <br />
<br />
Ah! sim! havia me esquecido...<br />
<br />
Barca - Arca de Noé ou Arca da Aliança - mesmo simbolismo...<br />
<br />
todos que tocavam a Arca eram mortos ....<br />
<br />
A Barca temos a de Caronte de Osires e das Sacerdotizas de Avalon - sempre carregando os mortos...<br />
<br />
Vou fazer outra postagem sobre "a Barca" <br />
<br />
e deixo aqui esse poema:<br />
<center>
<br /><br /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Comic Sans MS;">Filhos das Estrelas<br /><br /><br />Salve Filhos das Estrelas Brilhantes,<br />Vindos nas asas de Erin, pelas bênçãos de Dannan!<br />Mestres da magia, ouçam o nosso chamado,<br />Mostre-nos a pedra do destino, a Lia Fáil<br /><br />Pela espada de Nuada, seja a justiça equilibrada<br />Nas verdades da Deusa e do Deus.<br />E que a lança de Lugh, o Brilhante,<br />Nos dê a vitória sobre o orgulho desmedido.<br /><br />Que o caldeirão da transformação do Grande Dagda,<br />Possa nos renovar todos os dias,<br />Abençoando-nos com sua fartura e bem-aventurança.<br /><br />Pela triqueta sagrada, se apresentem hábeis filhos,<br />Os Tuatha De Danann, pelo código de honra ao teu povo!<br />Tanto nos montes e nas florestas abaixo da terra,<br />Assim como, toda a terra acima de toda a terra.<br /><br />Se façam presentes em nós, para que vossa sabedoria,<br />Possa nos levar adiante no propósito maior,<br />No principio da tua mais perfeita criação,<br />Em benefício de toda a humanidade.<br /><br />Que a luz brilhe na escuridão e o amor guie os corações,<br />Na esperança do amanhecer, a eterna promessa.<br />Dos Filhos das Estrelas Brilhantes!</span></span><br /><span style="color: mediumblue; font-family: Comic Sans MS; font-size: small;"></span></center>
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-54566884343764408312013-05-23T11:48:00.000-03:002013-05-23T11:48:47.284-03:00Pontes de raízes vivas.....!!!<span style="color: white;"></span><br />
<center>
<b><b>Nas profundezas do nordeste da Índia, <br />num dos lugares mais úmidos na terra, <br />as pontes não são construídas - vão crescendo.<br /><br /> <br /><div>
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<br />.<br /> <br /><br /><div>
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<br />.<br /><br /> <br /><br /><div>
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<br />.<br />.<br />Cresceram das raízes de uma seringueira. <br />O povo de Khasis Cherapunjee Betel usou troncos de árvores, <br />cortadas ao meio e ocos por dentro, para criar o "sistema-raízes de orientação." <br /><br />Quando chegarem ao outro lado do rio, <br />estarão em condições de criarem raízes no solo. <br /><br />Dando tempo suficiente, uma robusta ponte viva é produzida. <br /><br /> .<br />.<br /><div>
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<br />. <br />As pontes de raízes, <br />algumas das quais com mais de cem metros de comprimento, <br />levaram entre dez a quinze anos para se tornarem totalmente funcionais, <br />sendo extremamente fortes.</b></b></center>
<span style="color: white;"> </span><span style="color: white;"><span class="GRB"><span class="" id="gwt-uid-2293" title="27/06/2010 09:54:35"></span></span></span><div class="ARB" id="gwt-uid-2412">
<div class="CRB">
<div class="CKB">
<div class="PQB ASB">
<b><center>
<br /><br />Algumas podem suportar o peso de 50 ou mais pessoas ao mesmo tempo. <br /><br /><br />Uma das estruturas de raízes mais original da Cherrapunjee <br />é conhecida por "Umshiang Double Decker-Root Bridge". <br /><br />É composta por duas pontes sobrepostas !<br /><br /> <br /><div>
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<br />.<br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdDu2yukNI/AAAAAAAAJYU/voWVYeO5tU4/s800/ATT06.jpg&t=ALtCzBww3wTVDvIbbXl6PrcDB1d2ualm7hVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdDu2yukNI/AAAAAAAAJYU/voWVYeO5tU4/s800/ATT06.jpg" /></a></div>
<br />.<br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAGINiLHjSe5SQ1lCnkPiXqCVkvZOB1NKghTS1HornjzsmBAmvEal8wjajh7sI2A7dddYYrF0jbA1k69DbO1BgC7Gru1LpZGbJoz0rakPKn0456SxVc4qFMBz8LN6N8TVon88YMuZb_RSP/s800/ATT07.jpg&t=AKE17PXlsFxbG4J84tXdE5B2Y72NOOYqGRVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAGINiLHjSe5SQ1lCnkPiXqCVkvZOB1NKghTS1HornjzsmBAmvEal8wjajh7sI2A7dddYYrF0jbA1k69DbO1BgC7Gru1LpZGbJoz0rakPKn0456SxVc4qFMBz8LN6N8TVon88YMuZb_RSP/s800/ATT07.jpg" /></a></div>
<br />.<br />.<br />Porque as pontes estão vivas e ainda a crescer, <br />ganham força ao longo do tempo <br />e
algumas das pontes-raízes antigas ainda são usadas diariamente pelo
povo das aldeias à volta de Cherrapunjee, que podem ter bem mais de 500
anos.<br />.<br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRQ760IjtIgyrEORTV_e_yEW_ROeKi4tgTxc8dPDax670gGJdi5M7v5IDYOf5Om76KhIuZdkHw6QDDJtY6a2VPTv5jn3L4-juHd0J6US6bNXrvEI4Gn18767_8UHaTJ_O-OF3LaSAe5scN/s800/ATT08.jpg&t=AJr6h9NDX3-fPXuN3tJ3uZWLyvyWVWRU0RVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRQ760IjtIgyrEORTV_e_yEW_ROeKi4tgTxc8dPDax670gGJdi5M7v5IDYOf5Om76KhIuZdkHw6QDDJtY6a2VPTv5jn3L4-juHd0J6US6bNXrvEI4Gn18767_8UHaTJ_O-OF3LaSAe5scN/s800/ATT08.jpg" /></a></div>
</center>
</b> </div>
<span style="color: white;"><span class="GRB"><span class="" id="gwt-uid-2318" title="27/06/2010 09:56:15"></span></span></span><div class="PQB ASB">
<b><center>
<br />Mas não são estas as únicas pontes construídas a partir de plantas em crescimento. <br />O Japão também tem a sua própria forma de pontes-vivas.<br />Estas são as pontes da Vinha Vale de Iya .....<br /><br /><br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdDvqNT52I/AAAAAAAAJYg/2zgzL6p0eu0/s800/ATT09.jpg&t=ADv3nZHmqfjNzM9y1i_UqP5q2w7VvigFYBVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdDvqNT52I/AAAAAAAAJYg/2zgzL6p0eu0/s800/ATT09.jpg" /></a></div>
<br />.<br />.<br />Um dos três "vales escondidos do Japão" , <br />West Iya, é um desfiladeiro cheio de neblina, rios claros e telhados de colmo, <br />do Japão de séculos atrás. <br /><br />Para atravessar o rio Iya, num vale com terreno áspero, <br />bandidos, guerreiros e refugiados criou-se algo muito especial <br />- um tanto instável - a ponte feita de vinhas. <br /><br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh6.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdDvk9kN_I/AAAAAAAAJYk/vEj9ehel20o/s800/ATTA10.jpg&t=AFeYbDv2Y08s183tWaGPX3_Z6NUTnKq3rhVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh6.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdDvk9kN_I/AAAAAAAAJYk/vEj9ehel20o/s800/ATTA10.jpg" /></a></div>
<br />.<br />.<br />Este é um quadro de 1880 de uma das pontes de videira original.<br />.<br /> .<br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFp5j2JDI/AAAAAAAAJYs/3ezLykSct0o/s800/ATTB11.jpg&t=AM0XdAvLAxqelx3Qn-XFXsTlnEy5msDPnRVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh5.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFp5j2JDI/AAAAAAAAJYs/3ezLykSct0o/s800/ATTB11.jpg" /></a></div>
</center>
</b> </div>
<span style="color: white;"><span class="GRB"><span class="" id="gwt-uid-2343" title="27/06/2010 09:58:25"></span></span></span><div class="PQB ASB">
<b><center>
<br /><br />Primeiro, duas vinhas Wisteria - uma das mais fortes vinhas conhecidas – <br />foram cultivadas nos extremos dos dois lados do rio. <br />Quando as videiras alcançaram comprimento suficiente, <br />foram entrelaçadas com tábuas para criar uma flexível, durável e, <br />a mais importante obra viva da engenharia de botânica.<br /><br /> <br /><div>
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<br />.<br />.<br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh3.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFqNZjMxI/AAAAAAAAJY0/NZSfJ1x1yq8/s800/ATTD13.jpg&t=AD9Q5upZlgEtaTvgeFVssNtDk-6g9YRhZxVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh3.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFqNZjMxI/AAAAAAAAJY0/NZSfJ1x1yq8/s800/ATTD13.jpg" /></a></div>
<br /><br />As
pontes não tinham proteção lateral, e uma fonte histórica japonesa diz
que as pontes de videira originais eram tão instáveis que os que
tentavam atravessá-las pela primeira vez, muitas vezes ficavam
petrificados no lugar, incapazes de prosseguir. <br />Três dessas pontes permanecem no Vale de Iya. <br /><br /><br />Enquanto algumas (embora aparentemente não todas) foram reforçadas com fio e grades, ainda são angustiantes de atravessar. <br /><br />Mais
de 140 metros de comprimento, com pranchas colocadas a cerca de 30 a
40 cm de distância entre si.... definitivamente não são para
acrofóbicos. <br /><br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh6.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFqMpC6PI/AAAAAAAAJY4/ieTsUl90a6E/s800/ATTE14.jpg&t=AFsQC6C9tDp-WrjqGKfkOakhNK4bKp5H3RVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh6.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFqMpC6PI/AAAAAAAAJY4/ieTsUl90a6E/s800/ATTE14.jpg" /></a></div>
<br />.</center>
</b> </div>
<span style="color: white;"><span class="GRB"><span class="" id="gwt-uid-2368" title="27/06/2010 09:59:13"></span></span></span><div class="PQB ASB">
<b><center>
<br />Acredita-se que as pontes de videira existentes <br />foram inicialmente cultivadas no século 12, <br />o que as tornaria, nos mais antigos exemplos de arquitetura viva no mundo. <br /><br /> <br /><div>
<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFqaGHEpI/AAAAAAAAJY8/ve1708uuj4s/s800/ATTF15.jpg&t=AE3DMhHLmBZ2q6HOPFS6ysnbnE-dzIZLUBVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank"><img alt="" src="http://lh4.ggpht.com/_PeHEhHPgS-g/TCdFqaGHEpI/AAAAAAAAJY8/ve1708uuj4s/s800/ATTF15.jpg" /></a></div>
</center>
</b> </div>
<div class="ERB">
<span style="color: white;"><br /><a class="" href="http://www.blogger.com/null" id="gwt-uid-2364"></a></span> </div>
</div>
</div>
</div>
<div class="ARB" id="gwt-uid-2415">
<div class="CRB">
</div>
</div>
<div class="ARB" id="gwt-uid-2416">
<div class="CRB">
<div class="FRB CHB" id="gwt-uid-2390">
<span style="color: white;"><a class=" " data-userid="" href="http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=4855539329320884130" target="_self"> <div class="MIB BJB">
</div>
</a></span> </div>
<div class="CKB">
<span style="color: white;"><br /></span><div class="PQB ASB">
<span style="color: white;"><b><center>
<br /><br />IV<br />Zaratustra, no entanto, olhava a multidão, e assombrava−se. <br />Depois falava assim:<br /><br />"O homem é corda estendida entre o animal e o Super−homem: <br />uma corda sobre um abismo; perigosa travessia,<br />perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar.<br /><br />O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; <br />o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento.<br /><br />Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, <br />porque são esses os que atravessam de um para outro lado.<br />...<br />Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para sucumbir e<br />oferecer−se em sacrifício, mas se sacrificam pela terra, para que a terra<br />pertença um dia ao Super−homem.<br />...<br />Amo o que se envergonha de ver cair o dado a seu favor e, por essa razão, se<br />pergunta: <br />"Serei um jogador fraudulento?", porque quer ir ao fundo.<br />...<br />Amo aquele cuja alma é profunda, mesmo na ferida, <br />e ao que pode aniquilar um leve acidente, <br />porque assim de bom grado passará a ponte...”<br /><br /><br /> Friedrich Nietzsche - Assim Falou Zaratustra</center>
</b></span> </div>
</div>
</div>
</div>
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-54188019923185308862013-05-10T12:11:00.000-03:002013-05-10T12:11:16.374-03:00LIVROS DIDÁTICOS CATÓLICOS: O ENSINO RELIGIOSO E A DISCRIMINAÇÃO DE RELIGIÕES AFRO-DESCENDENTES<br />GUEDES, Maristela Gomes de Souza – PUC-Rio<br />GT-12: Currículo<br />Agência Financiadora: CAPES<br />
<span style="font-size: large;"><b><br />1 - Introdução: mais um desafio</b></span><br />O diálogo que tento fazer através desse texto é sobre mais um desafio, além dos muitos com os quais já lidam professores e professoras em todo país. Mas penso no tema desta 31ª Reunião da ANPED “Constituição Brasileira, Direitos Humanos e Educação” e me animo a fazê-lo.<br />
<br />Em agosto de 2007, foram lançamentos os livros católicos: “As Obras de Deus<br />Criador” e “O fato Cristão”. A organização é da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a<br />coordenação geral é de Dom Filippo Santoro e a publicação é da Editora Vozes com colaboração da entidade alemã Adveniat-Essen. Segundo Dom Filippo, os livros foram produzidos de acordo com os pressupostos fundamentais da Arquidiocese. Em uma revisão detalhada do material, o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheid, assegurou que o conteúdo é compatível com as diretrizes da Igreja da cidade. Logo depois foram lançados “A Igreja de Cristo” e “Os sinais do Espírito”.<br /><br />
Nenhum problema, não fossem essas publicações Livros Didáticos Católicos de<br />Ensino Religioso Confessional. Os dois primeiros destinados ao 1º e 2º ano e os dois últimos, ao 4º e 5º ano do Ensino Fundamental. Na ocasião, em artigo publicado no Jornal O Testemunho de Fé, Dom Filippo, que é Bispo da Educação e do Ensino Religioso, afirmava que “os livros estão sendo muito apreciados também fora do Estado do Rio, por sua simplicidade e seu conteúdo bonito”. Pudera, o principal ilustrador dos livros é o famoso cartunista Ziraldo.<br /><br />
Os livros surgiram pela brecha aberta através da lei estadual 3.459/2000, que<br />regulamentou o Ensino Religioso como confessional, nas escolas do Rio de Janeiro. <b> </b><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>As obras desrespeitam a Constituição, </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>burlam a própria lei do Ensino Religioso, </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>discriminam religiões afro-descendentes </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>e representam um retrocesso em importantes<br />conquistas de educadores e educadoras preocupados (as) </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>com a diversidade do país</b>. </div>
<br />
Por onde quer que se olhe a situação é absurda, mas vamos por partes e sem nenhuma pretensão de esgotar aqui o assunto.<br />
<br /><b><span style="font-size: large;">2 - Discriminação e retrocesso</span></b><br />Logo no começo dos quatro volumes estão as “saudações cordiais” assinadas por Dom Eusébio Scheid. A primeira, destinada às crianças (católicas evidentemente porque o livro é para católicos), diz: <i>“Queridas crianças, prediletas de Jesus, esse livro se dedica com carinho e amor só a vocês... que bem merecem essa dedicação de desenhistas, escritores e do professorado”. </i><br />
<br />
Aqui, estão excluídas da “predileção de Jesus e do professorado”, todas as outras crianças não-católicas, inclusive as evangélicas, as kardecistas e mesmo algumas de religiões afro-descendentes que podem, dependendo de sua casa de santo, tanto amar Iansã, orixá do vento, como Jesus, filho de Deus. Está aí a<br />famosa Mãe-de-santo Beata de Yemonjá que não me deixará mentir. Já na saudação dirigida aos pais, o ataque vai na direção das famílias que não se encaixam no modelo cristão. “Uma família em que o nome de Deus não é invocado ou, nem mesmo citado, é uma família sem perspectivas de esperanças perenes e duradouras”.<br />
<br />
Há famílias que passam o dia a repetir “Xangô meu pai”, “Ogum meu pai” e outras tantas para quem nenhum Deus, santo ou orixá fazem o menor sentido. Para essas não há perspectivas e esperanças de qualquer tipo?<br /><br />
O problema não se limita ao campo religioso. Na página 15 do volume “As<br />obras de Deus Criador” a discussão sobre a família continua, representada pela seguinte ilustração: uma família, branca, o pai vestido para o trabalho e a mãe para uma festa com maquiagem e colar de pérolas, impecáveis. Todos, inclusive o cachorro, possuem um computador e um sorriso igual. Que família de escola pública se parece com esse comercial de margarina? E mesmo fora da escola pública? Na página 17 está escrito que <i>“o mês de maio é dedicado a Nossa Senhora, para celebrar o modelo ideal de mãe: a mãe que é dedicada à família e que está próxima dos seus filhos em todos os momentos”.</i><br /><br />
Não são ideais, portanto, as mães que trabalham, estudam e que, ainda assim,<br />cuidam da família e que, justamente por tudo isso, possuem tantas jornadas de trabalho.<br /><br />
Há quanto tempo professores e professoras se esforçam para que as representações de famílias nos livros didáticos contemplem a diversidade das famílias brasileiras? Mães e pais separados, famílias negras (onde o negro não esteja em papel subalterno), casamentos inter-raciais, mães que trabalham e que dividem o sustento da casa com o marido ou, ainda, mães que sustentam os filhos sozinhas ou pais que também fazem esse papel sozinhos. A visão de família apresentada nos livros católicos não contribui para nenhum dos avanços ainda necessários nesta área, pelo contrário, significa um grave retrocesso.<br /><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>3 - Desrespeito ao povo-de-santo</b></span><br />Na página 56, do volume “A Igreja de Cristo”, destinado ao 5º ano do ensino<br />fundamental, há uma afronta declarada aos praticantes de religiões afro-descendentes.<br />
<br />Diz o texto: “A umbanda não faz uso de sacrifícios de animais em seus rituais, porque respeita a vida e a natureza”. A afirmação, além de equivocada, discrimina. Quem diz porque é o presidente da Associação Brasileira dos Templos de Umbanda e Candomblé, Pai Guimarães de Ogum: “A Igreja católica possui carismáticos e progressistas, cada um com suas particularidades, mas publicamente, todos se assumem como católicos. A umbanda também tem vertentes, cada uma com suas características próprias. A umbanda é uma religião brasileira que mistura pajelança, candomblé, kardecismo, catolicismo, xamanismo, orientalismo cigano. Cada casa vai desenvolver uma linha mais de acordo com seu dirigente, mas todas são umbanda. Nas mais próximas ao<br />candomblé haverá a oferta de animais. A identidade umbandística não é definida por se fazer ou não essas oferendas, mas pela relação com as entidades e com o divino. A igreja católica, na hora da comunhão, oferece uma hóstia, para ela sagrada, mas que para nós, pode não passar de uma simples folha de papel. Na nossa comunhão oferecemos o animal. As partes que não podemos comer vão para os despachos, a que comemos alimenta o corpo e o espírito da comunidade porque é uma carne que foi vibrada com a energia, é o ageum, o alimento consagrado pelos orixás”, revela o umbandista.<br />
<br />Para ele, as religiões afro cometeram durante vários anos um erro anti-ecológico por conta dos resíduos dos despachos que permanecem na natureza, mas o livro despreza o esforço que estas religiões já fazem para mudar esse aspecto do culto.<br /><br />
Guimarães também discorda do Ensino Religioso nas escolas públicas. “O estado é laico. E, se alguém tinha de escrever sobre a umbanda, nós deveríamos fazer isso e não os padres. Além disso, tudo não passa de uma grande hipocrisia.<br />
<br />
Quase todo mundo come churrasco, inclusive católicos então isso não é sacrifício? Pelo menos nós rezamos antes de comer”, afirma. Se não há uma única posição sobre esse ritual nos terreiros de umbanda, ao optar por uma das vertentes e criticá-la, o livro discrimina as outras posições da umbanda e, mais abertamente ainda, o candomblé do qual o ritual das oferendas de animais é parte integrante.<br />
<br />
<br /><b><span style="font-size: large;">4 - Planejamento inclui missa nas escolas</span></b><br />Em todas os volumes, logo após as saudações há o espaço denominado “caro<br />professor”. São 11 itens que definem um calendário de atividades e conteúdos para o professor de Ensino Religioso. Em maio de 2007, quando o Papa Bento XVI esteve por aqui, os principais jornais do país, divulgaram a tentativa do pontífice em fechar um acordo (o termo oficial é Concordata) entre o Brasil e o Vaticano para regulamentar os direitos da Igreja no país, que já vem sendo negociado há algum tempo e contempla o patrimônio, o ensino e a formação religiosos. Os jornais divulgaram a firmeza do presidente Lula, que não assinou o acordo por defender o Estado laico, e a frustração de Bento XVI que este teria voltado à Roma prometendo insistir no assunto.<br /><br />
A Constituição brasileira garante a liberdade de crença e separa Estado e Igreja,<br />mas prevê o ensino religioso no país, o que é uma gritante contradição. Ainda assim, apesar de modificado, o artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, assegura a diversidade religiosa e proíbe qualquer forma de proselitismo, que, segundo o dicionário Houaiss é “atividade ou esforço de fazer prosélitos (convertidos), catequese, apostolado”. O parágrafo segundo desse artigo diz que os sistemas de ensino ouvirão as entidades religiosas para a definição do conteúdo da disciplina Ensino Religioso. Ora, o governo do Estado do Rio não se limitou a ouvir a Arquidiocese, mas simplesmente conferiu a esta ampla e total autonomia para confeccionar seu próprio e exclusivo material didático. Não é à toa que o planejamento em questão prevê, entre outras coisas, missa de Pentencostes nas escolas e aulas sobre a campanha da fraternidade.<br /><br />
Trata-se de uma vitória política retumbante da Igreja Católica. Para quem ainda<br />não entendeu a dimensão da coisa, é preciso dizer que o tema da Campanha da<br />Fraternidade deste ano é: “Fraternidade e Defesa da Vida”, e o lema “Escolhe, pois, a vida”. Genérico? Pelo contrário. Em sua mensagem dirigida à CNBB por ocasião do lançamento da Campanha deste ano, o papa Bento XVI afirmou que “todas as ameaças à vida devem ser combatidas”. “Renovo a esperança de que as diversas instâncias da sociedade civil queiram solidarizar-se com a vontade popular que, na sua maioria, rejeita todas as formas contrárias às exigências éticas de justiça e de respeito pela vida humana desde seu início até o seu fim natural”, disse o pontífice. Ainda não está claro?<br />
<br />Talvez Dom Jacyr Francisco Braido, bispo de Santos, seja mais contundente: “A escolha do tema deste ano é a expressão da preocupação com a vida humana, ameaçada desde o início pelo aborto até sua consumação com a eutanásia.<br />
<br />
Tema preciso e desafiador!<br />Somos colocados diante de uma escolha entre a morte (aborto e eutanásia) e a vida”.<br />(www.cnbb.org.br consultada no dia 10/4/2008, às 20h27min).<br /><br />
O acordo pretendido entre a Santa Sé e o Brasil, apesar de divulgado pelos<br />jornais, mantém a totalidade de seu conteúdo em sigilo até que haja consenso entre as partes. Pelo que foi divulgado e, como a oferta do Ensino Religioso no Brasil já é obrigatória por lei, podemos concluir que, mesmo esse equívoco na nossa lei não basta para o Vaticano. Seu desejo é aprofundar o nosso erro, garantir a exclusividade total do ensino católico e retirar a possibilidade de opção do aluno. Como disse, os jornais alardearam a frustração do Papa e a defesa intransigente de Lula da separação Igreja-Estado. Para mim, tudo não passou de encenação. Enquanto a imprensa divulga que o Brasil continua laico, no Rio de Janeiro, os mais caros princípios católicos estão impressos em caríssimo papel couché, belamente ilustrados e distribuídos nas escolas<br />públicas. Não estranhemos se os próximos volumes desses livros didáticos condenarem os métodos contraceptivos, a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a pesquisa com embriões humanos, o divórcio. Tudo isso faz parte da Agenda do Vaticano. Não mencionei a eutanásia porque o volume “Os sinais do Espírito”, no capítulo “Um jeito novo de ser responsável na Igreja”, lemos: <i><b>“Escolha candidatos competentes que tenham boa conduta pessoal e sejam coerentes. É indispensável, ainda, que sejam comprometidos com a ética social, com os valores cristãos, com o resgate das dívidas sociais e com as posições defendidas pela Igreja, tais como: o ensino religioso nas escolas, a condenação do aborto, dos jogos de azar, a eutanásia, etc.” </b></i><br />
<br />
E pensar que, ainda em sua visita ao Brasil, Bento XVI pediu que a Igreja ficasse longe da política.<br />
<br />Percebe-se que a restrição diz respeito apenas aos setores progressistas da política porque política conservadora pode. O Estado do Rio de Janeiro é uma paróquia do Vaticano.<br />
<br /><br />
<b><span style="font-size: large;">4. 1 - Diversidade continua como exceção</span></b><br />Que a maioria das escolas públicas do Estado se pareça com igrejas não chega a<br />ser novidade. Em quase todas, os cartazes das Campanhas da Fraternidade já<br />freqüentavam as paredes. Para Forquin (1993), a escola é também um “mundo social”, que tem suas características de vida próprias, seus ritmos e seus ritos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios de regulação e de transgressão, seu regime próprio de produção e de gestão de símbolos. Esta realidade constitui para ele a “cultura da escola”. Antes da aprovação da lei do ensino religioso, a hegemonia do catolicismo já estava entranhada na “cultura da escola”. As celebrações são cristãs, em geral, Páscoa e Natal e, já deixou de ser incomum, que o “Pai Nosso” seja rezado nos inícios de turnos. Forquin<br />também trabalha com o conceito de “cultura escolar”, ou seja, o conjunto de conteúdos cognitivos e simbólicos que, “selecionados, organizados, normalizados, rotinizados, sob o efeito dos imperativos de didatização constituem habitualmente o objeto de uma transmissão deliberada no contexto das escolas”. (Forquin, 1993, 167).<br />
<br />Depois do ensino confessional, cimentada nas grades curriculares das escolas da<br />rede pública do Rio de Janeiro, a educação religiosa (agora a católica e a evangélica) é reforçada e legitimada também no que Forquin chama de “cultura escolar”. Mas a hegemonia da primeira não chega a ser ameaçada. No calendário previsto pelos novos livros didáticos todos os marcam festividades católicas sendo que, para caracterizar o que a Igreja chama de “diálogo inter-religioso”, no mês de abril também se comemora o dia do Índio; em setembro, o ano novo judeu e, em novembro, claro, Zumbi dos Palmares. Tirando a comemoração judaica, as outras duas já existiam. A novidade é o aumento significativo das festas católicas. Para se ter uma idéia, em junho vai se comemorar o Dia do Papa e, em agosto, o Dia do Pároco. Não é à toa que muitas crianças de religião afro-descendentes são discriminadas. Nos terreiros, elas sentem orgulho de suas crenças, na escola, escondem colares, guias e chegam a dizer que são católicas para diminuir o sofrimento. Em que escola irá se comemorar o Dia do Pai-desanto e da Mãe-de-santo, por exemplo?<br />
<br /><br />
<span style="font-size: large;"><b>5 - Essa disputa política não começou agora</b></span><br />O problema com o ensino religioso nas escolas é antigo e não apenas nosso.<br />Mas, no Brasil, ele começa com a chegada dos jesuítas ao país em 1549, marcando o início da escolarização brasileira com objetivos colonizadores e de catequese. O domínio dos jesuítas na educação vai durar 210 anos até que, expulsos das colônias portuguesas, o que sobra de ensino no Brasil continua sendo oferecido por outras ordens religiosas. A proclamação da República, em 1889, separa Estado e Igreja Católica, mas só com a Constituição de 1891 haverá a garantia do ensino laico nas escolas públicas e o Ensino Religioso sairá de cena, mas por apenas quatro décadas. Afinal, a mobilização e pressão da Igreja Católica jamais cessariam, o que lhe vem garantindo, desde então,<br />sucessivas vitórias políticas sobre os setores laicos da educação.<br />
<br />
<br />Em 1931, ano da inauguração da estátua do Cristo Redentor (Cunha, 2007), o<br />Decreto 19.941 facultou a oferta da “instrução religiosa” nas escolas públicas, sendo necessários 20 alunos inscritos e fora do horário das aulas das disciplinas.<br />
<br />
Contudo, a Constituição de 1934 garante o status de “matéria” inserida na grade curricular e torna sua oferta obrigatória, ainda que facultativa. Na Constituição de 37 há um pequeno recuo. A obrigatoriedade do Ensino Religioso é substituída pela “possibilidade” e, conforme explica Cunha, a cláusula de dispensa é melhor definida. A Constituição de 46 devolve a obrigatoriedade ao Ensino Religioso, ainda facultativo e, dessa vez, de acordo com a confissão religiosa do aluno. Já em plena Ditadura Militar, a Constituição de 67 garante o Ensino Religioso como disciplina dos horários normais das escolas oficiais do ensino primário e médio, mas conforme artigo da Lei de Diretrizes e Bases<br />(LDB) de 61, os ônus para os cofres públicos continuam vedados, o que duraria até a LDB de 1971, que revogou este artigo. Foi graças e essa revogação e a pressão dos dirigentes católicos que professores do magistério público de outras disciplinas foram desviados para o Ensino Religioso.<br /><br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">5.1 - As derrotas mais recentes</span></b><br />Da Constituição de 1988 os setores laicos da educação já saíram derrotados<br />porque a lei manteve o caráter obrigatório para a oferta do Ensino Religioso nos<br />horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. Minimizando o dano, a LDB de 1996 reincorpora o dispositivo “sem ônus para os cofres públicos”, mas o lobby da Igreja Católica não deixaria por menos e tornaria a derrota ainda pior. É justamente nesse momento que o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper), uma organização composta por cristãos de diversas origens é criado. O então Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, propôs alterar a LDB já no momento de sua promulgação e três novos projetos foram propostos, sendo aprovado o do deputado Padre Roque (PT-PR). Tramitando evidentemente em regime de urgência, o projeto<br />resulta na Lei n. 9475, de 22 de julho de 1997. A LDB é modificada e o Ensino<br />Religioso é considerado “parte integrante da formação básica do cidadão”. A restrição aos gastos públicos com o Ensino Religioso desaparece e caberá aos estados regulamentarem os procedimentos para definir o conteúdo dessas disciplinas, bem como a forma de selecionar e contratar seus professores.<br />
<br />
Estava aberto o caminho para cada um fazer o que quiser, como bem entender e, por que não, como bem mandar a fé de governos, professores e diretores de escolas?<br /><br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">5. 2 - O obscurantismo do Rio</span></b><br />Presbiterianos e eleitos com largo apoio das igrejas evangélicas, o “casal<br />Garotinho” não desperdiçou a chance de evangelizar o Estado. Em setembro de 2000, o marido sanciona a Lei 3.459, do ex-deputado católico Carlos Dias (PP-RJ) que estabelece o ensino religioso confessional na rede estadual. Em 2003, a Assembléia Legislativa do Rio tenta modificar a Lei dizendo que ela terá caráter histórico, sem diferenciação de credos. A esposa, já governadora, veta este artigo da proposta e, em janeiro do ano seguinte, realiza o concurso público onde foram aprovados 1299 professores de ensino religioso. O concurso oferecia 500 vagas, todas preenchidas.<br />
<br />Esses professores se somaram aos 364 professores que, amparados pelo Decreto 31086 de 2002, do marido, já haviam sido desviados de outras disciplinas e lecionavam educação religiosa. Em março do mesmo ano, a ALERJ ratifica o veto de Rosinha e o ensino confessional está consumado.<br />
<br />Entrevistei a coordenadora de Ensino Religioso do Rio de Janeiro, Valéria<br />Gomes, nomeada pela Cúria Diocesana do Rio. De acordo com ela, dos professores aprovados, 68,2% ministra aulas da religião católica. Em seguida vem os evangélicos (26,31%) e os de “outras religiões” (5,26%). Segundo a coordenadora, nesses 5% de outras religiões estão a umbanda (com 5 professores contratados), o espiritismo, segundo Alan Kardek (com 3 professores contratados), Igreja Messiânica (com 3 professores contratados) e Mórmons (com 1 professor contratado). A coordenadora informou ainda que essa divisão foi realizada com base em pesquisa feita em 2001, na rede pública de ensino estadual, que teria revelado que havia 65% de alunos católicos,<br />25% evangélicos, 5% de outras religiões e 5% sem credo.<br />
<br />Para explicar porque o candomblé ficou de fora, a coordenadora resumiu: “Não<br />temos registro na pesquisa realizada em 2001 de alunos que praticam candomblé”.<br /><br />
Perguntei se ela tinha conhecimento de que, historicamente, muitas pessoas que cultuam o candomblé omitem sua opção religiosa por medo de serem discriminadas. A coordenadora disse que sim, mas que era difícil mudar essa realidade. Gomes afirmava, contudo, que “não haveria proselitismo”. Outras entrevistas com professores de Ensino Religioso, com diretores de escola e com alunos de candomblé, além de observações em escolas revelariam o contrário.<br />
<br />
<br /><b><span style="font-size: large;"> </span></b><br />
<b><span style="font-size: large;">6 - Quem são os meus amigos?</span></b><br />Esta pergunta começa a ser feita na página 32, do volume “O fato Cristão”. Nela<br />está escrito que existem vários nomes, mas um só Deus, como Olorum, para os afrodescendentes.<br />
<br />Não há problema para a Igreja católica a forma como as religiões nomeiam Deus, isso está claro. Mas as diferenças entre os credos não se limitam ao<br />nome que conferem ao divino. É evidente que essas concessões feitas pelo material didático buscam somente uma aparência “politicamente correta” e “superficialmente inclusiva e tolerante”. Não fosse isso, os ritos de oferendas de animais praticados pelos candomblecistas não seriam criticados como “práticas que não respeitam a vida”, como já foi mencionado. Esse é um exemplo de limite para o conceito de tolerância. O que é hegemônico aceita apenas e só apenas o que não lhe afeta tanto, o que afinal, não é “tão diferente” assim.<br />
<br />
Uma das professoras católicas entrevistadas, referindo-se a seus alunos, me disse uma vez: “A maioria é católica e evangélica, os de candomblé ou não existem ou são bem poucos e temos que ser tolerantes, não há o que fazer.”<br />
<br />
Essa fala me leva a um caminho tortuoso. Contudo, é preciso enfrentar essa discussão sem pretender esgotá-la nos limites desse trabalho. O conceito de tolerância é um daqueles que me parece duplo, do tipo xipófago, ou seja, nunca consegui dizê-lo sem dizê-lo grudado no conceito de poder. Dentro das margens do que me proponho discutir aqui, ficarei apenas com Skliar (2003) e com o que ele traz de Bauman (1996).<br />
<br />De acordo com Skliar, a tolerância é uma voz, entre outras, que ressoa com<br />particular reverberação na retórica e na gramaticalidade do espaço multicultural.<br />
<br />“Tolerar o outro, tolerar o que é o outro, tolerar a diversidade, tolerar a diferença; fazer da tolerância um princípio indesculpável, uma fonte de conhecimento, um lugar de comunicação. Então: voltemos a olhar bem a gramática/retórica da tolerância”.<br />
<br />(Skliar, 2003:131). Este autor insiste que a essência da vida moderna constitui um esforço para exterminar a ambivalência, isto é, uma intenção voraz por definir com a máxima precisão e para eliminar toda ambigüidade.<br /><br /><i>E é justamente por essa razão que a intolerância acaba sendo uma inclinação natural (1) da modernidade, pois a construção da ordem estabelece limites para a incorporação e para a admissão de qualquer entidade, de qualquer sujeito, de qualquer alteridade, de qualquer outro. Permanece sempre a vontade de acabar com a ambigüidade e, portanto, de manter a intolerância, inclusive quando ela se esconde sob a máscara da tolerância. Uma máscara que, como diz Bauman (1996,p.82), pode ser assim mais bem expressa: você é detestável, mas eu, sendo generoso, vou permitir que continue vivendo.</i> (op.cit,132).<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">1 Eu apenas trocaria “natural” por “social” posto que as intolerâncias são construídas socialmente a partir das contradições de classe e cultura. </span><br />
<br />
<br />Para Skliar, ao se compreender a tolerância como uma virtude natural ou<br />como uma utopia incontestável, ignora-se também a relação de poder que lhe dá razão e sustento. E, de novo, cita Bauman:<br />
<br /><i><b>"A tolerância não inclui a aceitação do valor do outro; </b></i><br />
<i><b>pelo contrário, é uma vez mais, talvez de maneira mais sutil e subterrânea, a forma de reafirmar a inferioridade do outro e serve de ante-sala para a intenção de acabar com sua especificidade – junto ao convite ao outro para cooperar na consumação do inevitável. A tão aclamada humanidade dos sistemas políticos tolerantes não vai além de consentir a demora do conflito final."</b><b> (apud. Skliar, 2003:133).</b></i><br />
<br />
<br />O conflito final citado por Bauman é entendido por Skliar como acabar com a<br />especificidade do outro e torná-lo cúmplice de seu aniquilamento. <i>“A inevitabilidade da mesmidade do outro, do outro como o mesmo. Sua inferioridade. O outro como um suspenso adiável. Seu mistério alienado pela tolerância. Reduzido pela tolerância. Apagado pela tolerância”</i>. (op.cit.133).<br />
<br />
<br />
<br /><br />
<span style="font-size: large;"><b>6. 1 - Aliança católica-evangélica</b></span><br />Voltando a pergunta “Quem são os meus amigos”? iniciada na página 32 de “O<br />fato Cristão”. Ali, a resposta vai rapidamente “tolerar” o “outro” que nomeia o mesmo Deus de forma diferente: “Tantos povos e um só Deus. Tantos nomes, mas um só Deus.<br />
<br />Os hebreus o chamam Adonai; os mulçumanos, de Alá; os índios guaranis, de<br />Nhanderu; os afro-brasileiros de Olorum”, mas fica por aqui o “Diálogo de Esperança”, que dá título a esse capítulo do material analisado. Rapidamente o livro abandona esses “outros” e, ao falar da “Consciência de que somos todos irmãos”, vai dizer: “Os cristãos, católicos, protestantes e ortodoxos, anunciam ao mundo o amor de Cristo, o Filho de Deus. Nossa missão de trabalhar unidos por um mundo melhor, mais justo e fraterno, vai enfim construir a paz.” (pg.36). Fica evidente que a “consciência fraterna” deixa de fora os que nomeiam Deus de forma diferente e, da mesma forma que não insere esses “diferentes” no trabalho de construção de um mundo melhor.<br />
<br />Podemos resumir assim: o material didático católico torna cúmplices os<br />“diferentes”, ao mencioná-los na página 32, tolerando que chamem Deus de forma diversa (desde que seja o mesmo Deus único), depois pode anulá-los na página 36 onde desaparecem e sequer são mencionados como irmãos, para, enfim, aniquilá-los na página 38 conclamando: “Todos os povos louvem o Senhor”. Como se “todos os povos”, tivessem o “mesmo Senhor”, ou “algum Senhor”.<br />
<br />Ressalto, ainda, que nas páginas 38 e 39 existe uma belíssima ilustração do<br />Cristo Redentor. Em seu braço direito foram desenhados cinco meninos de cores e raças diferentes representando, evidentemente, a pluralidade da sociedade brasileira. Presente, o negro serve para “simular” uma democracia racial, inexistente em nosso país. De novo: aqui só importa assegurar a “aparência politicamente correta”. Mesmo que o desenho seja de um menino negro, este está inserido em situações que desprezam que o candomblé, por exemplo, seja uma parte fundamental das culturas afro-descendentes. O desenho de um menino negro serve para reforçar a dominação branca.<br />
<br />Além disso, em centenas de ilustrações dos quatro volumes analisados, em<br />apenas um deles (A Igreja de Cristo) existem raros desenhos de negros em situações concretas. Na página 46, há um menino negro desenhado ao lado de uma menina e outro menino brancos recebendo aulas de um professor branco e louro. Na página 75, um casal inter-racial batiza seu filho. Na página 80, mulheres e crianças negras em situação cotidiana sim. Mas como? Em uma ilustração que parece representar uma comunidade pobre, ao fundo, uma mulher negra carrega uma lata de água na cabeça e outra, com o filho nos braços, e reunida com crianças negras, ouve Jesus falar. Ou seja, para<br />representar o professor, o desenho é de um homem branco e louro, para carregar a lata de água na comunidade, a mulher negra. Os velhos preconceitos dos livros didáticos denunciados e combatidos por tantos professores e professoras preocupados com essa questão são mais uma vez reforçados. Sem falar que onde aparecem representados em situação de fé, nenhum traço das religiões afro-descendentes, apenas do catolicismo.Enfim, as ilustrações reforçam o que diz a página 36 deste volume: “Todos os povos louvem o Senhor”. Para serem tolerados e inseridos todos devem obedecer as regras da subalternidade e da fé católica.<br /><br />Assim, os livros didáticos católicos vão reforçar e continuar a aliança entre<br />católicos e evangélicos que já vem sendo estabelecida na prática cotidiana da sala de aula do Ensino Religioso. Para não termos dúvida, voltemos para mais duas entrevistas com professoras desta disciplina. Uma professora católica diz como seleciona conteúdos: “Uso textos do Padre Marcelo Rossi e também a bíblia, selecionando os trechos comuns a católicos e evangélicos”.<br />
<br />
Já uma outra educadora evangélica afirma: <br />“No ano passado eu tinha uns 8 alunos que eram ogans, que se convenceram que estavam errados e hoje são cristãos. Quando somos tolerantes eles acabam entendendo que estão errados.”<br />
<br />A “cooperação” entre católicos e evangélicos também pode ser notada na própria Coordenação de Ensino Religioso, órgão da Secretaria Estadual de Educação. Lá, apenas católicos e evangélicos possuem representação em Departamentos. A chefia da Coordenação é católica e nomeada pela Arquidiocese, que também nomeia a diretora do Departamento de Ensino Religioso Católico. Já a diretora do Departamento de Ensino Religioso Evangélico é nomeada pela Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil. Por telefone, a diretora desse último, que preferiu se identificar apenas por Vera Lúcia disse:<br />“Nós não temos ainda nosso próprio material específico didático. Por enquanto,<br />usamos os livros que foram cedidos pela Sociedade Bíblica do Rio de Janeiro. Fizemos um levantamento de seus livros didáticos e escolhemos os que tinham a ver com nosso plano básico. Trabalhamos de maneira amigável com os católicos”. Perguntei a ela porque as outras religiões não estavam representadas em departamentos e a diretora respondeu: “Não, aqui, só os nossos”.<br />
<br />Vamos deixar um pouco os livros didáticos e os textos de nossos teóricos e ler,<br />juntos, uma notícia da página 11, do Caderno O País, do Jornal O Globo, desse domingo calorento demais que foi o 13 de abril de 2008:<br />
<br />“O senador,“ex-bispo” da Igreja Universal do Reino de Deus e pré-candidato do PRB à Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, anda circulando com desenvoltura em<br />ambientes que vão dos salões da Arquidiocese do Estado do Rio às quadras das<br />escolas de samba”(...) Há 15 dias, Crivella participou de uma reunião plenária da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. (...) Como evangélico, Crivella continua frequentando os cultos da Igreja Universal e discursando nos púlpitos. Mas, como pré-candidato, também tem procurado outras religiões: já teve pelo menos um encontro com o arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Dom Eugenio Sales. Ainda para tentar atrair os católicos, deve sacramentar a aliança com o PTB, que apresenta como candidato a vice o ex-deputado estadual Carlos Dias, ligado ao movimento carismático da Igreja Católica”.<br /><br />Ora, se não é o mesmo Carlos Dias, autor da Lei do Ensino Religioso Confessional aprovada no Rio. A escola é, de fato, um mundo social e para<br />compreender as alianças táticas em seu interior é preciso olhar para além de seus muros e ver como essas alianças estão articuladas para objetivos estratégicos fora e dentro dela.<br />
<br /><br />
<b><span style="font-size: large;">7 – Bolinhos de chuva e a construção do conhecimento</span></b><br />Quando eu era criança uma das coisas que mais gostava de fazer era observar<br />minha avó na cozinha. Até hoje, este é um dos lugares preferidos de minhas lembranças.<br />
<br />Eu chegava da escola, almoçava, ajudava com a louça e sentava na enorme bancada de mármore da pia para vê-la preparar alguma delícia para o lanche das tardes. Ali eu ouvia da família que ficara na Itália, de cinema, de canções e histórias que ela gostava. Certa tarde, a guloseima da vez eram seus famosos bolinhos de chuva. Como sempre, dona Maria misturava o leite morno à farinha e eu, que já reivindicava há tempos ajudar, pedi para quebrar os ovos. Foi quando ela me disse: “Isso não é assim não filhinha! Isso tem C I Ê N C I A!” Dali para frente não mudaria. Toda vez que minha avó queria dizer que<br />algo pedia uma metodologia mais complexa e algum experimento prático cujo resultado exigisse comprovação, ela empostaria a voz e repetiria a frase “Isso tem C I Ê N C I A”, com as sílabas bem separadas.<br />
<br />Naquela mesma bancada, minha avó que era muito católica, já tinha me dito<br />havia algum tempo que, para acreditar que um dia eu conheceria sua mãe, minha bisavó, no céu, era preciso ter FÉ. “Tem coisa filhinha, que só tendo muita FÉ!”. Já FÉ, ela pronunciava num monossílabo forte, definitivo e encerrado. Então, foi na cozinha de minha avó que comecei a aprender que havia campos diferentes de saber e modos diferentes de perceber, conhecer e interpretar a vida. Alguns diriam respeito à ciência, outros, à fé. Aos poucos as coisas que precisavam ficar mais claras sobre a ciência ficaram mais claras na escola, com tudo o que o mundo da escola trazia: professores, professoras, colegas, livros, cinema. E, as que precisavam ficar mais claras sobre a fé<br />ficaram mais claras na igreja, que eu também freqüentava desde pequena, e com tudo o que o mundo da Igreja significava: padres, freiras, colegas, catequese, missas, livros, grupo jovem, cinema.<br />
<br />Alguns amigos e amigas trilharam semelhante caminho e, em algum ponto,<br />tomamos diferentes direções. No meu caso, deixei de ter fé e abandonei a religião. <br /><br />Julguei que, por mais que a ciência e os cientistas não tivessem e não tenham todas as respostas para todas as questões sobre o universo, não significava e nem significa que existisse uma força divina e, portanto, sobrenatural por traz dessas lacunas. Mesmo que não venhamos a conhecer tudo em nossa limitada e curta história da humanidade.<br />
<br />Outros seguem acreditando e conciliando ciência e fé num equilíbrio que confere<br />sentido à suas vidas. A minha, que, para mim, não concilia, também é plena de sentido.<br />
<br />Olhando para trás percebo que um elemento foi fundamental nas minhas opções<br />de vida: a escola me garantiu autonomia de pensamento. A mesma autonomia que fez com que diversos colegas de escola mantivessem sua fé em diferentes modos de expressar e viver a religiosidade.<br />
<br />Para a minha avó, a ciência organizava uma certa maneira de pensar e fazer<br />certas coisas que ia garantir, numa significativa quantidade de vezes, que, misturados os ingredientes tais e de uma maneira específica, seus bolinhos de chuva saíssem daquela forma e não de outra. É claro que, como toda ciência séria, é preciso considerar as variáveis e as famosas circunstâncias. Os modos como farinhas são produzidas, vendidas e armazenadas, o estado dos ovos e mesmo as motivações e o estado de espírito da minha avó. Isso serve tanto para os bolinhos de chuva, como para os cientistas e a clonagem, a engenharia genética, as investigações sobre o universo. Já o campo da fé organizaria e daria soluções para outras coisas importantes para ela. Por exemplo, a saudade que ela sentia de sua mãe.<br />
<br />O problema é quando, na escola, se mistura uma coisa e outra. É misturar numa aula de ciências, bolinhos de chuva e vida após a morte. Para a primeira, ainda que com sabores ou recheios diferentes, haverá possibilidades de verificar a eficácia ou não de sua produção. Para a segunda, 50 alunos darão 158 respostas diferentes.<br />
<br />Definitivamente, a sala de aula não deve ser o espaço de legitimação de nenhuma delas e, para mim, por dois motivos. Primeiro, porque nenhuma das 158 respostas são comprovável, a não ser no espaço íntimo da fé de cada um.<br />
<br />
Segundo, porque empoderando e legitimando uma, ou as semelhantes em aspectos fundamentais, outras tantas seriam excluídas e desempoderadas. E claro que 158 foi um chute.<br />
<br />Concordando com o físico brasileiro Marcelo Gleiser, também não acredito que<br />a função da ciência deva ser “tirar Deus das pessoas”. Para ele, muitos cientistas acreditam que o estudo da ciência serve para comprovar a beleza da criação, mas a religião não pode pretender ocupar o lugar da ciência.<br /><br />Eu, que não mais acredito em um plano divino para o progresso da humanidade<br />e sim que a história se transforma em função dos conflitos econômicos e sociais(Marx, 2007), imagino apenas a seguinte situação: à noite, deitada com o meu amor, nas areias de uma praia, na Ilha Grande, olhamos o céu e suas incontáveis estrelas. Sei que para os candomblecistas, Ólorum criou tudo isso e para os católicos, o Deus dos católicos. Já para alguns cientistas o universo é tão perfeito que não há nada que um Deus possa fazer e outros dirão que justamente essa perfeição revela a existência de Deus. De minha parte, só acho um privilégio danado poder apreciar essa beleza imensa. Seja quem ou o que for que a tenha criado ou que, como penso, ela simplesmente tenha surgido por pura sorte nossa.<br />
<br /><br />
<span style="font-size: large;"><b>8 – Devolver a laicidade do Estado e da escola</b></span><br />Considerações finais<br />Marcado pela desigualdade, pela ausência de projetos políticos transformadores<br />e pelo elevado índice de violência, o Estado do Rio se tornou ideal para, como vimos, propiciar a união do poder político e de fundamentalismos religiosos seja de evangélicos, neo-evangélicos ou católicos. Em 2004, Rosinha Garotinho definiu que o tema daquele ano para as aulas de religião na rede pública seria “criação” e que o criacionismo seria discutido nas escolas. Três anos depois, usando de seu poder econômico, a Igreja Católica lança seus livros didáticos onde o criacionismo é um dos carros-chefes. A escola, nesse momento, representa um mercado religioso a ser dividido e conquistado por esta aliança evangélico-católica que deixa de lado antigas divergências em benefício de interesses religiosos e políticos maiores. Os livros didáticos católicos, que trabalham temas comuns com os evangélicos, representam mais um componente nesta relação que vem se amalgamando.<br />
<br />Essa absurda realidade se tornou possível por dois motivos: a Igreja Católica, há mais tempo empenhada em manter sua hegemonia, nunca abriu mão de ver a escola pública como um lugar de catequese, por outro lado, os setores laicos da educação se retiraram da batalha, incluindo sindicatos e associações. Há algumas resistências importantes, como o Projeto de Lei número 1069/2007, de autoria do Deputado Estadual Marcelo Freixo que revoga a lei 3459/2000 e retira a confessionalidade do Ensino Religioso. Evidente está que não há pressa para sua tramitação. Como a obrigatoriedade do Ensino Religioso é uma Lei Federal, não pode ser extinta por uma lei estadual. Isso, no entanto, não deve ser o limite, nem o horizonte dessa disputa.<br />
<br />Logo depois de assumir, o ex-secretário de Educação do Rio, Nelson Maculan,<br />declarava aos jornais, no dia 13/4/2006, que pretendia acabar com o ensino religioso confessional e nunca mais tocou no assunto. Parece que o assunto também não existe para a nova secretária Tereza Porto. O silêncio interessa aos setores envolvidos na aliança católico-evangélica, que, devagar e em surdina conseguiu acabar com a laicidade do Estado do Rio. Aos professores e professoras que defendem que escola não é lugar de qualquer religião, nenhum silêncio interessa. O GT de currículo e o GT afrodescendente, em especial, precisam garantir essa discussão e denunciar, na ANPED e fora dela, o crime que o Estado do Rio comete.<br />
<br /><br />
<br />
Referências bibliográficas<br /><br />
CUNHA, Luiz Antônio, Ensino Religioso nas Escolas Públicas: a propósito de um<br />seminário internacional. In: Educação e Sociedade, 97. V.27 – set/dez-, São Paulo:<br />CEDES, 2006.<br />____________________, Sintonia Oscilante: Religião, Moral e Civismo no Brasil –<br />1931/1997. In: Cadernos de Pesquisa, maio/agosto. V.37,n.131, São Paulo: Autores<br />Associados, 2007.<br />ENGELS, Friedrich e MARX, Karl, A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo: 2007.<br />FORQUIN, Jean-Claude, Escola e Cultura – as bases sociais e epistemológicas do<br />conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.<br />GLEISER, Marcelo, A Dança do Universo – dos Mitos de Criação ao Big-Bang. São<br />Paulo: Companhia das Letras, 1997),<br />SANTORO, Dom Filippo (Coordd.Geral), As Obras de Deus Criador. Rio de Janeiro:<br />Vozes, 2007<br />__________________________________, A Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Vozes,<br />2007<br />__________________________________, O fato Cristão. Rio de Janeiro, Vozes: 2007<br />__________________________________, Os Sinais do Espírito. Rio de Janeiro:<br />Vozes, 2007<br />17<br />SKLIAR, Carlos, Pedagogia (improvável) da diferença – e se o outro não estivesse aí?<br />Rio de Janeiro: DP&A, 2003.Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-12548931391296162152013-04-11T08:19:00.001-03:002013-04-11T08:36:30.374-03:00Contardo Calligaris - O psicanalista explica por que a homossexualidade incomoda tanto?<div id="postado" style="width: 620px;">
<div id="txt-postado" style="color: #b5b5b5; font-size: 10px;">
<abbr class="updated" title="2012-01-17T16:33:06 -02:00">20.10.2011</abbr> | Texto:<span class="author" style="color: black; font-weight: bold;"> Lia Hama</span><br />
<br />
<span class="author" style="color: black; font-weight: bold;"><span style="font-size: large;"><a href="http://revistatrip.uol.com.br/revista/204/reportagens/contardo-calligaris.html">revistatrip</a></span></span> </div>
</div>
<div class="entry-content" style="clear: both; padding-top: 5px;">
<span class="ft4" id="AC_fonte">
</span><br />
<div class="imagem_wyiwyg" style="width: 620px;">
<div class="img_credito">
<span class="ft4" id="AC_fonte">Charles Gatewood/Topfoto/Keystock</span></div>
<span class="ft4" id="AC_fonte"><img alt="" src="http://revistatrip.uol.com.br/_lib/common/imgCrop.php?params=trip-204-contardo-0001.jpg_._399_._620" /></span></div>
<span class="ft4" id="AC_fonte">
</span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span class="ft4" id="AC_fonte"><b>De onde vem a homofobia? Como
funciona o preconceito de quem acha que não o tem? Para responder a
essas e outras perguntas, convocamos o psicanalista Contardo Calligaris -
que sonha com um tempo em que ser homo, hétero ou bi não seja
fundamental para definir nossas identidades</b></span></div>
<span class="ft4" id="AC_fonte">
</span>
<div style="text-align: center;">
<span class="ft4" id="AC_fonte"><br /></span></div>
<span class="ft4" id="AC_fonte">
<b>Contardo Calligaris</b> é um homem acostumado a temas
espinhosos. O psicanalista italiano de 63 anos, nascido em Milão e
radicado em São Paulo, assina colunas toda quinta-feira na Folha de
S.Paulo, e a trinca sexo, amor e relacionamentos é uma de suas
constantes. Nesta edição de Trip dedicada à diversidade sexual,
convidamos o terapeuta para refletir sobre por que, afinal, a
homossexualidade provoca tanto incômodo. “Ninguém se incomoda com algo a
não ser que isso seja objeto de um conflito interno. O homofóbico tem
dificuldade em conter traços de homossexualidade que estão dentro dele”,
responde Contardo. Segundo o psicanalista, as piadinhas sobre gays, tão
comuns nas rodas de homens, celebram um laço que, no fundo, é
homossexual. “Ninguém conta uma piada de veado para uma mulher, porque
para ela é uma coisa totalmente ridícula. Ela vai virar e dizer:
‘Hein?’.”<br />
<br />
Na entrevista a seguir, Contardo aponta para o enorme preconceito
contra gays e lésbicas que ainda persiste no Brasil, fala sobre o papel
das novelas na formação da opinião pública e defende a aprovação da lei
que criminaliza a homofobia. “Essa garantia legal é crucial”, afirma. O
psicanalista sai em defesa do “politicamente correto”, que, aqui, não
funciona como nos EUA. “Lá, alguém como o [deputado federal Jair]
Bolsonaro já estaria na cadeia há muito tempo”, acredita. Seu desejo,
diz, é que a sociedade avance para um estágio em que se possa viver
livremente de forma “junta e misturada”, ou seja, em uma realidade na
qual ser heterossexual ou homossexual não seja tão importante para
definir as nossas identidades.<br />
<br />
<b>Por que a homossexualidade incomoda tanto?</b><br />Vários
psicanalistas e psicólogos já formularam sobre isso. Existe quase uma
regra que quase nunca se desmente na prática. Quando as minhas reações
são excessivas, deslocadas e difíceis de serem justificadas é porque
emanam de um conflito interno. Por que afinal me incomodaria meu vizinho
ser homossexual e beijar outro homem na boca? De forma simples, o que
acontece é: “Estou com dificuldades de conter a minha própria
homossexualidade, então acho mais fácil tentar reprimir a
homossexualidade dos outros, ou seja, condená-la, persegui-la e
reprimi-la, se possível até fisicamente porque isso me ajuda a conter a
minha”. O problema de toda neurose é que a gente reprime muito mais do
que precisa. A neurose multiplica a repressão. Se eu tenho uma vaga
impressão de que eu poderia ter uma atração por um colega de classe,
então acabo construindo uma série de comportamentos que me convençam de
que não só não tenho atração nenhuma como eventualmente posso chamar
esse colega de veado, criar um grupo de pessoas que compartilham daquela
opinião e esperar ele sair da escola para enchê-lo de porrada.<br />
<br />
<b>O homofóbico necessariamente é um gay enrustido?</b><br />Eu
não diria que é um gay enrustido. A homofobia responde a uma
necessidade de reprimir uma parte da sexualidade, mas não significa
necessariamente que essa pessoa seja homossexual. É alguém que está
reagindo neuroticamente a traços de homossexualidade que estão em cada
um. Isso já é suficiente para criar a homofobia.<br />
<br />
<b>A sociedade brasileira ainda é muito preconceituosa? O politicamente correto mascara isso?</b><br />O
politicamente correto no Brasil é muito precário se comparado ao dos
Estados Unidos. Aqui as pessoas se autorizam a dizer coisas que lá
seriam impensáveis. O Bolsonaro já estaria na cadeia há muito tempo. Não
tenho nada contra o politicamente correto, mesmo os seus excessos,
porque não estou convencido de que as falas sejam inocentes. As piadas
de discriminação deveriam ser proibidas. Deveria ser possível agir
legalmente contra isso. Mas, sim, acho que a sociedade brasileira ainda é
fortemente preconceituosa. O engraçado é que as formas mais triviais de
preconceito se expressam em grupos que acabam sendo homossexuais. O
clássico é a piada de veado, que faz todo mundo rir e ocorre numa roda
de homens na padaria. Esses homens celebram rindo um laço entre eles
que, no fundo, é homossexual. Os quatro skinheads que saem à noite para
dar porrada na praça da República substituem o que seria uma
homossexualidade neles batendo em quem eles supõem ser homossexual.<br />
<br />
<b>Você é a favor da lei que criminaliza a homofobia?</b><br />Sou
totalmente a favor. Incitar o ódio e a exclusão não dá. A liberdade de
expressão não justifica ir contra direitos fundamentais.<br />
<br />
<b>Como funciona o preconceito das pessoas que dizem não ter
preconceito? Como reagem pais que se consideram esclarecidos quando
descobrem que o filho é gay?</b><br />No caso dos pais, tem uma parte
da reação que não é necessariamente homofóbica. Há um sentimento de
perda e preocupação. Eles presumem que não terão netos, isso é uma
perda. Eles têm uma apreciação realista da sociedade. Pensam: “Se o meu
filho for gay, a vida dele será mais dura. Não poderá viver em qualquer
lugar, vai ter que morar em grandes metrópoles. Quando for alugar um
apartamento, talvez encontre um dono que não vai gostar de saber que ele
vive com outro homem. Uma noite pode estar na praça da República e ser
agredido. Quando for fazer a queixa na delegacia, pode ouvir que, se não
fosse veado, isso não teria acontecido. Vai trabalhar numa
multinacional e todo mundo vai ter a foto da mulher ou do marido em cima
da mesa. Ter a foto de alguém do mesmo sexo provavelmente não vai
contribuir para o progresso da carreira dele. Enfim, haverá uma série de
limitações”. Pode ser que para nossos filhos e netos isso evolua, mas a
realidade hoje é essa.<br />
<br />
<b>Esses pais se culpam? Perguntam: “Onde foi que eu errei?”</b><br />Hoje
muito menos, o que prova que a homossexualidade está sendo menos
considerada como patologia do que no passado. A homossexualidade é
produzida por uma série de coisas complexas, algumas, aliás, não têm
nada a ver com o tipo de criação que a pessoa recebeu. Responsabilizar
os pais é algo grotesco. Agora, nos anos 70, sim. Eu atendi pais que se
recusavam completamente a aceitar que os filhos eram gays. E tive
pacientes homossexuais que tinham perdido o contato com os pais a partir
do momento em que saíram do armário.<br />
<br />
<b>Como você vê a representação dos gays nas novelas?</b><br />A
existência de gays como personagens positivos ou simplesmente aceitos
tem um efeito importante. A novela das nove é a grande formadora de
opinião no Brasil. Às vezes tem até uma capacidade de antecipar e
transformar a visão sobre as coisas. Nem sempre o que aparece nas
novelas é porque os brasileiros mudaram. Às vezes os brasileiros mudam
porque apareceu na novela. É pequena a antecipação, mas ela existe. A
novela pode se propor a escandalizar um pouco, permitir que as pessoas
pensem um pouco além do que elas pensavam antes.<br />
<br />
<b>Homossexualidade é genética ou construída? Ou nem cabe mais essa questão?</b><br />É
um debate aberto. O que todo mundo sabe hoje é que a genética não é o
destino de ninguém. Mesmo que existisse um gene da homossexualidade,
que, se existe, ainda não foi encontrado, ele precisaria ser posto em
ação. Os nosso genes se realizam ou não a partir de uma série de
questões relacionadas ao ambiente – geofísico e humano. Imaginar que
exista uma separação rigorosa entre o genético e o construído é ingênuo.
As coisas se misturam. O grande argumento a favor da tese de que é
genético é que existem pesquisas com gêmeos que mostram que, em
univitelinos, se um é homossexual a maioria dos irmãos também é. Algo em
torno de 60%. Agora, isso é um argumento a favor da tese? Na verdade, é
um argumento contra porque, se são univitelinos, deveria ser 100%, já
que o patrimônio genético dos dois é rigorosamente igual. O caso é
interessante porque mostra que a coisa é mais complexa.<br />
</span><div style="text-align: center;">
<span class="ft4" id="AC_fonte">
<i><span style="font-size: large;">"O gênero não é o mais importante </span></i></span></div>
</div>
<div class="entry-content" style="clear: both; padding-top: 5px; text-align: center;">
<i><span class="ft4" id="AC_fonte" style="font-size: large;">para definir a sexualidade de alguém. </span></i></div>
<div class="entry-content" style="clear: both; padding-top: 5px; text-align: center;">
<i><span class="ft4" id="AC_fonte" style="font-size: large;">A fantasia define muito mais" </span></i></div>
<div class="entry-content" style="clear: both; padding-top: 5px;">
<span class="ft4" id="AC_fonte"></span></div>
<div class="entry-content" style="clear: both; padding-top: 5px;">
<span class="ft4" id="AC_fonte"><br />
<b>Crianças criadas por casais homossexuais sofrem de
dificuldades específicas? Seu desenvolvimento é diferente do de crianças
de casais heterossexuais?</b>Isso já está totalmente
estabelecido. Há um campo de pesquisas importante nos EUA e em alguns
países da Europa, onde já há um bom tempo os casais homossexuais foram
autorizados a adotar crianças. Está absolutamente claro que as
estatísticas, tanto do futuro da vida sexual dessas crianças como da
patologia eventual delas, são absolutamente idênticas às das crianças
criadas por casais héteros. Acho que isso não deveria nem mais ser tema
de conversa. Porque os resultados estão lá, são conhecidos.<br />
<br />
<b>O preconceito é maior em relação a casais de homens que desejam adotar filhos?</b>É
possível. Até porque um dos grandes mitos da homofobia é que as
pessoas, sobretudo as mais ignorantes, confundem homossexualidade com
pedofilia. Então elas perguntam: “Mas como um casal de homossexuais
masculinos vai adotar crianças? Eles vão estuprá-las”. E a pedofilia
pode ser totalmente heterossexual.<br />
<br />
<b>Você já sentiu atração por homens? Teve vontade de beijar e transar com um homem?</b><br />Não, atração nesse sentido não... Mas cresci nos anos 60, uma época de amor livre. Tudo aquilo era bastante aberto e misturado.<br />
<br />
<b>Deu para experimentar bastante coisa?</b><br />Sim.<br />
<br />
<b>Você já questionou a sua orientação sexual?</b><br />Questionar
a orientação sexual já é em si um problema porque, no fundo, eu não
acredito muito nessa distinção entre homossexual e heterossexual como um
divisor de águas. Do ponto de vista da personalidade de alguém, é um
fato muito marginal. Muito mais do que se ela transa com pessoas do
mesmo sexo ou não, o que define uma pessoa é a fantasia sexual com a
qual ela funciona. Um homossexual cuja sexualidade é alimentada numa
fantasia sadomasoquista tem muito mais a ver com um heterossexual com
fantasia parecida do que com outro homossexual que, ao contrário, gosta
de transar ternamente, dando beijinhos. O gênero não é o mais importante
para definir a sexualidade de alguém. A fantasia define muito mais.<br />
<br />
<b>Há quem diga que no futuro as pessoas vão se relacionar
independentemente do gênero. Seria tudo meio “junto e misturado”. Você
concorda com isso?</b><br />Eu preferiria que fosse assim. A
homossexualidade se tornou uma identidade necessária para tempos de
luta. Nos últimos 30 ou 40 anos e certamente nas próximas décadas ainda
terá que se afirmar para que haja uma paridade de direitos real e
concreta. Mas, uma vez retirada essa necessidade de luta, não sei se a
escolha de gênero do objeto sexual será o mais importante para definir a
identidade de alguém... Sou homossexual ou sou heterossexual. Sim, e
daí? Good for you. Não sei se verei esse novo mundo, mas espero que isto
aconteça: que essa identidade se torne insignificante, pois não será
tão necessária.<br />
</span>
</div>
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-30470373394776207052012-11-29T11:40:00.001-02:002013-04-11T08:30:40.274-03:00Igrejas gostariam que fosse crime tudo o que para elas é pecadooutubro de 2010
<br />
<div class="post-outer">
<div class="post hentry" itemprop="blogPost" itemscope="itemscope" itemtype="http://schema.org/BlogPosting">
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=271141407851107451" name="1057421520620864961"></a>
<br />
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name">
</h3>
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<span class="fn" itemprop="author" itemscope="itemscope" itemtype="http://schema.org/Person"><a href="https://plus.google.com/104137798352539516133" rel="author" title="author profile"><span itemprop="name"></span>
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</span>
</div>
</div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-1057421520620864961" itemprop="description articleBody">
por <b>Contardo Calligaris</b> para <a href="http://www.folha.uol.com.br/">Folha</a><br />
<br />
<a href="http://www.paulopes.com.br/2010/10/igrejas-gostariam-que-fosse-crime-tudo.html#ixzz2DcPua9Dd" style="color: #003399;">paulopes</a><br />
<br /><br />
Em maio passado, durante uma visita ao santuário de Fátima, o papa Bento
16 declarou que o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo
estão entre os mais "insidiosos e perigosos desafios ao bem comum".<br />
<br />
Atualmente, quase todas as igrejas cristãs (curiosamente alinhadas com
as posições do papa) negociam seu apoio aos candidatos à presidência
cobrando posições contra a descriminalização do aborto e contra o
casamento gay.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/_IiqtR-OghpI/TKx2wiLAMaI/AAAAAAAAQJM/J4sBE7XS7r8/s1600/justica.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="310" src="http://1.bp.blogspot.com/_IiqtR-OghpI/TKx2wiLAMaI/AAAAAAAAQJM/J4sBE7XS7r8/s320/justica.jpg" width="230" /></a></div>
Em
2000, segundo o censo, havia, no Brasil, 125 milhões de católicos, 26
milhões de evangélicos e 12 milhões de sem religião. É lógico que os
principais candidatos inventem jeitos de ficar, quanto mais possível, em
cima do muro -tentando satisfazer o lobby cristão, mas sem alienar
totalmente as simpatias de laicos, agnósticos e livres pensadores
(minoritários, mas bastante presentes entre os formadores de opinião).<br />
<br />
Adoraria que as campanhas eleitorais fossem mais corajosas, menos
preocupadas em não contrariar quem pensa diferente do candidato.
Adoraria também que soubéssemos votar sem exigir que nosso candidato
pense exatamente como nós.<br />
<br />
Voltemos à declaração do papa, que junta aborto e casamento gay numa
mesma condenação e, claro, tenta pressionar os poderes públicos, mundo
afora. Para ele, o que é pecado para a igreja deve ser também crime para
o Estado.<br />
<br />
No fundo, com poucas exceções, as igrejas almejam um Estado
confessional, ou seja, querem que o Estado seja regido por leis
conformes às normas da religião que elas professam. De novo, as igrejas
gostariam de uma sociedade em que seja crime tudo o que, para elas, é
pecado: o sonho escondido de qualquer Roma é Teerã ou a Cabul do Talibã.<br />
<br />
Há práticas sexuais que você julga escandalosas? Está difícil reprimir
sua própria conduta? Nenhum problema, a polícia dos costumes vigiará
para que ninguém se dedique ao sexo oral, ao sexo anal ou a transar com
camisinha.<br />
<br />
Para se defender contra esse pesadelo (que, ele sim, é um "insidioso e
perigoso desafio ao bem comum"), em princípio, o Estado laico evita
conceber e promulgar leis só porque elas satisfariam os preceitos de uma
confissão qualquer. As leis do Estado laico tentam valer por sua
racionalidade própria, sem a ajuda de deus algum e de igreja alguma.<br />
<br />
Por exemplo, é proibido roubar e matar, mas essa proibição não é
justificada pelo fato de que essas condutas são estigmatizadas nas
tábuas dos dez mandamentos bíblicos. Para proibir furtos e assassinatos,
não é preciso recorrer a Deus, basta notar que esses atos limitam
brutalmente a liberdade do outro (o assaltado ou o assassinado).<br />
<br />
<span style="color: #f1c232;">Agora, imaginemos que você se oponha ao casamento gay invocando a
santidade do matrimônio. Se você acha que o casamento é um sacramento
divino que só pode ser selado entre um homem e uma mulher, você tem
sorte, pois vive numa democracia laica e sua liberdade é total: você
poderá não se casar nunca com uma pessoa do mesmo sexo. Ou seja, você
poderá manter quanto quiser a santidade e a sacramentalidade de SEU
casamento.</span><br />
<span style="color: #f1c232;"><br /></span>
<span style="color: #f1c232;">Acha pouca coisa? Pense bem: você poderia ser cidadão de uma teocracia
gay, na qual o Estado lhe imporia de casar com alguém do mesmo sexo.</span><br />
<br />
Argumento bizarro? Nem tanto: quem ambiciona impor sua moral privada
como legislação pública deveria sempre pensar seriamente na hipótese de a
legislação pública ser moldada por uma outra moral privada, diferente
da dele.<br />
<br />
Sobre a dobradinha sugerida pela declaração do papa: talvez, para o
pontífice, aborto e casamento gay sejam unidos na mesma condenação por
serem ambos consequências da fraqueza da carne (que, obstinadamente,
quer gozar sem se reproduzir).<br />
<br />
Mas, numa perspectiva laica, a questão do aborto e de sua
descriminalização não tem como ser resolvida pelas mesmas considerações
que acabo de fazer para o casamento gay. Ou seja, não há como dizer: se
você for contra, não faça, mas deixe abortar quem for a favor. Vou
voltar ao assunto, apresentando alguns dilemas que talvez nos ajudem a
pensar.</div>
</div>
</div>
<br />
<br />
.
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-89970459315787074552012-11-29T11:34:00.000-02:002013-11-18T19:26:16.072-02:00Homofobia e homossexualidade<b>
<br />
por <b>Contardo Calligaris</b> para Folha </b><br />
<b><br />
</b><br />
<br />
<b><a href="http://www.paulopes.com.br/2011/11/pesquisa-mostra-que-homofobicos-sentem.html#ixzz2DcObJjEd" style="color: #003399;">paulopes</a></b><br />
<div>
<b><br /></b>
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlIig0HFP3FcEbTEebgqAZomqmluAqIxva3ncJN_kvJZdbW2duhM_W21WPLJZ9vgWlhcIEutmICSPrLbCGon1YLam4nQazarjNcu0xoKzE7Xdq9lZNl2II_Liw4i_RoKhdL_pnKESgp3zY/s1600/gay.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlIig0HFP3FcEbTEebgqAZomqmluAqIxva3ncJN_kvJZdbW2duhM_W21WPLJZ9vgWlhcIEutmICSPrLbCGon1YLam4nQazarjNcu0xoKzE7Xdq9lZNl2II_Liw4i_RoKhdL_pnKESgp3zY/s400/gay.jpg" width="300" /></a>Desde
o fim do ano passado, em São Paulo, assistimos a uma série de ataques
brutais contra homossexuais ou homens que seriam homossexuais aos olhos
de seus agressores.</b><br />
<b><br /></b>
<b>No fim de 2010, por decreto da Presidência da República, foi
estabelecida a finalidade do Conselho Nacional de Combate à
Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (parte da Secretaria de Direitos Humanos). </b><br />
<b><br /></b>
<b>Mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união entre
pessoas do mesmo sexo como unidade familiar. Não me surpreende que uma
explosão de homofobia aconteça logo agora, pois, em geral, o ódio
discriminatório aumenta de maneira diretamente proporcional aos avanços
da tolerância. </b><br />
<b><br /></b>
<b>Funciona assim: quanto mais sou forçado a aceitar o outro como igual a
mim, tanto mais, num âmago que mal reprimo, eu o odeio e quero acabar
com ele. Mas por que eu preferiria que o outro se mantivesse diferente
de mim? Por que não quero reconhecê-lo como igual? O termo de homofobia,
inventado no fim dos 1960, designa, mais que um preconceito, uma reação
emocional à presença de homossexuais (ou presumidos homossexuais), num
leque que vai do desconforto à ansiedade, ao medo e, por fim, à raiva e à
agressão. </b><br />
<b><br /></b>
<b>Numa entrevista na "Trip" de outubro (<a href="http://migre.me/6563w">http://migre.me/6563w</a>),
apresentei a explicação clássica da homofobia do ponto de vista da
psicanálise: "Quando as minhas reações são excessivas, deslocadas e
difíceis de serem justificadas é porque emanam de um conflito interno.
Por que afinal me incomodaria meu vizinho ser homossexual e beijar outro
homem na boca? De forma simples, o que acontece é: 'Estou com
dificuldades de conter a minha própria homossexualidade, então acho mais
fácil tentar reprimir a homossexualidade dos outros, ou seja,
condená-la, persegui-la e reprimi-la, se possível até fisicamente,
porque isso me ajuda a conter a minha'". </b><br />
<b><br /></b>
<b>Exemplo: se eu sinto (e não quero sentir) atração por um colega de
classe do mesmo sexo, o jeito, para me convencer que não sinto atração
alguma, é chamar esse colega de veado, juntar um grupo que, como eu,
odeie homossexuais e esperar o colega na saída da escola para enchê-lo
de porradas.</b><br />
<b><br /></b>
<b>Um amigo me perguntou se essa interpretação da homofobia não era
sobretudo uma forma de vingança: você gosta de agredir homossexuais
pelas ruas da cidade? Olhe o que isso significa: você mesmo é
homossexual. Gostou? O amigo continuou: "Isso não é bonito demais para
ser verdade?".</b><br />
<b><br /></b>
<b>Pois bem, anos atrás, pesquisadores da Universidade da Georgia
selecionaram 64 homens que (na escala Kinsey) se apresentavam como sendo
exclusivamente heterossexuais. Todos foram testados por uma entrevista
(clássica, o IHP) que estabelece o índice de homofobia, de 0 a 100. Com
isso, foram compostos dois grupos: os não homofóbicos (IHP de 0 a 50) e
os homofóbicos (IHP de 50 a 100).</b><br />
<b><br /></b>
<b>Nota: chama-se pletismógrafo um instrumento com o qual se registram as
modificações de tamanho de uma parte do corpo. Pois bem, todos vestiram
um pletismógrafo peniano, graças ao qual qualquer ereção, até incipiente
e mínima, seria medida e registrada. Depois disso, todos os 64 foram
expostos a vídeos pornográficos de quatro minutos mostrando atividade
sexual consensual entre adultos heterossexuais, homossexuais masculinos e
homossexuais femininos. </b><br />
<b><br /></b>
<b>À diferença do que aconteceu com o grupo de controle (ou seja, com os
não homofóbicos), a maioria dos homofóbicos teve tumescência e ereção
significativas diante dos vídeos de sexo entre homossexuais masculinos.
Confirmando a interpretação da psicologia dinâmica: indivíduos
homofóbicos demonstram excitação sexual diante de estímulos
homossexuais. </b><br />
<b><br /></b>
<b>Existe a possibilidade de que a excitação manifestada pelos homofóbicos
seja efeito, por exemplo, de sua vontade de quebrar a cabeça dos
protagonistas dos vídeos -existe, mas é remota (porque os 64 indivíduos
da amostra passaram todos por um questionário que mede a agressividade, e
ninguém se mostrou especialmente agressivo). </b><br />
<b><br /></b>
<b>Para quem quiser conferir, a pesquisa, de Henry E. Adams e outros, foi
publicada no "Journal of Abnormal Psychology" (1996, vol. 105, n.3), com
o título "Is Homophobia Associated with Homosexual Arousal?" (a
homofobia é associada à excitação homossexual?) e é acessível na
internet: <a href="http://migre.me/656Z4">http://migre.me/656Z4</a>.</b></div>
<b>
</b>
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-34333433931622394362012-11-29T11:27:00.000-02:002013-04-11T08:32:17.989-03:00Por que alguém desfila para pedir repressão para os outros? <b><span style="font-size: small;"> Contardo Calligaris para <a href="http://www.folha.uol.com.br/">Folha</a></span></b><br />
<br />
<h2 class="date-header">
<span style="font-size: small;">junho de 2011</span></h2>
<h2 class="date-header">
<span style="font-size: small;"> </span><a href="http://www.paulopes.com.br/2011/06/por-que-alguem-desfila-para-pedir.html#ixzz2DcMORF6i" style="color: #003399;">paulopes</a></h2>
<br />
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.
<br />
<br />
Domingo passado, em São Paulo, foi o dia da Parada Gay.<br />
<br />
Alguns criticam o caráter carnavalesco e caricatural do evento.
Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha do próprio domingo, escreveu
que, na luta pela aceitação pública, "é mais estratégico exibir a
semelhança" do que as diferenças, pois a conduta e a aparência
"ultrajantes" podem ter "efeito negativo" sobre o processo político que
leva à igualdade dos homossexuais. Conclusão: "O papel da Parada é
mostrar que os homossexuais são seres humanos comuns, que têm direito a
proteção e respeito, como qualquer outro cidadão".<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIvwowOBeU-cQE_IWMpzlZmJ6KwuJGb-rclW9PPFkoZujDmLGB1zFeln-T4eqsCVDjhf8ufMG1JOKf0BO-IgiKWGpQtowYAkTiZcfHMseiWLPu9ttejxiwdHoGgJOFS-AFzGhNaNs6sRLZ/s1600/passeatacontraliberdade.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIvwowOBeU-cQE_IWMpzlZmJ6KwuJGb-rclW9PPFkoZujDmLGB1zFeln-T4eqsCVDjhf8ufMG1JOKf0BO-IgiKWGpQtowYAkTiZcfHMseiWLPu9ttejxiwdHoGgJOFS-AFzGhNaNs6sRLZ/s320/passeatacontraliberdade.jpg" width="320" /></a></div>
Entendo e discordo. Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria
ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e
religiosos dominantes. Se você precisa parecer "comum" para que seus
direitos sejam respeitados, é que você está sendo discriminado: você não
será estigmatizado, mas só à condição que você camufle sua diferença.<br />
<br />
Importa, portanto, proteger os direitos dos que não são e não topam ser
"comuns", aqueles cujos comportamentos "caricaturais" testam os limites
da aceitação social.<br />
<br />
Nos últimos anos, mundo afora, as Paradas Gays ganharam a adesão de
milhões de heterossexuais porque elas são o protótipo da manifestação
libertária: pessoas desfilando por sua própria liberdade, sem concessões
estratégicas. É essa visão que atrai, suponho, as famílias que adotam a
Parada Gay como programa de domingo. A "complicação" de ter que
explicar às crianças a razão de homens se esfregarem meio pelados ou de
mulheres se beijarem na boca é largamente compensada pela lição cívica:
com o direito deles à diferença, o que está sendo reafirmado é o direito
à diferença de cada um de nós.<br />
<br />
O mesmo vale para a Marcha para Jesus, que foi na última quinta (23),
também em São Paulo. Para muitos que desfilaram, imagino que a passeata
por Jesus tenha sido um momento de afirmação positiva de seus valores e
de seu estilo de vida -ou seja, um desfile para dizer a vontade de amar e
seguir Cristo, inclusive de maneira caricatural, se assim alguém
quiser.<br />
<br />
Ora, segundo alguns líderes evangélicos, os manifestantes de
quinta-feira não saíram à rua para celebrar sua própria liberdade, mas
para criticar as recentes decisões pelas quais o STF reconheceu a união
estável de casais homossexuais e autorizou as marchas pela liberação da
maconha. Ou seja, segundo os líderes, a marcha não foi por Jesus, mas
contra homossexuais e libertários.<br />
<br />
Pois é, existem três categorias de manifestações: 1) as mais generosas,
que pedem liberdade para todos e sobretudo para os que, mesmo distantes e
diferentes de nós, estão sendo oprimidos; 2) aquelas em que as pessoas
pedem liberdade para si mesmas; 3) aquelas em que as pessoas pedem
repressão para os outros.<br />
<br />
O que faz que alguém desfile pelas ruas para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?<br />
<br />
O entendimento trivial desse comportamento é o seguinte: em regra, para
combater um desejo meu e para não admitir que ele é meu, eu passo a
reprimi-lo nos outros.<br />
<br />
Seria simplório concluir que os que pedem repressão da homossexualidade
sejam todos homossexuais enrustidos. A regra indica sobretudo a
existência desta dinâmica geral: quanto menos eu me autorizo a desejar,
tanto mais fico a fim de reprimir o desejo dos outros. Explico.<br />
<br />
Digamos que eu seja namorado, corintiano, filho, pai, paulista, marxista
e cristão; cada uma dessas identidades pode enriquecer minha vida,
abrindo portas e janelas novas para o mundo, permitindo e autorizando
sonhos e atos impensáveis sem ela. Mas é igualmente possível, embora
menos alegre, abraçar qualquer identidade não pelo que ela permite, mas
por tudo o que ela impede.<br />
<br />
Exemplo: sou marido para melhor amar a mulher que escolhi ou sou marido
para me impedir de olhar para outras? Não é apenas uma opção retórica:
quem vai pelo segundo caminho se define e se realiza na repressão -de
seu próprio desejo e, por consequência, do desejo dos outros. Para se
forçar a ser monogâmico, ele pedirá apedrejamento para os adúlteros:
reprimirá os outros, para ele mesmo se reprimir. No contexto social
certo, ele será soldado de um dos vários exércitos de pequenos
funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida,
precisam entristecer a nossa.<br />
<br />Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-15933461106438294712012-11-29T10:09:00.000-02:002012-11-29T10:11:10.452-02:00Se tivesse a chance, você atropelaria dois ladrões?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img alt=": " height="227" src="http://www.brasil247.com/images/cache/1000x357/crop_0_34_1280_491/images%7Ccms-image-000294694.jpg" width="640" />
Ou se eles fossem atropelados na sua frente, você
salvaria suas vidas? O psicanalista Contardo Calligaris coloca em debate
alguns tipos de "decisões morais" em artigo na Folha; o que você faria?</div>
<br />
<div class="featured-box featured-box-brasil">
<h2>
</h2>
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<br /></div>
<div class="meta">
29 de Novembro de 2012 às 09:12</div>
</div>
<br />
<br />
<a href="http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/86528/Se-tivesse-a-chance-voc%C3%AA-atropelaria-dois-ladr%C3%B5es.htm" target="_blank"><b>247</b></a> - O psicanalista Contardo Calligaris coloca
em debate, num artigo publicado na Folha de S.Paulo desta quinta-feira,
uma questão bastante polêmica: se tivesse a chance, você teria coragem
de atropelar dois assaltantes? Ou então, se eles fossem atropelados na
sua frente, logo depois de te assaltar, salvaria-lhes a vida? Se sim, ou
se não, por quê?<br />
<br />
Leia abaixo a íntegra do artigo e tente responder a suas perguntas:<b><br /></b><br />
<b></b><br />
<br />
<br />
<b>Decisões morais</b><br />
Você está na posição ideal para pisar fundo e atropelar os dois assaltantes; você vai acelerar?<br />
<br />
É uma da tarde, e você dirige uma caminhonete pelas ruas de São
Paulo. De repente, você esbarra num carro parado; ao lado dele, dois
motoqueiros; um dos dois enfia seu braço armado pelo vidro do motorista
do carro; o assaltante ameaça e grita, ele pode atirar a qualquer
momento, quer seja porque não estão lhe entregando o que ele pediu, quer
seja porque não gostou do que lhe foi entregue, quer seja porque,
simplesmente, ele está nervoso e a fim de matar.<br />
<br />
Atrás de você e da cena do assalto, só buzinam os mais afastados, que
não enxergam o que está acontecendo. Os mais próximos ficam
paralisados, divididos entre o medo e a vergonha por não reagirem e por
serem cidadãos de um lugar onde isso é possível e corriqueiro.<br />
<br />
Você está na posição ideal para pisar fundo e atropelar os dois
meliantes, antes que atirem ou que fujam, ganhando, mais uma vez, dos
assaltados e de todos nós.<br />
<br />
Você não vai acelerar. É por medo de que o assaltante evite seu carro
e acerte você com um tiro? É por preguiça de se envolver com polícia e
investigação? Ou receia que cúmplices e familiares dos criminosos se
vinguem?<br />
<br />
Tudo bem, imaginemos que seja noite funda: não há ninguém, só os
assaltantes, os assaltados e você. Ninguém verá nada. Ainda assim, você
não vai acelerar?<br />
<br />
Talvez prevaleça em você a inibição que paralisa a muitos na hora de
machucar um semelhante, mesmo odioso. Ou talvez você queira agir
"segundo a lei". Mas você sabe que a lei contempla e admite a "legítima
defesa de terceiro"? Tudo bem, sua única obrigação jurídica é acionar a
autoridade competente: fique no seu carro e ligue para a PM, uma viatura
chegará a tempo para interromper o assalto e proteger os assaltados
-não é verdade?<br />
<br />
Ok, você hesitou demais, um dos assaltados acaba de ser baleado.
Juridicamente, você não tem responsabilidade por não ter agido. A lei
não exige de ninguém que seja herói. Mas será que isso é verdade também
da moral? Você vai dormir tranquilo?<br />
<br />
Outro dilema. Agora, imagine que, exatamente na mesma cena, você seja
o assaltado. A caminhonete do dilema anterior apareceu, atropelou os
assaltantes e sumiu. O bandido para quem você entregou sua bolsa está no
asfalto, numa poça de sangue. Você faz o quê? Chama uma ambulância e
espera para dar depoimento? Ou recupera o que lhe foi roubado e vai
embora?<br />
<br />
Já escrevi aqui mais de uma vez: admiro a teoria dos estágios do
pensamento moral, de Lawrence Kohlberg. Resumindo, com nosso exemplo: é
inútil querer decidir se é mais moral jogar a caminhonete para cima dos
ladrões ou se esconder atrás do volante.<br />
<br />
O que importa é a razão de nossa escolha. Se decidirmos por medo da
punição, por conformidade ou mesmo por respeito à lei, nossa conduta
será moralmente medíocre. Se decidirmos segundo o que nos parece certo,
em nosso foro íntimo, nossa conduta -seja ela qual for- será de uma
qualidade moral superior.<br />
<br />
Mais uma coisa: Kohlberg também mostrou que a gente não melhora
moralmente à força de memorizar valores ou exemplos a seguir, mas
destrinchando dilemas e ponderando como e por que agiríamos de uma
maneira ou de outra.<br />
<br />
Os dois dilemas que acabo de expor são extraídos de um filme
excelente, que não me sai da cabeça, "Disparos", de Juliana Reis, em
cartaz desde sexta passada.<br />
<br />
"Disparos" acontece no Rio, embora seu roteiro seja, hoje, mais
paulistano do que carioca. De qualquer forma, não perca o filme e não
fuja do debate íntimo sobre o que você faria numa situação parecida (até
porque as chances de viver uma situação parecida aumentam a cada dia).<br />
<br />
O Senado acaba de incluir disciplinas de ética no currículo do ensino
fundamental e médio. Espero que se evite a monumental estupidez de
ensinar ética normativa, ou seja, de querer enfiar valores em nossas
crianças -goela abaixo, como se fossem partículas consagradas.<br />
<br />
Para crianças como para adultos, "aprender" ética significa aprimorar
a disposição a pensar moralmente, ou seja, a capacidade de debater, em
nosso foro íntimo, os enigmas complexos (e, muitas vezes, insolúveis)
que a realidade nos apresenta. Como disse, essa disposição só melhora à
força de encarar dilemas.<br />
<br />
Sem esperar o mais que provável desastre do novo curso, podemos ir (e
levar nossos adolescentes) ao cinema. "Disparos" é um filme perfeito
para pesar a complexidade da vida urbana no Brasil, ou seja, para pensar
o que significa sermos morais hoje, aqui, no lugar em que estamos
vivendo.<br />
<br />Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-19544827086355813642012-11-27T16:23:00.003-02:002012-11-27T16:23:33.793-02:00Entre 150 países, Brasil tem o maior ganho de bem-estar em 5 anos <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN4QkWN1rvgqN2AKp8zOo_Bn3thJtgzJy3-3uXxa_WKU0bIOZhzi46kIqeEJo3caxATMfo3bdjiRebE57aIwZZvif96_fx7yhyphenhyphenoenGZaLkH2_uK8yFiCvqfVY5OyCul57L81lyYnM2QxDs/s1600/brasillllll+.07p13a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN4QkWN1rvgqN2AKp8zOo_Bn3thJtgzJy3-3uXxa_WKU0bIOZhzi46kIqeEJo3caxATMfo3bdjiRebE57aIwZZvif96_fx7yhyphenhyphenoenGZaLkH2_uK8yFiCvqfVY5OyCul57L81lyYnM2QxDs/s640/brasillllll+.07p13a.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="article_info_container">
<div class="article_info">
<span class="modified" style="float: left;">
Terça, 27 de novembro de 2012 </span>
</div>
</div>
<h2 class="contentheading">
</h2>
<br />
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515873-entre-150-paises-brasil-tem-o-maior-ganho-de-bem-estar-em-5-anos <br />
<br />
O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico
alcançado nos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o
bem-estar da população. Se o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro
cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011, os ganhos
sociais obtidos no período são equivalentes aos de um país que tivesse
registrado expansão anual de 13% da economia.<br /><br />A conclusão é de levantamento feito pela empresa internacional de consultoria <strong>Boston Consulting Group (BCG)</strong>, que comparou indicadores econômicos e sociais de 150 países e criou o <strong>Índice de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Seda</strong>, na sigla em inglês), com base em 51 indicadores coletados em diversas fontes, como Banco Mundial, FMI, ONU e OCDE.<br />
A reportagem é de <strong>Arthur Pereira Filho</strong> e publicada pelo jornal <strong>Valor</strong>, 27-11-2012.<br /><br />O
desempenho brasileiro nos últimos anos em relação à melhoria da
qualidade de vida da população é devido principalmente à distribuição de
renda. "O Brasil diminuiu consideravelmente as diferenças de rendimento
entre ricos e pobres na década passada, o que permitiu reduzir a
pobreza extrema pela metade. Ao mesmo tempo, o número de crianças na
escola subiu de 90% para 97% desde os anos 90", diz o texto do relatório
"<strong>Da riqueza para o bem-estar</strong>", que será oficialmente
divulgado hoje. O estudo também faz referencia ao programa Bolsa
Família, destacando que a ajuda do governo as famílias pobres está
ligada à permanência da criança na escola.<br /><br />Nessa comparação de progressos recentes alcançados, o <strong>Brasil </strong>lidera
o índice com 100 pontos, pontuação atribuída ao país que melhor se saiu
nesse critério de avaliação. Aparecem a seguir Angola (98), Albânia
(97,9), Camboja (97,5) e Uruguai (96,9). A Argentina ficou na 26ª
colocação, com 80, 4 pontos. Chile (48º) e México (127º) ficaram ainda
mais atrás.<br /><br />Foram usados dados disponíveis para todos os 150
países e que fossem capazes de traçar um panorama abrangente de dez
diferentes áreas: renda, estabilidade econômica, emprego, distribuição
de renda, sociedade civil, governança (estabilidade política, liberdade
de expressão, direito de propriedade, baixo nível de corrupção, entre
outros itens), educação, saúde, ambiente e infraestrutura.<br /><br />O
ranking-base gerou a elaboração de mais três indicadores, para permitir a
comparação do desempenho, efetivo ou potencial, dos países em momentos
diferentes:<br />
1) atual nível socioeconômico do país;<br />
2) progressos feitos nos últimos cinco anos; e<br />
3) sustentabilidade no longo prazo das melhorias atingidas.<br /><br />Como
seria de se esperar, os países mais ricos estão entre os que pontuam
mais alto no ranking que mostra o estágio atual de desenvolvimento.
Nessa base de comparação, que dá conta do "estoque de bem-estar"
existente, a lista é liderada por Suíça e Noruega, com 100 pontos, e
inclui Austrália, Nova Zelândia, Canadá, EUA e Cingapura. Aí o Brasil
aparece em posição intermediária, com 47,8 pontos.<br /><br />Para <strong>Christian Orglmeister</strong>,
diretor do escritório do BCG em São Paulo, o desempenho alcançado pelo
Brasil é elogiável, mas deve ser visto com cautela. "Quando se parte de
uma base mais baixa, é mais fácil registrar progresso. O Brasil está
muito melhor do que há cinco anos em várias áreas, até mesmo em
infraestrutura, mas é preciso ainda avançar muito mais."<br /><br />Entre os
países que ocupam os primeiros lugares nesse ranking de melhoria
relativa dos padrões de vida da população nos últimos cinco anos, a
renda per capita anual é muito diversificada, indo desde menos de US$ 1
mil em alguns países da África até os US$ 80 mil verificados na Suíça.
Além do Brasil, mais dois países sul-americanos _ Peru e Uruguai _
aparecem na lista dos 20 primeiros. Também estão nela três países
africanos que em décadas passadas estiveram envolvidos em guerras civis -
Angola, Etiópia e Ruanda - e que nos anos recentes mostram fortes
ganhos em relação a padrão de vida. Da Ásia, aparecem na relação
Camboja, Indonésia e Vietnã.<br /><br />Nova Zelândia e Polônia também
integram esse grupo. O crescimento médio do PIB neozelandês foi de 1,5%,
mas a melhora do bem-estar foi semelhante à de uma economia que
estivesse crescendo 6% ao ano. Na Polônia e na Indonésia, que atingiram
crescimento médio do PIB de 6,5% ano, o padrão de vida teve elevação
digna de uma economia em expansão de 11%.<br /><br />O estudo também compara
o desempenho recente dos Brics - além do Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul - na geração de mais bem-estar para os cidadãos. Se em
relação à expansão da economia, o Brasil ficou atrás dos seus parceiros
entre 2006 e 2011, o país superou a média obtida pelo bloco em áreas
como ambiente, governança, renda, distribuição de renda, emprego e
infraestrutura, diz Orglmeister. China, Rússia, Índia e África do Sul
aparecem apenas em 55º, 77º, 78º e 130º, respectivamente, nessa base de
comparação, que é liderada pelo Brasil.<br /><br />O desafio brasileiro, agora, é manter esse ritmo no futuro, afirma o diretor do <strong>BCG</strong>.
"O Brasil precisa avançar em quatro áreas principalmente", diz. "Na
melhora da qualidade da educação, na infraestrutura, na flexibilização
do mercado de trabalho e nas dificuldades burocráticas que ainda existem
para fazer negócios no país."<br /><br />Para <strong>Douglas Beal</strong>,
um dos autores do trabalho e diretor do escritório do BCG em Dubai, nos
Emirados Árabes Unidos, embora os indicadores reunidos para produzir o
Seda pudessem ser utilizados para produzir um novo índice, esse não é o
objetivo do levantamento. "A meta é criar uma ferramenta de
benchmarking, que possa fornecer um quadro amplo. com base no qual os
governos possam agir."<br /><br />Veja a íntegra do relatório em <a href="http://www.cbg.com/" target="_blank">www.cbg.com</a><br />
<br />Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-29040664705033354122012-11-26T13:15:00.000-02:002012-11-26T13:15:26.369-02:00 Industriais com Dilma na disputa elétrica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWEl5-HUmsbeUZIqbr1Di4Ypu_3-E_y6NT763bKXpkbutGY9jLCHtyhWfDRhJ96cV-psNl_l9svV12JLbUQKCa31ckYq4DJwu5x5uH1rVXpZXbBAf7plt84SxuSXxjXqbPJHoLOxkHwPPG/s1600/Dilma+x+Fiesp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWEl5-HUmsbeUZIqbr1Di4Ypu_3-E_y6NT763bKXpkbutGY9jLCHtyhWfDRhJ96cV-psNl_l9svV12JLbUQKCa31ckYq4DJwu5x5uH1rVXpZXbBAf7plt84SxuSXxjXqbPJHoLOxkHwPPG/s1600/Dilma+x+Fiesp.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEics6o6glKuSWp8CXVgAO4o7Cklt72Z7jgEqm2RqNxvBFozLDggaMhZ3R9apIO0Ir6nnmvjDBUavxjW5uqTQAYFJEwiOuV6n3rbqSZ6PL-pxqZjgGfenRkYVl0oYLvhZGjiGJW32-a1H-ru/s1600/Dilma+x+Fiesp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
26 de Novembro de 2012<br /><br /><br /><br />Em meio a um massacre das ações da Eletrobras nas bolsas de valores, após quase um mês de bombardeio cerrado dos críticos contra a política governamental para as concessões de energia elétrica, o governo, afinal, recebeu reforços: os dirigentes industriais, que elegeram o corte no custo de energia entre as prioridades de sua pauta de reivindicações, publicaram anúncios de página inteira para cobrar aprovação da Medida Provisória 579, assinada pela presidente Dilma Rousseff, com a mudanças nas regras do setor.<br /><br />"A presidente seguiu a cartilha da Fiesp", defende o diretor do departamento de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Carlos Cavalcanti.<br /><br />A reportagem é de Sergio Leo e publicada pelo jornal Valor, 26-11-2012.<br /><br />Entre 2015 e 2017 vencem as concessões de 85 mil quilômetros de linhas de transmissão e de usinas que geram 22,3 gigawatts, ou quase 22% do parque de geração de energia no país. As geradoras, todas estatais que, por motivos políticos, escaparam à onda privatizadora em governos anteriores, entre elas a federal Eletrobras, pressionavam pela renovação dessas concessões, uma tradição no setor. As federações de indústria cobravam novas licitações, ao fim das concessões, para garantir operadores com preços mais baixos.<br /><br />O governo permitiu a renovação, mas só para quem aceitar, até 4 de dezembro, um corte nos preços. Os que preferirem manter as tarifas atuais terão suas concessões encerradas e leiloadas ao fim dos contratos. O governo aceitou indenizar as empresas pelos ativos (investimentos) que não forem amortizados, mas a diferença entre o que as geradoras contabilizam como ativos e o que o governo se dispõe a pagar gerou furor entre investidores e levou a uma queda abissal nas ações do setor. A líder Eletrobras, apesar de uma alta de quase 7% em média na sexta-feira, acumula perdas entre 59,5% (preferenciais) e 68,9% (ordinárias) no ano, segundo o Valor Data.<br /><br />Cavalcanti, um dos principais articuladores da campanha da indústria em favor do corte de energia, diz que a queda nas ações das concessionárias deveria ter sido prevista pelo mercado, que, na avaliação da Fiesp, preferiu apostar em balanços artificialmente inflados. Parcelas da receita das empresas que poderiam ter sido usadas para amortizar investimentos foram destinadas a pagar dividendos aos governos estaduais, que as controlavam, acusa.<br /><br />As empresas podem, agora, manter as tarifas altas para amortizar os investimentos nos anos que faltam até o fim dos contratos; mas, após essa data, terão de devolver as concessões ao governo federal e disputá-las em leilão.<br /><br />"Não houve quebra de contratos, isso é balela", reage Cavalcanti contra uma das principais acusações levantadas contra a MP do governo. "Ninguém é obrigado a antecipar o fim do contrato, mas se quiser continuar com a concessão depois disso tem de aplicar agora o novo patamar de preço".<br /><br />O que a MP permite não é uma prorrogação da concessão, mas um contrato de gestão com a concessionária, com novos preços, para quem antecipar o fim da concessão que venceria nos próximos anos. O diretor da Fiesp discorda de quem acusa o governo de precipitação, embora reconheça que há forte componente político no esforço para reduzir tarifas agora, ainda na segunda metade do mandato de Dilma. "Dizem que o governo demora para tomar decisões, e, quando tomou, o acusam de ser atabalhoado, não consultar ninguém?"<br /><br />Cavalcanti garante que estudos do próprio setor elétrico comprovavam, há pelo menos um ano, que as tarifas deveriam cair, dos atuais R$ 96 para R$ 30, ao se descontar a amortização de investimentos. "Os investimentos já foram amortizados há anos e as tarifas não foram reduzidas", reclama. Os estudos da Fiesp sugeriam que as tarifas, descontada a amortização que já ocorreu, cairiam para R$ 21. O governo aponta para R$ 27.<br /><br />Segundo um interlocutor de Dilma ouvido pelo Valor, o governo está disposto a negociar aspectos pontuais das medidas para as concessões. Há simpatia no Palácio do Planalto, por exemplo, para a proposta de tratamento diferenciado a três usinas da Cemig, feita pelo relator da MP, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), atendendo ao senador e presidenciável tucano Aécio Neves (PMDB-MG).<br /><br />As usinas São Simão, Jaguara e Miranda, da Cemig, estariam próximas de sua primeira prorrogação de contrato sem mudança de tarifas e se dizem prejudicadas, porque a tradição tem sido renovar automaticamente as concessões em seu primeiro vencimento. Está implícito, nas conversas reservadas do governo, que poderia haver alguma flexibilidade para Minas em troca de apoio para aprovação da MP. Ao contrário do que vem dizendo o governo publicamente, também não está fora de questão prorrogar a data de 4 de dezembro para que as empresas aceitem ou não prorrogar as concessões com tarifas menores.<br /><br />A Fiesp e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro publicaram sexta-feira anúncios de página inteira nos grandes jornais, em apoio ao governo. Repetirão a dose amanhã e, na quarta-feira, as duas federações publicarão anúncios assinados conjuntamente. Ao lado da manifestação pública, executivos da indústria têm mantido contatos intensos com o Congresso. Das 431 emendas apresentadas à MP, a Fiesp só considera aceitáveis 16, que tratam de questões como exigência de maior transparência nos encargos sobre as tarifas de energia.<br /><br />Cavalcanti classifica de "terrorismo" a avaliação de especialistas do setor que preveem danos aos programas de investimentos da Eletrobras e outras elétricas, com a queda de tarifas. "Ninguém usa dinheiro do caixa para investimentos, as empresas se financiam no BNDES ", argumenta.<br /><br />Para Cavalcanti, uma prova de que o setor continua atrativo são as declarações de interesse nos futuros leilões de energia, feitas na semana passada pelo presidente do conselho de administração da espanhola Endesa, Borja Prado. Já não dá para dizer que o governo está isolado na defesa das mudanças nas concessões de energia.<br /><br />http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515848-industriais-com-dilma-na-disputa-eletricaRita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-74340239618845968442012-11-26T12:56:00.000-02:002012-11-26T12:56:46.694-02:00Proposta de Emenda à Constituição Federal ameaça direitos indígenas<br />
<br />
Segunda, 26 de novembro de 2012<br />
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515829-proposta-de-emenda-a-constituicao-federal-ameaca-direitos-indigenas<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFwpNUCr_9PLk5IX2h26n5Fs1FyclwTH804za5pZhR9eh9SO-PZSZdTqkntWnZYIvi75CHNLWEol0k-6w403xTZgN0i143_SHoIFz8wS13xnrABuppLN-jvtvKANGYEYeHU7JGVd156z3a/s1600/24-indigenas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFwpNUCr_9PLk5IX2h26n5Fs1FyclwTH804za5pZhR9eh9SO-PZSZdTqkntWnZYIvi75CHNLWEol0k-6w403xTZgN0i143_SHoIFz8wS13xnrABuppLN-jvtvKANGYEYeHU7JGVd156z3a/s320/24-indigenas.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Uma Proposta de Emenda à Constituição Federal (CF), a PEC 71/2011, tramitando no Senado, pode alterar os direitos originários dos indígenas sobre suas terras. O texto absurdo vai possibilitar que aqueles que têm títulos de terras concedidas pelo governo até outubro de 1988 e que foram declaradas como índígenas, sejam indenizadas não só pelas benfeitorias, mas também pela terra nua.<br />
<br />
O comentário é de Telma Monteiro, especialista em análise de processos de licenciamento ambiental, em artigo publicado no seu blog, 24-11-2012.<br />
<br />
O § 6º do Artigo 231 da CF diz que pessoas com títulos de posse em terras indígenas já declaradas, até outubro de 1988, não têm direito à indenização pela terra nua e não podem mover ações contra a União. Agora, se a proposta de Emenda for aprovada, os detentores desses títulos serão indenizados pelo Estado, tanto pela terra nua como pelas benfeitorias, além de poder mover ações contra a União.<br />
<br />
Outro detalhe que chama a atenção é quanto ao significado dos termos usados: nulos, que consta do texto original significa que em qualquer época (passado, presente ou futuro) qualquer ato que leve à ocupação de terra indígena é nulo. No novo texto proposto o termo nulos foi substituído por anulados, ou seja, apenas os atos passados poderiam ser anulados e não os atos posteriores à alteração do § 6° do Artigo 231 da CF.<br />
<br />
Trocando em miúdos: um ato que é nulo é um ato sem valor desde sua origem e para sempre; um ato anulado é um ato válido até sua anulação.<br />
<br />
No novo texto, os posseiros vão poder entrar com ações questionando os valores das indenizações e, inclusive, poder pedir reintegração de posse. A proposta da PEC 71 não só não garante que as terras indígenas fiquem livres dos detentores dos títulos concedidos pela União, como abre uma grande brecha para que a União seja acionada.<br />
<br />
Uma análise feita pelo Senador Eduardo Suplicy levanta a ilegalidade da proposta que reduziria, na prática, os direitos dos indígenas definidos nos artigos 231 e 232 da CF. Se era necessário um ajuste para fazer alguma justiça aos detentores de boa fé de títulos de terras concedidos pela União, antes da CF de 1988, bastava um novo parágrafo que obrigasse a indenização da terra nua.<br />
<br />
Qual seria o sentido de se alterar completamente o § 6º, do Artigo 231 e ainda criar um novo artigo que sacramenta a indenização pela terra nua? O novo texto do parágrafo é capcioso, pelo que entendo.<br />
<br />
A redação dada pela Assembleia Constituinte de 1988 ao § 6º do Artigo 231 tinha um motivo de assim ser. Afinal, sempre houve dúvidas com relação à legitimidade dos títulos de terras concedidas pela União. Então, por que alterar o artigo da CF que, nitidamente, viola os direitos originários dos indígenas sobre suas terras?<br />
<br />
Para ler mais:<br />
<br />
PEC 71/2011 http://www6.senado.gov.br/mate/servlet/PDFMateServlet?m=101237&s=http://www.senado.gov.br/atividade/materia/MateFO.xsl&o=ASC&o2=A&a=0<br />
<br />
Substitutivo de Suplicy: <br />
http://www6.senado.gov.br/mate-pdf/116731<br />
<br />
PEC 71/2011 – Não a defendam e tenham cuidado com ela!!! E isto é muito sério! <br />
http://racismoambiental.net.br/2012/11/pec-712011-nao-a-defendam-e-tenham-cuidado-com-ela-e-isto-e-muito-serio/#.UK-NJj2JBgU.facebookRita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-84485502078699586852012-11-26T12:34:00.004-02:002012-11-26T12:35:20.914-02:00Fazendeiros invasores armam resistência em Marãiwatsédé<div class="data_noticia">
28/06/2012 - 11:50, atualizado em 23/07/2012 - 20:31 </div>
<h2 class="titulo_chamada">
</h2>
<div class="content_html">
<b>Fonte: http://www.reporterbrasil.org.br - </b><br />
<br />
<b>Por Gabriel Moreira*</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.flb-ap.org.br/wp-content/uploads/2012/06/terra.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" class="alignnone size-medium wp-image-4244" height="289" src="http://www.flb-ap.org.br/wp-content/uploads/2012/06/terra-300x217.jpg" title="terra" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Desde
a noite do último sábado, 23 de junho, a Terra Indígena
Marãiwatsédé, homologada em 1998 pela Presidência da República, está
ocupada por manifestantes que bloquearam o acesso à cidade de São Félix
do Araguaia na localidade conhecida como Posto da Mata. <span id="more-4243"></span>Eles
cavaram uma trincheira na estrada e queimaram pontes em outras vias
de acesso à região em ato desesperado diante da sua iminente
desintrusão.<br />
<br />
A retirada dos invasores de dentro da terra indígena é
pleiteada pelo povo Xavante desde 1992.<br />
<br />
Latifundiários têm financiado o transporte e a permanência de
outros Xavante que vivem na Terra Indígena Parabubure, no município
de Campinápolis (460 km de distância de Marãiwatsédé) no Posto da
Mata, engrossando o número de manifestantes. De acordo com denúncia da
comunidade indígena Xavante residente em Marãiwatsédé, protocolada em
2011 no Ministério Público Federal de Mato Grosso (<a href="http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/cartadenuncia.jpg" target="_blank">clique para ler o documento</a>),
o advogado Luiz Alfredo Abreu tem oferecido dinheiro aos indígenas
Xavante de outras regiões para aceitar, em nome dos que vivem em
Marãiwatsédé, a transferência dos índios para o Parque Estadual do
Araguaia. Ele representa o presidente da Associação dos Produtores
Rurais da Suiá Missu, Renato Teodoro, e é irmão da senadora Kátia
Abreu (PSD-TO), uma das principais lideranças da Frente Parlamentar de
Agropecuária, a Bancada Ruralista. A <b>Repórter Brasil</b> tentou ouvir o advogado, mas ele não respondeu ao recado deixado em seu celular.<br />
<br />
A transferência foi estipulada na lei estadual 9.564 de junho de
2011, considerada inconstitucional pelo governo federal. A lei foi
elaborada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso,
José Riva (PSD) e pelo deputado estadual Adalto de Freitas (PMDB), e
sancionada pelo governador Silval Barbosa (PMDB), que na época
declarou a todos os jornais que esta era “uma solução pacífica para o
conflito em Marãiwatsédé”.<br />
<br />
A solução proposta prevê a retirada pela segunda vez os Xavante de
seu território tradicional, de onde foram forçados a sair em 1966 em
aviões da FAB, pelo governo militar, possibilitando, assim, a
colonização da Amazônia mato-grossense pelo empresário Ariosto da
Riva. Na época, o território foi transformado em um latifúndio
considerado um dos maiores do mundo, a Fazenda Suiá Missu, vendida
posteriormente à empresa italiana Agip Petroli, que por pressão
internacional devolveu verbalmente a área aos Xavante em meio aos
holofotes da Eco 92. A saída “pacífica” do governo de Mato Grosso, de
quebra, permite ainda a continuidade de todas as atividades ilegais que
já devastaram, desde 1992, cerca de 90% da terra indígena, tornando-a
líder de desmatamento na Amazônia brasileira.<br />
<br />
<br />
<b>Soja Pirata</b><br />
As fazendas de soja em Marãiwatsédé já foram diversas vezes alvo de <a href="http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2010/09/28/no-centro-oeste-soja-e-remedio-contra-a-indolencia/" target="_blank">embargos do Ibama, como na Operação Soja Pirata</a>
e na Operação Pluma. Mas, apesar disso, continuam produzindo e vendendo
impunemente o grão. Entre os compradores de gado das fazendas que
existem no interior de Marãiwatsédé estão alguns dos principais
frigoríficos do país.<br />
<table align="right" border="0">
<tbody>
<tr>
<td><img alt="" border="0" src="http://www.reporterbrasil.org.br/images/articles/mapamaraiwatsede.jpg" /></td>
</tr>
<tr align="right">
<td><br /></td>
</tr>
</tbody>
</table>
<br />
Em 1992, Marãiwatsédé estava desocupada e ainda preservada, uma vez
que os indígenas permaneciam exilados em outras áreas, como na
Missão Salesiana São Marcos. Em 20 anos, fazendeiros e políticos
locais, com apoio do governo de Mato Grosso, orquestraram um leilão
das terras aos primeiros rumores de que a área seria finalmente
declarada como terra indígena, pré-condição para permitir o retorno
dos Xavante. Os discursos de vereadores, deputados e fazendeiros
incitando a população a ocupar e devastar Marãiwatsédé antes do
retorno dos indígenas foram registrados pela equipe de antropólogos
que estava na área elaborando os laudos que serviriam como base para a
demarcação do território. Eles enviaram os trechos desses discursos
de invasão ao Ministro da Justiça, Célio Borges, mas nenhuma atitude
por parte do governo federal impediu a invasão premeditada e
organizada de Marãiwatsédé durante a Eco 92.<br />
<br />
<i>Leia trechos dos discursos registrados na época (<a href="http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/1apartediscurso92_4.jpg" target="_blank">parte 1</a>, <a href="http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/1apartediscurso92_5.jpg" target="_blank">parte 2</a> e <a href="http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/2apartediscurso922.jpg" target="_blank">parte 3</a>) </i><br />
<i> </i><br />
<br />
Depois de 20 anos de guerra judicial, a sentença do desembargador
Souza Prudente, Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), de 18
de maio de 2012, autorizando a desintrusão de Marãiwatsédé e
determinando que a FUNAI implemente um plano de retirada dos
fazendeiros está sendo novamente questionada através de inúmeros
recursos que se aproveitam de um racha entre os indígenas. Um grupo
dissidente de Marãiwatsédé que vive em outras terras indígenas assinou
um documento anexado ao processo judicial declarando aceitar a
permuta para o Parque Estadual do Araguaia. Uma vez que este documento
não representa a vontade da comunidade Xavante que vive e luta por
Marãiwatsédé há 46 anos, e está baseado em uma lei inconstitucional, a
Justiça manteve a decisão de retirar os invasores, sem que eles
tenham qualquer direito à indenização, uma vez que entraram de má fé
na terra indígena.<br />
<br />
<i>Leia mais no especial Conexões Sustentáveis: <a href="http://conexoessustentaveis.org.br/estudo2011/?p=41">Soja: o que está por trás do óleo de cozinha?</a></i><br />
<br />
<br />
<br />
<b>Xavantes x Xavantes<br />
</b>Aliciados pelos fazendeiros em sua estratégia de jogar
índios contra índios, já que a guerra judicial foi perdida, os
Xavante de outras áreas estão recebendo todo o tipo de facilidade
financeira para pressionar a Justiça e o Executivo, em Brasília, na
tentativa de reverter a decisão de retirada dos invasores.<br />
<table align="left" border="0">
<tbody>
<tr>
<td><img alt="" border="0" src="http://www.reporterbrasil.org.br/images/articles/damiao.jpg" /></td>
</tr>
<tr>
<td><br /></td>
</tr>
</tbody>
</table>
Eles tentam também desqualificar a liderança histórica do cacique
Damião Paridzané (foto ao lado), que sofre para representar os
interesses da comunidade de Marãiwatsédé por melhores condições de
saúde, educação e territorialidade há décadas. Na semana passada,
Damião retornou do Rio de Janeiro com uma comitiva de 12 guerreiros de
Marãiwatsédé, onde apresentaram carta à presidente Dilma Rousseff
para a presidente da FUNAI, Marta Azevedo, para o ministro-chefe da
Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para o
Secretário de Articulação Social do governo federal, Paulo Maldos.
Eles garantiram que o plano de desintrusão deverá sair imediatamente,
pois não há mais razões para demoras. Em outro evento durante a Cúpula
dos Povos, o assessor da presidência da FUNAI, Aluizio Azanha,
informou que a retirada dos fazendeiros começará pelos maiores
latifundiários em 30 dias.<br />
<br />
<br />
De acordo com a FUNAI, os Xavante formam hoje a segunda maior
população de indígenas do país, com cerca de 18 mil pessoas. Existem
comunidades Xavante em 9 terras indígenas regularizadas: Parabubure,
São Marcos, Areões, Ubawawe, Chão Preto, Marechal Rondon, Pimentel
Barbosa, Sangradouro, além de Marãiwatsédé, fora outras cinco áreas em
estudo.<br />
<br />
Neste momento, a tensão segue crescente em Marãiwatsédé. O
fazendeiro Sebastião Prado chegou a afirmar em entrevista a jornais
locais que o movimento de resistência não é pacífico. O cacique Damião
já recebeu novas ameaças. Não há efetivo suficiente do governo
federal para garantir a segurança dos cerca de 900 Xavante de
Marãiwatsédé, que se protegem em sua aldeia.<br />
<br />
<i>* Especial para a <b>Repórter Brasil</b>, com informações de Daniel Santini</i></div>
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-51270541838746197392012-11-26T12:24:00.001-02:002012-11-26T12:24:59.317-02:00Apoio ao povo Xavante de Marãiwatsédé. Pelo cumprimento da Lei: Desintrusão Já!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCSHbDVlz3OhVW_X5Mu9covgRvscLXj_YBdtLBoo5cN-5NJcfdHjxLVm4KQnlEYDXJAPAkqNd7vnI0kvP9-RghzrYu8yooxJBeL-kVyFuRkMzPfSCknI_ms8xzH88x9YrVycw4Go_H9rtQ/s1600/terra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCSHbDVlz3OhVW_X5Mu9covgRvscLXj_YBdtLBoo5cN-5NJcfdHjxLVm4KQnlEYDXJAPAkqNd7vnI0kvP9-RghzrYu8yooxJBeL-kVyFuRkMzPfSCknI_ms8xzH88x9YrVycw4Go_H9rtQ/s400/terra.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Ato 1 =================================<br /><br /><br /><br />Terça, 14 de agosto de 2012<br />Manifesto de Apoio ao povo Xavante de Marãiwatsédé. Pelo cumprimento da Lei: Desintrusão Já!<br /><br />“Aguardamos ávidos a comunicação de que Marãiwatsèdè regressou aos seus verdadeiros donos: o povo A’uwe Uptabi ou Povo Xavante como são mais conhecidos”, afirma Manifesto da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCA) sobre a devolução da Terra Indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso aos povos Xavantes.<br /><br />Eis o manifesto.<br /><br />"Somos de Marãiwatsèdè. Fomos expulsos de nosso território. Nosso Povo sofreu muito longe da terra, muitos morreram.<br /><br />Agora resolvemos, não vamos sair nunca mais da nossa terra. Estamos em guerra” – Indìgena Xavante<br /><br />O conflito vivido pelo povo Xavante da Terra Indígena de Marãiwatsèdè tornou-se um caso emblemático de violação aos direitos humanos e da truculência praticada pelo Estado e pelos invasores contra os povos indígenas em Mato Grosso e no Brasil.<br /><br />Essa violação se delonga desde a década de 60 quando o território dos Xavante fora ocupado pela Agropecuária Suiá-Missú (o maior latifúndio do mundo na época). Nesse período os indígenas foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e por lá permaneceram cerca de 40 anos, posteriormente, a fazenda foi vendida para a petrolífera italiana Agip. Durante a Rio 92 a empresa italiana foi pressionada a devolver aos Xavante seu território de origem.<br /><br />De acordo com a Funai em 1992 (quando começaram os estudos para a demarcação da Terra Indígena Marãiwatsèdè a área passou a ser ocupada por invasores). Mesmo sem o amparo do Estado os guerreiros Xavante retornaram ao seu território e vivem atualmente espremidos em apenas 10% da área homologada em 1998 (com 165.241 hectares) de posse permanente e usufruto exclusivo desse povo. Os 90% restante do território, atualmente, está tomado ilegalmente por fazendeiros e invasores, majoritariamente, criadores de gado e produtores de soja que exaurem o ambiente, acuam e ameaçam os indígenas.<br /><br />Vivendo as margens do seu território e das políticas públicas os indígenas aguardam fazer valer seus direitos. Sucessivos recursos jurídicos foram tomados para que Marãiwatsèdè volte a ser ocupada pelos primeiros habitantes: o povo Xavante. Recentemente, esse direito foi definitivamente reconhecido pela Justiça Federal de Mato Grosso que homologou o plano de desocupação de não índios da região.<br /><br />Resumidamente, a referida decisão judicial do processo nº 2007.36.00.012519-0, determina que:<br /><br />- A FUNAI em um prazo de 48 (quarenta e oito) horas (a partir do dia 31/07) forneça a lista dos ocupantes, não-índios, identificados em Marãiwatsèdè, bem como, informe a data de início do processo de desintrusão, cujo prazo não poderá ser inferior a quinze dias à comunicação a ser feita a este juízo;<br /><br />- Conhecida a data de início da desocupação, oficie-se de imediato, com prazo não inferior a 10 (dez) dias, à Polícia Federal e à Força Nacional de Segurança, para que prestem auxílio total e irrestrito durante todo o processo de execução da desintrusão;<br /><br />- Mandados de desocupação da área indígena, com prazo de trinta dias, mantendo-se na área de domínio da UNIÃO somente os índios, conforme já decidido por este juízo.<br /><br />Na luta por justiça ambiental, a Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCA) e o Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso (FDHT) vêm a público manifestar seu irrestrito apoio ao povo Xavante de Marãiwatsèdè, solicitar que os prazos sejam rigorosamente cumpridos, e, sobretudo, que a segurança e a dignidade dos indígenas sejam garantidas durante o processo de desintrusão. Aguardamos ávidos a comunicação de que Marãiwatsèdè, regressou aos seus verdadeiros donos: o povo A’uwe Uptabi ou Povo Xavante como são mais conhecidos.<br /><br />Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCA)<br />Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso (FDHT-MT)<br /><br />http://www.ihu.unisinos.br/noticias/512390<br /><br /><br /><br />Ato 2 ============================<br /><br /><br /><br />Segunda, 26 de novembro de 2012<br />Justiça expulsa posseiros de área indígena<br /><br />Famílias de posseiros que ocupam desde 1992 a terra indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso, foram notificadas pela Justiça e terão de deixar suas casas até 18 de dezembro.<br /><br />O Incra, órgão do governo federal responsável pela regularização fundiária no país, identificou 650 famílias de pequenos agricultores vivendo na área, o equivalente a cerca de 2.700 pessoas. Já a associação local de produtores rurais diz que 7.000 pessoas serão despejadas.<br /><br />A terra indígena tem 165 mil hectares que abrangem os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia.<br /><br />A reportagem é de Daniel Carvalho e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 25-11-2012.<br /><br />Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), cerca de mil xavantes vivem desde 2004 numa área de 10% da terra indígena, homologada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.<br /><br />A saída dos posseiros é uma determinação de agosto da Justiça Federal.<br /><br />Em setembro, os não índios conseguiram suspender a retirada. No mês seguinte, o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, derrubou a liminar que mantinha posseiros na terra indígena.<br /><br />O caso ainda não foi apreciado pelo plenário do tribunal, mas a procuradora da República Marcia Zollinger diz acreditar que os recursos dos posseiros não deverão ser aceitos pelo STF, pois têm como objetivo rediscutir as provas da ação. "A confiança é plena de que agora os índios voltarão para a terra deles", disse a procuradora.<br /><br />CLIMA TENSO<br /><br />A presença de dois oficiais de Justiça entre os dias 7 e 18 provocou tensão no distrito de Posto da Mata, em Alto Boa Vista (a 1.045 km de Cuiabá).<br /><br />Homens da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Rodoviária Federal permanecem no local. O efetivo em atuação não foi informado.<br /><br />Segundo a PF, uma delegacia desativada que serviria de base para os agentes foi incendiada no fim de semana passado, e um carro da Força Nacional foi virado por manifestantes.<br /><br />O presidente da associação dos produtores rurais, Renato da Silveira Filho, ainda espera reverter a situação. "É muito triste, muito revoltante. O Brasil está querendo acabar com a pobreza, [mas] lá estão querendo jogar o povo na miséria", disse à Folha.<br /><br />Segundo a associação, serão desativados 600 propriedades rurais, um posto de saúde, dois postos de gasolina, dois hotéis, oito igrejas e três escolas públicas onde estudam 800 alunos.<br /><br />Pelos cálculos de Silveira Filho, 250 mil cabeças de gado, 10 mil hectares de soja e cinco mil hectares de milho serão perdidos.<br /><br />Os posseiros não terão direito a indenização pelas benfeitorias porque, em 2010, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região entendeu que eles são "meros invasores da área".<br /><br />O Incra está cadastrando as famílias da região para ver quantas se encaixam no perfil de público da reforma agrária e poderão ir para assentamentos próximos.<br /><br />DITADURA<br /><br />Os xavantes foram expulsos de suas terras na década de 1960 pelo governo militar e lutam na Justiça desde 1995 para voltar para a terra indígena Marãiwatsédé.<br /><br />Em 2011, o governo de Mato Grosso sancionou lei que permite ao Estado trocar com a União a terra indígena pela área do Parque Estadual do Araguaia. Para a Funai, a lei é inconstitucional.<br />
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515815-justica-expulsa-posseiros-de-area-indigena<br /><br />===========================<br /><br />a história toda<br />http://maraiwatsede.wordpress.com/page/2/Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-20354049213142523182012-11-26T12:05:00.001-02:002012-11-26T12:27:15.862-02:00Impunidade desafia combate à violência contra mulher no Brasil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZR_FeI4FwxOZcIAcyxYfNkp9BKeCMjIlqnnbPcte2aiO6dpr61fhKHCUa9BERxdc8Hmf2FZApjjl3jlJeVEB_qCYdSiC2zI0vEZExy_CBeVRQPd0baGAJrdz1r2i4exVwSlOWe_o_yoFy/s1600/NO_SE_~1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZR_FeI4FwxOZcIAcyxYfNkp9BKeCMjIlqnnbPcte2aiO6dpr61fhKHCUa9BERxdc8Hmf2FZApjjl3jlJeVEB_qCYdSiC2zI0vEZExy_CBeVRQPd0baGAJrdz1r2i4exVwSlOWe_o_yoFy/s320/NO_SE_~1.JPG" width="320" /></a></div>
<span class="fbPhotosPhotoCaption" id="fbPhotoPageCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption">Segunda, 26 de novembro de 2012<br /> <br /> <br /> </span></span><br />
<div class="text_exposed_show">
Seis anos após a promulgação da Lei Maria da Penha, o Brasil tem
demonstrado esforços no combate à violência contra a mulher, e o número
de denúncias vem aumentando, mas a maioria ainda esbarra em um velho
obstáculo que beneficia os agressores: a impunidade.<br />
<br />
A
legislação que foi sancionada em 2006 é considerada modelo
internacionalmente e leva o nome da ativista cearense que ficou
paraplégica após ser baleada pelo marido, que a espancou por mais de dez
anos.<br />
<br />
O serviço Ligue 180, criado na mesma época da
promulgação da lei, recebeu quase 3 milhões de ligações nos últimos seis
anos, sendo 330 mil denúncias de violência, algo interpretado por
especialistas como um sinal de que cada vez mais mulheres vêm utilizando
este canal em busca por justiça.<br />
<br />
A reportagem é publicada pela BBC Brasil, 25-11-2012.<br />
<br />
Mas analistas avaliam que, na prática, o que impede o avanço do país
rumo à eliminação da violência contra a mulher é o Judiciário, que ainda
processa os casos com muita lentidão. Além disso, muitos juízes ainda
tratam a questão com preconceito e machismo, primando por tentativas de
conciliação mesmo diante das evidências de abusos, dizem pesquisadores
da área.<br />
<br />
Também há indícios de uma morosidade do governo nas
esferas municipal, estadual e federal em agilizar a estruturação da rede
de atendimento à mulher prevista pela lei.<br />
<br />
Mais violência<br />
<br />
Enquanto isso, estatísticas recentes mostram uma tendência de aumento da violência.<br />
<br />
Segundo um levantamento do Instituto Sangari, baseado em dados obtidos
de certidões de óbito e da Organização Mundial de Saúde (OMS, ligada à
ONU), o Brasil acumulou mais de 90 mil mortes de mulheres vítimas de
agressão nos últimos 30 anos.<br />
<br />
Em 1980 eram 1.353 assassinatos
deste tipo por ano, e em 2010 a crifra saltou para 4.297. Além disso, o
Brasil fica em 7º lugar no ranking dos países com mais mortes de
mulheres vítimas de agressão.<br />
<br />
Algo que Eleonora Menicucci,
ministra chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão
do governo federal, classifica como "lamentável".<br />
<br />
"É realmente
lamentável que o Brasil ainda esteja na 7ª posição neste ranking. Eu
gostaria que a gente nem aparecesse, mas creio que todas as nossas
políticas públicas impactam este cenário e que estamos no caminho
certo", disse em entrevista à BBC Brasil.<br />
<br />
<br />
<br />
Impunidade<br />
<br />
Para Wania Pasinato, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da
Violência da USP, as estatísticas soam como um alerta de que a lei não
está sendo aplicada como deveria e que o país falha em não reduzir mais o
sofrimento e as mortes de milhares de brasileiras.<br />
<br />
"A gente
diz o tempo todo para essas mulheres denunciarem a violência, mas nada é
feito. O Estado não reage à essa denúncia, ou se reage, fica apenas no
papel. Essa ineficiência cria um cenário de impunidade muito perverso",
diz.<br />
<br />
Já a ministra Eleonora Menicucci argumenta que na visão do
governo federal o combate à impunidade é importante e configura a
segunda etapa do esforço para conter a violência.<br />
<br />
Mas ela admite que é "ponto pacífico" que existe uma "morosidade enorme nos processos".<br />
<br />
Na metade deste ano a SPM lançou a campanha "Compromisso e Atitude no
Enfrentamento à Impunidade e à Violência contra às Mulheres", focando no
Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça.<br />
<br />
"Temos duas
frentes: mudar a mentalidade da sociedade e do Judiciário. São os
juízes que vão dar velocidade aos processos e audiências", explica,
acrescentando que "o Brasil é um país muito grande, as culturas e os
procedimentos são muito diferentes".<br />
<br />
Ela destaca, no entanto,
que entre julho de 2010 e dezembro de 2011 em todo o país foram
realizadas 26.410 prisões de agressores, 4.146 detenções preventivas e
que mais de 685.905 processos de agressão contra mulheres estão
tramitando em cortes brasileiras.<br />
<br />
O Observatório Lei Maria da
Penha, ligado à Universidade Federal da Bahia (UFBA), que monitora a
aplicação da lei em todo o Brasil, diz que ainda há muito machismo e
preconceito entre delegados e juízes, que tendem a classificar a
violência contra a mulher como um assunto de foro íntimo, relegado a um
segundo plano diante de outras questões.<br />
<br />
"Há casos de mulheres
que denunciam o agressor e esperam mais de seis meses por uma audiência,
e o juíz ainda tende a ignorar a gravidade da denúncia e primar pela
conciliação e a retirada da queixa. Sobretudo no Nordeste, vemos até o
assédio de policiais contra as mulheres no momento da denúncia, quando
elas estão fragilizadas", diz Márcia Tavares, uma das pesquisadoras do
grupo.<br />
<br />
Wania Pasinato acredita que o Judiciário brasileiro
simplesmente não está preparado para aplicar uma legislação de proteção à
mulher.<br />
<br />
"Eles veem apenas a dimensão criminal. O
posicionamento de juízes e da segurança pública precisa ser modernizado.
É necessário haver mais esforço, o que não está acontecendo. Muitos
magistrados desconhecem totalmente a lei".<br />
<br />
<br />
<br />
Estrutura<br />
<br />
Um dos aspectos mais elogiados da lei Maria da Penha é o fato de que a
legislação vê a violência contra a mulher não só como um problema
criminal mas também social.<br />
<br />
E para agir com mais eficiência
rumo à uma transformação real da cultura de dominação machista e
agressão, o texto da lei prevê a criação de uma rede de atendimento
composta por diversas esferas, entre elas juizados especiais e abrigos
onde as mulheres podem ficar seguras após fazer denúncias.<br />
<br />
Mas até mesmo a SPM reconhece que essa estrutura ainda está muito aquém do necessário.<br />
<br />
"É realmente verdade, infelizmente. A rede de proteção e as delegacias
especiais são estaduais, já as casas-abrigo são municipais. Estamos
propondo que os juizados sejam regionais, para melhorar essa estrutura",
diz a ministra Eleonora Menicucci.<br />
<br />
Ela explica que a SPM
repassa recursos federais aos Estados a cada quatro anos, quando ocorre
um acordo mediante a apresentação de projetos. No ciclo atual, apenas
três Estados já renovaram suas verbas (Distrito Federal, Paraíba e
Pará), recebendo um total de R$ 29,9 milhões. Os outros estão pendentes.<br />
<br />
A pesquisadora da USP Wania Pasinato diz que os investimentos para que a
rede seja de fato ampliada e que "a maioria das tentativas têm
fracassado".<br />
<br />
"Fica difícil transformar esse direito formal em um atendimento concreto sem essas estruturas previstas pela lei".<br />
<br />
Para a socióloga, o alto número de assassinatos de mulheres no país é
um alerta de que a lei, de fato, não está sendo aplicada como deveria, e
que a sociedade brasileira ainda precisa avançar para aceitar o fato de
que "bater em mulher" é crime.<br />
<br />
"Passamos por muitas
transformações e o papel da mulher foi alterado de forma muito radical
no país. Temos uma presidente mulher, algo muito simbólico. São mudanças
que a nossa cultura machista ainda não conseguiu absorver e que ameaçam
os homens com a mentalidade dominadora".<br />
<br />
<a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515837-impunidade-desafia-combate-a-violencia-contra-mulher-no-brasil" rel="nofollow nofollow" target="_blank">http://<wbr></wbr><span class="word_break"></span>www.ihu.unisinos.br/<wbr></wbr><span class="word_break"></span>noticias/<wbr></wbr><span class="word_break"></span>515837-impunidade-desafia-c<wbr></wbr><span class="word_break"></span>ombate-a-violencia-contra-<wbr></wbr><span class="word_break"></span>mulher-no-brasil</a></div>
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-64865269574974641912012-11-26T11:58:00.000-02:002012-11-26T12:08:35.929-02:00´'Violência contra mulher está em todas classes', diz Maria da Penha<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTCZuACOkx6mnm45fwvC2_LwKvU25OdnR086zZPcMnnRC6bgTvAfxqL3hlYQyiy2LO5ITrwKWOCWFDg_JlUfJ06p1lHD2oahzLSZYPrlX_aK5hqF4u_nSr0l4MXx6BDLUR-T8ZlvPfExV3/s1600/MULHER+SOFRENDO+01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTCZuACOkx6mnm45fwvC2_LwKvU25OdnR086zZPcMnnRC6bgTvAfxqL3hlYQyiy2LO5ITrwKWOCWFDg_JlUfJ06p1lHD2oahzLSZYPrlX_aK5hqF4u_nSr0l4MXx6BDLUR-T8ZlvPfExV3/s320/MULHER+SOFRENDO+01.jpg" width="320" /></a></div>
Segunda, 26 de novembro de 2012<br />
<br />
<br />
Se tudo tivesse ocorrido conforme planejado por seu agressor, Maria da Penha estaria morta há muito tempo, e ninguém suspeitaria que seu caso seria mais um de uma extensa lista de homicídios de mulheres no Brasil.<br />
<br />
Mas ela sobreviveu a duas tentativas de assassinato e lutou para que seu marido, um economista colombiano, fosse condenado.<br />
<br />
A reportagem é publicada pela BBC Brasil, 25-11-2012.<br />
<br />
Hoje com 67 anos e paraplégica devido ao tiro que levou do ex-cônjuge, ela sabe que tem um lugar especial reservado na história do país, após ter uma lei batizada com seu nome, e que pode ajudar a salvar milhares de vidas de mulheres.<br />
<br />
"Gostaria de ser lembrada como uma mulher que, perseverando após 19 anos e seis meses em busca de justiça, conseguiu mudar a lei de um país", diz a cearense durante uma entrevista à BBC Mundo em sua casa em Fortaleza.<br />
<br />
<br />
"Enquanto dormia"<br />
<br />
Farmacêutica bioquímica, ela relembra o instante em maio de 1983 quando um tiro a condenou a passar o resto da vida em uma cadeira de rodas. Ela tinha 38 anos.<br />
<br />
"Meu marido atirou nas minhas costas enquanto eu dormia", disse. "Acordei com um tiro e não sabia quem havia atirado. Pensei que tinha sido ele, não o tinha visto".<br />
<br />
As suspeitas dela eram baseadas nas atitudes cada vez mais violentas que Marco Antonio Heredia vinha adotando com ela e suas filhas. Ela havia sugerido a separação, mas ele não aceitou.<br />
<br />
O agressor disse à polícia que o tiro que atingiu sua mulher havia sido disparado por um criminoso em uma tentativa de assalto.<br />
<br />
Depois de passar quatro meses e meio hospitalizada, Penha voltou a viver com o marido e as filhas. "Continuei com ele porque não sabia que ele havia sido o autor da primeira vez".<br />
<br />
"Quando voltei sofri uma segunda tentativa (de assassinato), mais dissimulada, por meio de um chuveiro elétrico danificado de propósito (para eletrocutá-la)", afirmou. "Se eu tivesse entrado no banho... Percebi antes que estava passando corrente (pela água)".<br />
<br />
Quase um ano depois do disparo, convencida de que seu marido queria matá-la, Penha o denunciou às autoridades e começou sua luta para que Heredia fosse condenado.<br />
<br />
<br />
<br />
Risco de morte<br />
<br />
Heredia se declarou inocente da acusação, mas após uma série de julgamentos e recursos que lhe renderam mais de uma década em liberdade, foi condenado por tentativa de homicídio e começou a cumprir pena em 2002.<br />
<br />
Ele ficou 16 meses na cadeia, passou para o regime semi-aberto e, em 2007, entrou em liberdade condicional.<br />
<br />
Em meio à batalha judicial, o caso foi levado por ONGs à Comissão Interamericana de Direitos Humanos - que começou a pressionar o governo brasileiro.<br />
<br />
O Estado foi responsabilizado pela demora no processo e convidado a tomar medidas para prevenir a violência doméstica - um delito que até então dificilmente se punia com prisão.<br />
<br />
Isso levou à aprovação em 2006 da Lei Maria da Penha, que combate à violência doméstica com punições mais duras para os agressores, como a possibilidade de prisão preventiva e o impedimento da imposição de penas alternativas.<br />
<br />
Uma declaração das Nações Unidas citou no ano passado essa lei como pioneira mundialmente em defesa dos direitos das mulheres.<br />
<br />
Apesar da lei, a quantidade de mulheres brasileiras assassinadas continua causando preocupação - um desafio que permanece sem solução no país, segundo especialistas.<br />
<br />
"A lei ajuda a mudar o comportamento, mas não muda tudo sozinha", disse a socióloga Eva Blay, uma das primeiras pesquisadoras a estudar questões de gênero no Brasil.<br />
<br />
Maria Magnólia Barbosa, procuradora de Justiça de estado do Ceará, afirma que a lei também levou a um aumento das denúncias de mulheres maltratadas, dando ao problema maior visibilidade.<br />
<br />
"Antes (as mulheres) não tinham a quem denunciar", explica à BBC Mundo.<br />
<br />
<br />
<br />
"Questão cultural"<br />
<br />
O Ceará, onde vive Maria da Penha, é um dos estados do Brasil com menores índices de violência doméstica, embora, segundo Maria Magnólia Barbosa, 157 mulheres tenham morrido nos sete primeiros meses de 2012 em decorrência de agressões.<br />
<br />
"O feminicídio é uma questão cultural antes de mais nada", afirma Maria da Penha, que lembra que a violência doméstica está em todas as classes sociais: "Meu agressor era um professor universitário".<br />
<br />
Símbolo da luta pelas mulheres no país, Penha aconselha que as que se sintam ameaçadas busquem apoio de instituições e grupos especializados, que se protejam com sigilo e evitem ser impetuosas.<br />
<br />
"Muitas vezes a mulher pode se desesperar por estar vivendo uma situação assim, mas é melhor ter um pouco de cautela para que não seja assassinada", afirma. "Porque é em momentos assim que muitas vezes a mulher perde a vida".<br />
<br />
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515838-violencia-contra-mulher-esta-em-todas-classes-diz-maria-da-penhaRita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-6786084516387967142012-11-26T11:48:00.000-02:002012-11-26T12:07:39.122-02:00Caminhada pede fim da intolerância religiosa em Salvador<br />
<div class="dataMateria">
Dom
, 25/11/2012 às 14:37
| Atualizado em: 25/11/2012
às 15:07
</div>
<h2 class="titMateria colorNot">
</h2>
<div class="creditoMateria">
Flávia Faria
</div>
<br />
<br />
http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/materias/1469259<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLBUZ14vKJvGcVofAGYx2SYBZH4z6R_ya9U0TZMmGtJWkyKDKUBX_WdqcnS4Fw3JM8uIlMfMX43mCWkjyIRU2XXR4nbeaduunu5r8oNo9O0LOx0qzp7Av69EiVhIpcGd8jGzFhCIGmJwE1/s1600/650x375_1293645.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLBUZ14vKJvGcVofAGYx2SYBZH4z6R_ya9U0TZMmGtJWkyKDKUBX_WdqcnS4Fw3JM8uIlMfMX43mCWkjyIRU2XXR4nbeaduunu5r8oNo9O0LOx0qzp7Av69EiVhIpcGd8jGzFhCIGmJwE1/s1600/650x375_1293645.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="flex-caption">
Caminhada percorreu do Engenho Velho da Federação até o Dique do Tororó</div>
<br />
<br />
Homens, mulheres e crianças se uniram na manhã deste domingo, 25, para
pedir respeito e liberdade de fé na 8ª Caminhada pela Vida e Liberdade
Religiosa. Vestidos de branco, os participantes saíram o Engenho Velho
da Federação a caminho do Dique do Tororó. No destino final, foram
recebidos por bandas e apresentações artísticas.<br />
<br />
Movida por um pequeno trio elétrico e música afro, a Caminhada pedia o
fim da intolerância religiosa e o respeito ao povo de santo, como são
chamados os adeptos das religiões de rigem africana.<br />
<br />
Entre os manifestantes estava a Yalorixá do Terreiro Axé Abassá de
Ogum, Jaciara Ribeiro, conhecida por seu papel na luta contra a
intolerância. "Nós viemos de vários terreiros clamar por liberdade e
respeito. Essa é uma ação política do povo de Santo", diz.<br />
<br />
Também estiveram presentes os políticos Hamilton Assis, do PSOL, eleito
vereador na última eleição, o deputado estadual Bira Corôa, e Ailton
Ferreira, da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Eles
destacaram importância da tolerância religiosa e o papel das religiões
africanas para a cultura baiana. "Essa caminhada é uma ação afirmativa
das pessoas que professam sua fé e nela se reconhecem", diz Assis.<br />
<br />
O movimento foi organizado pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN) e
pelo Fórum Estadual de Religiões de Matrizes Africanas (Ferma).<br />
<br />
Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-58256319702322717862012-04-12T13:00:00.000-03:002012-04-12T13:00:12.549-03:00Ah! essas criaturas adoráveis!<div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLwTWCTh78vuAT_Ujxvk8Qz8jR_-CVmn4fo1RX6GYZ7bCOeFTN2KGFQJOIfa-Nq7QIw4Df0W2cu7MNCMhkTvwBY0fGJdUO3IS87Gp65IVjGePJRBI-ErNCSqX8HIupiGa3DkysSzpi1V25/s1600/-TxbKNQRB7OjMZz.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-GfCRKc9Jz40/T4bzPar2MUI/AAAAAAAAOFo/LN3LuncwbqU/s1600/-_p0Gnrxt_S.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-jzl4frQAhcA/T4bzTw3TZCI/AAAAAAAAOGQ/IMg2TnrG2tw/s1600/026.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-zh91kdZa2y4/T4bzQ9WPtPI/AAAAAAAAOFw/vpqUyT5F47A/s1600/031.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-oI0zOS2K3iw/T4bzQ4irPtI/AAAAAAAAOF4/UO6GNsJPlKY/s1600/1lxJcFxfjtpt5Ax.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div 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goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUwYdxggnPP864d3sJEFzcd6x_yr9NCwhhIUrIstOacoBS6E-RknBr2L1Dt3lrh3gNvZAVA_5Fa7QWrwxPO7aLFEs0QyGJnI55mqDjq49YrFg8ocPhtonGzNnuTsbV-BN8coRZd163V2bA/s1600/49713427_n.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-9nG-oEFiQRI/T4bzVRp50eI/AAAAAAAAOGw/Eoh9jyLcy6I/s1600/53z0.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" 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class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-QZVbdu-nTrA/T4bza3ebPPI/AAAAAAAAOH4/SX-qKm8qcWk/s1600/DIj7_SSzUouV.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-uUAnsUOJghw/T4bzcgKD0mI/AAAAAAAAOIM/TZUzhb95a_w/s1600/ELEFANTE%20-%20FA8Magentic%20Wallpaper.JPG" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-94CUWdpjsYE/T4bzcczqHsI/AAAAAAAAOII/69bMtv3_sqc/s1600/IMGP2473edited.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-asF7XGO3UXQ/T4bzcMSXGnI/AAAAAAAAOIA/Q5PDWMGOg2U/s1600/Imagem10.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-YHxO0LUzGkM/T4bzd268ykI/AAAAAAAAOIg/0R8id_Wro1I/s1600/Imagem11.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-E-En6ylzF3Y/T4bzdC8PFUI/AAAAAAAAOIY/-xAxJdGLEuA/s1600/Imagem12.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div 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class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-lzIn8xiZIcc/T4bzj6qg2cI/AAAAAAAAOKY/aHakL9TD3Kg/s1600/Imagem26.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin5uaVTQ76ZduY77z6P6x-tvzB7vrkl1q5Px2Wx7PRqwjYk5cWrnlOno9yKvSHZPeWmSOQ47QzmKfUldr-yRdZMijhR8X5zX3tR_kYz9tzaJXLWVUMGmDNuVRjsGxSvAOV6WXf5_TJSazW/s1600/Imagem27.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-Wjkq8lzF9Zg/T4bzkimWv5I/AAAAAAAAOKs/gC0UmbELPLk/s1600/Imagem28.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-XHv3r2_GMj8/T4bzkgLRhII/AAAAAAAAOKo/NRHV4FZT3Bc/s1600/Imagem29.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-Mm57kIHTSmw/T4bzledzYhI/AAAAAAAAOK4/aysVek9pLu8/s1600/Imagem3.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-pHWvrhqvpJE/T4bznAM1GuI/AAAAAAAAOLA/uJuBICT70kA/s1600/Imagem4.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-DyK1dV8fpqA/T4bznxXvdcI/AAAAAAAAOLI/wRB7xTBPvoI/s1600/Imagem5.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPsHvvVtAEx6C_TM1Hdeq8S5O_-VzTxv7r2N2kby2Pfp1EsTBRPMcmMJeKFeKfD8IYMuB3Nbz9Kda0nCEJVDpTO-Iwsxr00pa2kTjnMXQooYz7ZDYDXF_-yh0kVOJBzGNUeBQaNlla4ayR/s1600/Imagem6.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-aNwDm9aGv3Q/T4bzoJXEzvI/AAAAAAAAOLU/qxV3KePwWqQ/s1600/Imagem7.jpg" 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class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-drkEtN_c5VQ/T4bzrWP55NI/AAAAAAAAOMA/1IIAFfOgKAo/s1600/O-v82W2nNSKlQqNuKQG.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-ynWPrattt4M/T4bzr5LTvGI/AAAAAAAAOMQ/-ISy4COWU6Y/s1600/OAyYsgpzzXiLxGAhUV9ZXC9TAU.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPqRt_nAmyLllrTmzQ2iMdvw7OJaUCJHbsiwAz8z7hZ_VYeVSkqfpDzGOCKdzIgxMwt-EJR6_JJep_hoFE_KEaOsaKu0Ur8opOOGn8oPGFVbTc_a-z_EJuRmXoQhZMcqndIg1PSe98Hf6t/s1600/P6jmjkePum4j.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-PrSBiEvadmM/T4bztJE4ctI/AAAAAAAAOMg/D9nr6zNToeM/s1600/PAGVxHF_C2SooiM0cijfqZvvAdB.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-rvMuRHRVr4A/T4bzuJRfTfI/AAAAAAAAOMo/norvLkqbRhU/s1600/PM-.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-WD9r4FdYRR0/T4bzuPG3jbI/AAAAAAAAOMs/DiTMzqgst1A/s1600/PQA5.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-m2CBgbVaMmU/T4bzu89Jh9I/AAAAAAAAOM4/bxlK43Z-78U/s1600/PQAA.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-2jy9559ciQ4/T4bzwoFQuqI/AAAAAAAAONM/DRYlop1_ENQ/s1600/PQAAAMkSrXGCpd2oIZYg41t-Me6G1t.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-QJ3-rzq7yao/T4bzvUuy9dI/AAAAAAAAONA/U6xJNpGhbBU/s1600/PQAY.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-4W72T8iwi4k/T4bzwN6-gSI/AAAAAAAAONI/raCFjAEcnS0/s1600/PQAav.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><a class="goog-icon-list-icon-link" href="https://picasaweb.google.com/115980854011335534239/AhEssasCriaturasAdoraveis12DeAbrilDe2012#5730535601916878946" style="height: 0.75em; width: 1em;"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-YvTwS6ihG1Q/T4bzxKz8IGI/AAAAAAAAONU/FI6bktNVWug/s1600/PQH.jpg" /></div></a></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-0ocAqAeSgHs/T4bzy48OGFI/AAAAAAAAONk/3MMFEI5N-t0/s1600/PQQ.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-Rzt6OA7jfM0/T4bzzP3k9TI/AAAAAAAAONw/C4J5818l9N4/s1600/PQY.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-AgGWBq_EID4/T4bzyx4S4YI/AAAAAAAAONc/R7UkO-02Xo4/s1600/PQd06w3SyNo.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-KtLEeeWyWIs/T4bz2X3bADI/AAAAAAAAOOE/oJqwXj_DU9A/s1600/PQeSc.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-e2KLXKdWBGA/T4bz0h0k6vI/AAAAAAAAON4/gZeJuYSt9JA/s1600/PQgPPs3Fa_c3kC.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-lMEYRwgYeNw/T4bz2jwbzyI/AAAAAAAAOOI/ChGyRKVcVIU/s1600/PQiK.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-SFbZiC2x--Y/T4bz2myzMBI/AAAAAAAAOOA/6Eklv1bc83E/s1600/PQkn.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-I3tyLgH15W4/T4bz5p7XlTI/AAAAAAAAOOo/snqryUcqcoI/s1600/PQqn.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-ZOQI8iu_huM/T4bz4KyO4BI/AAAAAAAAOOY/7TrH6lDZWiQ/s1600/PQufg.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-2xS1HCApbp8/T4bz4pJf92I/AAAAAAAAOOc/HAHPAcksVtA/s1600/PZO.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-NQqBXlS--1k/T4bz6GpdSaI/AAAAAAAAOO4/43ycNSVxB60/s1600/Pk5J0DQCptkE1XFD_.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-vuhOF8bXB_0/T4bz5wODPdI/AAAAAAAAOOw/ok-sxnY0izo/s1600/PmYGCuEEZ2O.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-3-E7zpp0QOE/T4bz8ejPeII/AAAAAAAAOPE/qwqzSqOSijs/s1600/PnF6iTFkKz4yq0Gj.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr>
</tbody></table></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-LgCDEWEgCZM/T4bz8zFFBlI/AAAAAAAAOPU/UOWMu3l78UY/s1600/Po.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-0sDsgVj8v5o/T4bz8kApcHI/AAAAAAAAOPM/-ilYpmN1FLY/s1600/PtnFzX7.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-Dhg8CBKZfcc/T4bz_IOqKcI/AAAAAAAAOPo/QwJKq1Ps85w/s1600/Slide11c.JPG" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-tqYvBk87o2o/T4bz-X8CxnI/AAAAAAAAOPc/6s8q8Sz9RsY/s1600/Slide48.JPG" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-XOFY4a57qpM/T4bz_M0WX1I/AAAAAAAAOPk/tDFejpynhHc/s1600/Slide49.JPG" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-WaC-aE5YyJ4/T4bz_ecto8I/AAAAAAAAOPw/cRVbckKI2oM/s1600/Slide50.JPG" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img 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src="https://lh5.googleusercontent.com/-jE6dNCYhytM/T4b0FlFcU7I/AAAAAAAAOQ0/MA2dKpFURyY/s1600/crian%C3%A7a%20e%20cachorro%2061.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-OC6UFcEoxsI/T4b0HbJAmNI/AAAAAAAAORQ/t6aro_pM6Ec/s1600/crian%C3%A7a%20e%20cachorro%20SPy.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-RPvbUKtwi9I/T4b0IKNpZ9I/AAAAAAAAORY/HvIpLb6s4cM/s1600/crian%C3%A7a%20e%20cachorro%20rE.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img 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class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-yYbKPhr33-E/T4b0V-OSetI/AAAAAAAAOTk/t9lIFfJnjP4/s1600/peix.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-AHbKgtG4KLw/T4b0ZQ1i18I/AAAAAAAAOUE/qccbVd_X3Mk/s1600/pnn.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" height="480" src="https://lh3.googleusercontent.com/-yLVhMCm1sf0/T4b0YRp7peI/AAAAAAAAOT8/aVPLKP_RZtY/s640/ptigre.jpg" width="640" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-EJ2XbooYU5A/T4b0YKPXU8I/AAAAAAAAOT0/bi0j1j8MIvw/s1600/puppy-and-kitten.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh3.googleusercontent.com/-JuX0exyqIzs/T4b0Z4it3HI/AAAAAAAAOUQ/6OhlmNH1LS8/s1600/rihaIPOf.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-EWnd64wGC84/T4b0ZxE7tyI/AAAAAAAAOUI/bdfdjYQuyWA/s1600/s14Fup.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-bIXReq95oVU/T4b0gOdVfjI/AAAAAAAAOVE/Cdg5DwYM1cQ/s1600/tigers.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh6.googleusercontent.com/-RR-inWnyHQc/T4b0bYEmOwI/AAAAAAAAOUc/oc7HaKMbJ_c/s1600/tigre%209aac.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-V7iAYzLTx0g/T4b0dGj2DdI/AAAAAAAAOUk/eDiLN7z4_cA/s1600/tigre.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" height="427" src="https://lh4.googleusercontent.com/-HkjSbB9K1cQ/T4b0dQUE_yI/AAAAAAAAOUs/eAiQaTBFKVs/s640/tumblr_lemjg2cJFk1qzcspxo1_500.jpg" width="640" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" height="455" src="https://lh6.googleusercontent.com/-9yu9bQ7LPZY/T4b0eRJKLiI/AAAAAAAAOU0/5lWZSZWcyE0/s640/tumblr_liswhbbbgH1qe32ddo1_500_large.jpg" width="640" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" 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class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-sjU3hzy02p0/T4b0iVYUSRI/AAAAAAAAOVQ/TnCTPIxiun0/s1600/unp.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh4.googleusercontent.com/-h-ap5COQRf4/T4b0ju4_EKI/AAAAAAAAOVc/K-SHIx-5jz4/s1600/ursos%20.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon" style="text-align: center;"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" src="https://lh5.googleusercontent.com/-6W53AeQQZSk/T4b0k72rbeI/AAAAAAAAOVg/ETJiVKIvOmU/s1600/vvp.jpg" /></div></div></div><div class="goog-inline-block goog-icon-list-icon"><div class="goog-icon-list-icon-img-div"><div class="goog-icon-list-icon-img-container"><img class="goog-icon-list-icon-img" height="480" src="https://lh4.googleusercontent.com/-xtGmYR2udHs/T4b0ladYbnI/AAAAAAAAOVs/ouBZMiTErvM/s640/xfOsnT-f1z4VEHJ1W58vsamiR8.jpg" width="640" /></div></div></div>Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-23267976709465256442012-04-06T10:52:00.001-03:002012-04-06T10:55:10.301-03:00Anunciando a MORTE DE JESUS.<div style="color: #cccccc;">uma história real, que merecia virar filme</div><div style="color: #cccccc;"></div><div style="color: #cccccc;">o protagonista é um velho conhecido. - e segue o relato tal e qual me foi contado:</div><br />
<br />
Sábado passado, estava eu ajeitando meu jardim ..., suado, um Sol de estorar pipocana cacunda, enxada na mão, cansado e por volta do meio dia, algumas pessoas bateram palmano portão ao me ver. Fui solicitamente atender, apesar do aspécto indecente em que encontrava.<br />
<br />
Pensei que fossem pedir um copo de água...<br />
<br />
<br />
<br />
_ Boa tarde meu senhor !!!!<br />
<br />
_Boa tarde...Pois não...<br />
<br />
_Somos Testemunhas e viemos anunciar ao moço (fiquei inchado de ser chamado de moço) , a morte de Jesus na próxima sexta feira.<br />
<br />
_Nããããooooo...pelamordedeus...<wbr></wbr><span class="word_break"></span>vão matar o homi novamente ? E vcs já são testemunhas de mais esse crime ?<br />
<br />
_Não, o senhor não entendeu. É que sexta feira, se comemora a morte de Jesus e queremos deixar uma revistinha<br />
<br />
para o senhor ler a passagem...<br />
<br />
_Pera aí...Jesus era espirita ? Quem faz passagem é espirita. Os outros morrem mesmo de morte morrida ou matada<br />
<br />
igual a esse Jesus que vão matar sexta feira que vem....coitaaaaado.<br />
<br />
_Não moço...Jesus não era espirita não. Ele era judeu...<br />
<br />
_Creindeuspai...Naquela época, irmão já matava irmão né mesmmmm...Ceis tavam lá. Ceis viram ? Tem que<br />
<br />
denunciar isso aí. Onciviu uma barbaridade dessa. Num é pra mim que ceis tem que falar não. É com o delegado<br />
<br />
de puliça, e mandar prender essa safadagem de criminosos. E olha aqui....É bom vcs nun ficá por aí servindo de<br />
<br />
testemunha não, que ceis num conhece essa gente.<br />
<br />
Mas brigado por terem vindo me avisá, que eu vô deixá o portão bem trancado, viu. Vai que eles aparece por aqui, néh?<br />
<br />
_Ah moço, vai pro inferno. O senhor tá de gozação com nóis.<br />
<br />
<br />
<br />
_Tô não criatura.<br />
<br />
<br />
<br />
E com um sorriso de sarcasmo, voltei a ajeitar a grama do jardim, observando as senhoras darem pulinhos de raiva<br />
<br />
e praguejando rua abaixo.Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-79204901160202863632012-03-18T12:48:00.000-03:002012-03-18T12:48:56.584-03:00Meditação melhora respostas físicas e emocionais ao estresse<strong> </strong> <br clear="all" /> <span class="compressed">29/10/2008</span><br />
<br />
<a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-melhora-respostas-fisicas-e-emocionais-ao-estresse&id=3521" target="_blank"><span class="compressed">http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-melhora-respostas-fisicas-e-emocionais-ao-estresse&id=3521 </span></a> <br />
<h1><span style="font-size: small;"><span class="compressed">Kathi Baker</span></span></h1><strong> </strong><br />
<strong>Meditação da compaixão</strong><br />
Dados de uma nova pesquisa sugerem que indivíduos que se engajam na meditação da compaixão podem se <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-melhora-respostas-fisicas-e-emocionais-ao-estresse&id=3521#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">beneficiar</a> de reduções nas respostas inflamatórias e comportamentais ao estresse, que estão ligadas à depressão e a um grande número de doenças. O estudo foi publicado no jornal médico Psychoneuroendocrinology.<br />
<br />
"Embora se tenha dado muito atenção às <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-melhora-respostas-fisicas-e-emocionais-ao-estresse&id=3521#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">práticas</a> de meditação que enfatizam o processo de acalmar a mente, a melhoria da concentração da atenção ou o desenvolvimento da mente alerta, sabe-se pouco sobre as práticas de meditação desenvolvidas especificamente para incentivar a compaixão," diz Geshe Lobsang Tenzin Negi, que desenvolveu o aplicou o programa de meditação usado na pesquisa.<br />
<br />
<br />
<strong>Efeitos da meditação</strong><br />
Este estudo concentrou-se nos efeitos da meditação da compaixão sobre as respostas inflamatórias, neuroendócrinas e comportamentais ao estresse psicológico, e avaliou o grau no qual o engajamento na <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-melhora-respostas-fisicas-e-emocionais-ao-estresse&id=3521#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">prática</a> da meditação influencia a reatividade ao estresse.<br />
<br />
"Nossas descobertas sugerem que as práticas de meditação projetadas para aprimorar a compaixão podem impactar rotas fisiológicas que são moduladas pelo estresse e que são relevantes para doenças," explica o Dr. Charles L. Raison, diretor clínico do Programa Mente-Corpo da Universidade de Emory e coordenador da pesquisa.<br />
<br />
Participaram da pesquisa 61 estudantes saudáveis com idades entre 17 e 19 anos. Metade dos participantes foram selecionados aleatoriamente para receber seis semanas de treinamento em meditação da compaixão e metade foi selecionada para participar de um grupo de controle de discussão sobre <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-melhora-respostas-fisicas-e-emocionais-ao-estresse&id=3521#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">saúde</a>.<br />
<br />
<br />
<strong>Meditação Lojong</strong><br />
Embora secular em sua apresentação, o programa de meditação da compaixão foi baseada em uma prática milenar do Budismo Tibetano conhecida no Tibete como "Lojong".<br />
<br />
A prática da Logonj utiliza um enfoque analítico e cognitivo para desafiar os pensamentos e emoções inexplorados de uma pessoa em relação a outra, com um objetivo de longo prazo de desenvolver emoções e comportamentos altruísticos com relação a todas as pessoas. Cada sessão de meditação combina aprendizado, discussão e prática da meditação.<br />
<br />
O grupo de controle participou de aulas desenvolvidas pelos pesquisadores sobre tópicos relevantes para a saúde física e mental de estudantes, tais como gerenciamento do estresse, abuso de drogas e desordens de alimentação. Além disso, foi desenvolvida uma grande quantidade de atividades com a participação dos estudantes, tais como debates simulados e atividades lúdicas.<br />
<br />
<br />
<strong>Testes de estresse</strong><br />
Depois que o período de estudos e práticas terminou, os estudantes participaram de um teste de estresse em laboratório para investigar como os sistemas endócrinos e inflamatórios respondiam ao estresse psicológico.<br />
<br />
Não foram verificadas diferenças entre os estudantes do grupo de meditação da compaixão e do grupo de controle, mas, dentro do grupo de meditação, houve uma forte correlação entre o tempo despendido na prática da meditação e a redução nas respostas emocionais e inflamatórias em resposta aos fatores estressantes.<br />
<br />
De forma consistente com esta descoberta, quando o grupo de meditação foi dividido em grupos de muita prática e pouca prática, os participantes no grupo de muita prática mostraram reduções nas respostas quando comparados com o grupo de pouca prática e com o grupo de controle.<br />
<br />
Recentemente um outro estudo comprovou os benefícios para a saúde de um outro tipo de meditação, a meditação da mente alerta - veja <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-da-mente-alerta-diminui-progressao-do-hiv&id=010130080730">Meditação da mente alerta diminui progressão do HIV</a>.Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-46063147264857754482012-03-18T12:36:00.001-03:002012-03-18T15:01:26.219-03:00Meditação transcendental reseta o cérebro ao seu estado natural<span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-transcendental-reseta-cerebro-estado-natural&id=5063"><span class="compressed"> http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-transcendental-reseta-cerebro-estado-natural&id=5063</span></a></span><br />
<br />
<span class="compressed">08/03/2010</span> <br />
<h1></h1><span class="compressed">Redação do Diário da Saúde</span> <br />
<div id="util"><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-gxzVuufm2zrJdJmKJr2xsu3WRTxDXaNSL3_S91nC-mZkU7NP9Qx0_hL0nE_7A9LsQSvOQC8wT6text_Ix34YSrOUzaTVgzE3yABcftKpLoURfdZ836C5Ha8LkD0I3oJTRj2URmQJzD0V/s1600/meditacao-transcendental.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-gxzVuufm2zrJdJmKJr2xsu3WRTxDXaNSL3_S91nC-mZkU7NP9Qx0_hL0nE_7A9LsQSvOQC8wT6text_Ix34YSrOUzaTVgzE3yABcftKpLoURfdZ836C5Ha8LkD0I3oJTRj2URmQJzD0V/s400/meditacao-transcendental.jpg" width="400" /></a></div><span class="compressed">A técnica da Meditação Transcendental ativa o modo <i>default</i> das redes neurais, uma espécie de modo padrão, natural, do cérebro.[Imagem: Cognitive Processing, Volume 11 (2010), Issue 1]</span><br />
<br />
<span class="compressed"><br />
</span><br />
<br />
<b>Resetando o cérebro</b><br />
Um estudo realizado entre estudantes universitários na Universidade Americana descobriu que eles conseguem ativar o modo <i>default</i> das suas redes neurais - uma espécie de modo padrão, natural, do cérebro - durante a prática da técnica da Meditação Transcendental.<br />
<br />
O estudo, aleatório e controlado, com duração de três meses, e que utilizou exames de eletroencefalografia para monitorar o cérebro durante a prática da meditação, será publicado em uma edição especial da revista de <a href="http://www.diariodasaude/topics.php?tag=Neuroci%C3%AAncias">neurociências</a> <i>Cognitive Processing</i>.<br />
<br />
<br />
<b>Estado natural do cérebro</b><br />
São as seguintes as principais conclusões do estudo:<br />
<br />
A Meditação Transcendental produz um estado <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-transcendental-reseta-cerebro-estado-natural&id=5063#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">único</a> de "vigília tranquila", como se pode verificar na potência alfa significativamente mais elevada no córtex frontal e das ondas beta e gama mais baixas nas mesmas áreas frontais durante a prática da meditação.<br />
<br />
A Meditação Transcendental cria uma maior coerência alfa entre os hemisférios direito e esquerdo do cérebro, sugerindo que o cérebro está funcionando como um todo.<br />
<br />
A Meditação Transcendental aumenta a sensação individual do "self" ativando o que os neurocientistas chamam de "modo padrão da rede" no cérebro.<br />
<br />
Este é considerado o estado natural do cérebro, vislumbrado pelos neurocientistas durante o descanso de olhos fechados, mas é muito mais amplamente ativado durante a prática da meditação transcendental.<br />
<br />
<br />
<b>Meditar e descansar de olhos fechados</b><br />
<br />
"A descoberta das diferenças significativas das ondas cerebrais entre os alunos que praticavam a técnica de Meditação Transcendental e aqueles que simplesmente descansavam com os olhos fechados é particularmente convincente, porque os participantes foram divididos aleatoriamente entre as duas situações, e o teste foi conduzido por um pesquisador que desconhecia a condição experimental a que os participantes estavam sendo submetidos," disse David Haaga, professor de psicologia na Universidade Americana e coautor do estudo.<br />
<br />
"Pesquisas já haviam demonstrado que simplesmente fechar os olhos e relaxar reforça o modo padrão do cérebro. Um achado adicional significativo deste novo estudo é que a atividade no modo padrão aumenta durante a Meditação Transcendental quando comparada ao simples descanso de olhos fechados,", disse Fred Travis, outro participante da pesquisa.<br />
<br />
<br />
<b><a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-transcendental-reseta-cerebro-estado-natural&id=5063#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">Benefícios</a> da meditação</b><br />
"Diferentes técnicas de meditação implicam vários graus de controle cognitivo. Assim, padrões de ativação do modo padrão da rede cerebral podem dar dicas sobre a natureza das <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-transcendental-reseta-cerebro-estado-natural&id=5063#" rel="nofollow" style="border-bottom: dotted 1px; color: #2667ec; cursor: hand; text-decoration: underline;">práticas</a> de meditação," conclui ele.<br />
<br />
Pesquisas publicadas anteriormente comprovaram que a prática da Meditação Transcendental diminui a pressão arterial, a aterosclerose e o colesterol e diminuem os riscos de derrame e insuficiência cardíaca e é eficaz contra <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=meditacao-defice-de-atencao-e-hiperatividade&id=3692">déficit de atenção e a hiperatividade</a>.<br />
<br />
Veja ainda a reportagem <a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=de-um-passo-atras-para-avancar-emocionalmente&id=3481">Dê um passo atrás para avançar emocionalmente</a>.</div>Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-21892058500888236452012-03-18T12:07:00.000-03:002012-03-18T12:07:45.081-03:00Interpretação feminista do relato da criação<div class="article_info_container"> <div class="article_info"> <span class="modified" style="float: left;"> Terça, 29 de março de 2011 </span> </div></div><h2 class="contentheading"><br />
</h2><h2 class="contentheading"><span style="font-size: x-small;">http://www.ihu.unisinos.br/noticias/41860-interpretacao-feminista-do-relato-da-criacao</span><br />
</h2>As teólogas feministas "ao resgatarem o relato mais arcaico, feminista, da criação, elas visam propor uma alternativa mais originária e positiva na qual apareça uma relação nova com a vida, com os gêneros, com o poder, com o sagrado e com a sexualidade", escreve <strong>Leonardo Boff</strong>, teólogo.<br />
<br />
<strong>Eis o artigo.</strong><br />
As teólogas feministas nos despertaram para traços antifeministas no atual relato da criação de Eva (Gn 1,18-25) e da queda original (Gn 3,1-19), o que veio reforçar na cultura o preconceito contra as mulheres. Consoante este relato, a mulher é formada da costela de Adão que, ao vê-la, exclama: "eis os ossos de meus ossos, a carne de minha carne; chamar-se-á varoa (hebraico: ishá) porque foi tirada do varão (ish); por isso o varão deixará pai e mãe para se unir a sua varoa: e os dois serão uma só carne”(2,23-25).<br />
<br />
O sentido originário visava mostrar a unidade homem/mulher. Mas, a anterioridade de Adão e a formação a partir de sua costela foi, porém, interpretada como superioridade masculina. O relato da queda soa também antifeminista: "Viu, pois, a mulher que o fruto daquela árvore era bom para comer..tomou do fruto e o comeu; deu-o também a seu marido e comeu; imediatamente se lhes abriram os olhos e se deram conta de que estavam nus”(Gn 3,6-7).<br />
<br />
Interpreta-se a mulher como sexo fraco, pois foi ela que caiu na tentação e, a partir daí, seduziu o homem. Eis a razão de seu submetimento histórico, agora ideologicamente justificado: "estarás sob o poder de teu marido e ele te dominará”(Gn 3,16).<br />
<br />
Há uma leitura mais radical, apresentada por duas teólogas feministas, entre outras: <strong>Riane Eisler</strong> (<em>Sacred Pleasure, Sex Myth and the Politics of the Body</em>,1995) e <strong>Françoise Gange</strong> (<em>Les dieux menteurs</em> 1997) que aqui resumo.<br />
<br />
Estas autoras partem do dado histórico de que houve uma era matriarcal anterior à patriarcal. Segundo elas, o relato do pecado original seria introduzido no interesse do patriarcado como uma peça de culpabilização das mulheres para arrebatar-lhes o poder e consolidar o domínio do homem. Os ritos e os símbolos sagrados do matriarcado teriam sido diabolizados e retroprojetados às origens na forma de um relato primordial, com a intenção de apagar totalmente os traços do relato feminino anterior. O atual relato do pecado original coloca em xeque os quatro símbolos fundamentais do matriarcado.<br />
<br />
O primeiro símbolo atacado é a mulher em si que na cultura matriarcal representava o sexo sagrado, gerador de vida. Como tal ela simbolizava a Grande-Mãe. Agora é feita a grande sedutora.<br />
<br />
No segundo, desconstrói-se o símbolo da serpente que representava a sabedoria divina que se renovava sempre como se renova a pele da serpente.<br />
<br />
No terceiro, desfigura-se a árvore da vida, tida como um dos símbolos principais da vida, gestada pelas mulheres, agora colocada sob o interdito: "não comais nem toqueis de seu fruto” (3,3).<br />
<br />
No quarto, se distorce o caráter simbólico da sexualidade, tida como sagrada, pois permitia o acesso ao êxtase e ao conhecimento místico, representada pela relação homem-mulher.<br />
<br />
Ora, o que faz o atual relato do pecado original? Inverte totalmente o sentido profundo e verdadeiro desses símbolos. Desacraliza-os, diaboliza-os e transforma o que era bênção em maldição.<br />
<br />
A mulher é eternamente maldita, feita um ser inferior, sedutora do homem que "a dominará” (Gen 3,16). O poder de dar a vida será realizado entre dores (Gn 3,16).<br />
A serpente será maldita, feita inimigo fidagal da mulher que lhe ferirá a cabeça mas que será mordida no calcanhar (Gn 3,15).<br />
<br />
A árvore da vida e da sabedoria cai sob o signo do interdito. Antes, na cultura matriarcal, comer da árvore da vida era se imbuir de sabedoria. Agora comer dela significa perigo letal (Gn 3,3).<br />
<br />
O laço sagrado entre o homem e a mulher é substituído pelo laço matrimonial, ocupando o homem o lugar de chefe e a mulher de dominada (Gn 3,16).<br />
<br />
Aqui se operou uma desconstrução profunda do relato anterior, feminino e sacral. Hoje todos somos, bem ou mal, reféns do relato adâmico, antifeminista e culpabilizador como está no Gênesis.<br />
<br />
Por que escrever sobre isso? É para reforçar o trabalho das teólogas feministas que nos apontam quão profundas são as raízes da dominação das mulheres. Ao resgatarem o relato mais arcaico, feminista, elas visam propor uma alternativa mais originária e positiva na qual apareça uma relação nova com a vida, com os gêneros, com o poder, com o sagrado e com a sexualidade.Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-80835369932026884282012-03-18T11:39:00.000-03:002012-03-18T11:39:46.670-03:00Religião: a fronteira final do feminismo?<div class="headline"><div class="headline_info"></div><div class="headline_info">http://www.ihu.unisinos.br/noticias/507495-religiao-a-fronteira-final-do-feminismo</div><div class="headline_info"><br />
<div class="article_info_container"> <div class="article_info"> <span class="modified" style="float: left;"> Quinta, 15 de março de 2012 </span> </div></div><h2 class="contentheading"><br />
</h2></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKqSp5K1iLaDsdy-Q7Y3Xc3hMI6uvOhcO3naSeoo6PW2DmrNK_-L2BYJWpaSlZyZAiW8cVucUAq9pDd747TsNsDwvvfF_0Bj4M3gPejd1GhNHv_0G8FSyzsvRwuzTwW_le0dljQ-ocfkN5/s1600/508781333-645.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="174" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKqSp5K1iLaDsdy-Q7Y3Xc3hMI6uvOhcO3naSeoo6PW2DmrNK_-L2BYJWpaSlZyZAiW8cVucUAq9pDd747TsNsDwvvfF_0Bj4M3gPejd1GhNHv_0G8FSyzsvRwuzTwW_le0dljQ-ocfkN5/s320/508781333-645.jpg" width="320" /></a></div>Há igrejas em que as mulheres não estão autorizadas a falar em voz alta, a menos que primeiro obtenham a permissão de um homem. Há igrejas (muitas delas) em que as mulheres não têm a permissão de pregar no púlpito. Há igrejas em que um menino de 13 anos tem mais autoridade do que a sua mãe.<br />
<br />
A opinião é de <strong>Lisa Miller</strong>, editora de religião da revista <strong>Newsweek</strong>, em artigo publicado no jornal <strong>Washington Post</strong>, 08-03-2012. A tradução é de <strong>Moisés Sbardelotto</strong>.<br />
<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Eis o texto.</strong><br />
<br />
A batalha dos sexos, travada nesta temporada de eleições com uma fúria excessiva no espaço público, está sendo combatida em uma esfera muito mais dolorosa e privada também. Nas igrejas (e sinagogas e mesquitas) em toda a terra, as mulheres ainda são tratadas como cidadãs de segunda classe. E, como as mulheres de fé são cada vez mais chefes de família e mães solteiras, esse status diminuído está começando a se inflamar.<br />
<br />
Há igrejas nos <strong>EUA </strong>em que as mulheres não estão autorizadas a falar em voz alta, a menos que primeiro obtenham a permissão de um homem.<br />
<br />
Há igrejas (muitas delas) em que as mulheres não têm a permissão de pregar no púlpito.<br />
<br />
Há igrejas nos <strong>EUA </strong>em que um menino de 13 anos tem mais autoridade do que a sua mãe.<br />
<br />
"Na igreja, eu tinha que esconder os meus pensamentos, questões e escolhas de vida", diz <strong>Susan</strong>, uma mulher que trabalha como terapeuta em <strong>Seattle </strong>e que, depois uma vida inteira seguindo <strong>Jesus</strong>, abandonou o cristianismo. "Eu achava que eu não podia fazer nada por mim mesma, porque, como uma mulher cristã, eu aprendera que eu precisava de um homem para chegar a algum lugar".<br />
<br />
A história de <strong>Susan </strong>foi publicada em janeiro por uma pequena editora cristã no livro <em><strong>The Resignation of Eve</strong></em> [A resignação de Eva]. Em suas páginas, o autor, um pastor evangélico chamado <strong>Jim Henderson</strong>, afirma que, a menos que as lideranças masculinas das igrejas cristãs conservadores façam um sério exame de consciência – e logo –, as mulheres que sempre sustentaram essas igrejas com o seu tempo, seu suor e seu dinheiro irão embora. Em massa. E não vão mais voltar. Seus filhos, tradicionalmente levados à igreja por suas mães, assim, vão se juntar ao crescente número de norte-americanos que se chamam de <em>un-churched</em> [sem igreja].<br />
<br />
Não interessa que a Bíblia fale sobre mulheres que se submetem a homens e se sentam silenciosamente na igreja, declama <strong>Henderson</strong>. Isso é história antiga. "Até que aqueles que têm poder (homens) decidam dá-lo àquelas que não o têm (mulheres), eu acredito que continuaremos deturpando o coração de <strong>Jesus </strong>e desfigurando a beleza do seu Reino", escreve <strong>Henderson</strong>.<br />
<br />
<strong>Henderson </strong>reforça seu argumento com dados do <strong>Grupo de Pesquisa Barna</strong>. Entre 1991 e 2011, o número de mulheres adultas que frequentavam a igreja semanalmente diminuiu 20%. O número de mulheres que iam à escola dominical caiu cerca de um terço, assim como o número de mulheres que faziam trabalhos voluntários na Igreja.<br />
<br />
E, embora os dados do <strong>Barna </strong>tenham sido contestados por outros pesquisadores, <strong>Henderson </strong>vai mais longe. Mesmo as mulheres que vão à igreja regularmente, diz ele, são realmente apenas a metade: seu descontentamento as impede de se engajar totalmente no projeto de ser cristão. Ele chama esse mal-estar entre as mulheres de "uma fuga de capital espiritual".<br />
<br />
Eu penso nessas fiéis conservadoras nesta temporada política, lutando para sobreviver e manter seus olhos em Deus, enquanto os homens de direita, também conhecidos como "o patriarcado", as desrespeitam e as insultam.<br />
<br />
Não é apenas <strong>Rush Limbaugh </strong>[comentarista político conhecido por suas posições republicanas] que avilta todas as mulheres ao chamar uma delas de "vagabunda" e de "prostituta". Também é <strong><a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505440-rick-santorum-o-primeiro-catolico-evangelico">Rick Santorum</a> </strong>[candidato católico republicano à presidência dos EUA] – aquele homem de fé – que chegou quase a chamar as mães trabalhadoras de egoístas e que trata todas as mães solteiras como a sua "oposição", como ele fez em uma entrevista com <strong>Tony Perkins </strong>do <strong>Family Research Council </strong>no ano passado. "Elas olham para o governo pedindo ajuda e vão votar", disse Santorum. "Por isso, se quisermos reduzir a vantagem democrata, o que precisamos fazer é construir famílias biparentais". <br />
<br />
Também é cada medida política que coloca o chamado "pequeno governo" à frente da saúde, do bem-estar e da educação das crianças.<br />
<br />
Eu penso nas blogueiras do <strong>Feminist Mormon Housewives </strong>que insistem sobre a sua devoção à <strong>Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias</strong>, embora sensivelmente rebelando-se contra os ensinamentos que tornam as mulheres inferiores aos homens. <br />
<br />
Eu penso nas mulheres da <strong>Aliança Feminista Judaica Ortodoxa</strong>, que, barradas dos papéis de liderança na sinagoga, estão começando pequenos grupos de oração por conta própria, onde podem celebrar rituais do ciclo de vida judaico em conjunto.<br />
<br />
Penso em <strong>Kelly</strong>, uma personagem do livro de <strong>Henderson </strong>que, depois de defender as mulheres no ministério de sua igreja, recebeu o tratamento de silêncio do seu pastor durante meses. Kelly saiu dessa igreja e começou um grupo que se reune nas salas de estar das pessoas. Lá, ela é um líder. "Essa é minha igreja, e eu a amo", diz ela. "É uma comunidade que eu cultivo e pastoreio".<br />
<br />
As analogias políticas são claras. De acordo com uma nova pesquisa <strong>NBC/Wall Street Journal</strong>, o presidente <strong>Obama </strong>ganha em qualquer disputa contra <strong>Mitt Romney</strong>, <strong>Santorum </strong>ou <a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/44796-a-saga-dos-dois-mormons"><strong>Newt Gingrich</strong></a>. Entre as mulheres, porém, seus ganhos são enormes: 18, 24 e 27 pontos, respectivamente. <br />
<br />
A menos que os estridentes e autoritários conservadores sociais afrouxem seu domínio repressor sobre as mulheres norte-americanas, as mulheres norte-americanas irão abandonar o <strong>Partido Republicano </strong>(assim como estão abandonando a Igreja) e irão procurar seus candidatos em outro lugar.Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-271141407851107451.post-80662504840412812532012-03-17T09:00:00.000-03:002012-03-17T09:00:33.012-03:00A estrada: você tem que percorrê-la sozinho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjq5wAlfrRoRoSkjkJSISQpa-qLCJA6C9U9qchdpmF3j81VWfq-GI2XTK1ePSBLBA-60276VY3yZucDehAr83K_wck2JDUBfnZ0Ij9zZFc0yA_rLYz5hBpSnKgSADPga0abNKvTnFXodpl/s1600/0016-cherry-trees-walkway_13297_600x450.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjq5wAlfrRoRoSkjkJSISQpa-qLCJA6C9U9qchdpmF3j81VWfq-GI2XTK1ePSBLBA-60276VY3yZucDehAr83K_wck2JDUBfnZ0Ij9zZFc0yA_rLYz5hBpSnKgSADPga0abNKvTnFXodpl/s320/0016-cherry-trees-walkway_13297_600x450.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 12px;"><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 12px;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 18px;"><strong> (Trechos III; W. Whitman)</strong><br />
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<i style="color: #d9ead3;"><b style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Vadio uma jornada perpétua,<br />
Meus sinais são uma capa de chuva e sapatos<br />
[ confortáveis e um cajado arrancado<br />
[ do mato ;<br />
Nenhum amigo fica confortável em minha cadeira,<br />
Não tenho cátedra, igreja, nem filosofia;<br />
Não conduzo ninguém à mesa de jantar ou à<br />
[ biblioteca ou à bolsa de valores,<br />
Mas conduzo a uma colina cada homem e mulher<br />
[ entre vocês,<br />
Minha mão esquerda enlaça sua cintura,<br />
Minha mão direita aponta paisagens de<br />
[ continentes, e a estrada pública.<br />
<br />
Nem eu nem ninguém vai percorrer essa estrada pra você,<br />
Você tem que percorrê-la sozinho.<br />
<br />
Não é tão longe assim... está<br />
ao seu alcance,<br />
Talvez você tenha andado nela a vida toda e não<br />
[ sabia,<br />
Talvez a estrada esteja em toda parte sobre a<br />
[ água e sobre a terra.<br />
<br />
Pegue sua bagagem, eu pego a minha, vamos em<br />
[ frente;<br />
Toparemos com cidades maravilhosas e nações livres no caminho.<br />
<br />
Se você se cansar, entrega os fardos, descansa a<br />
[ mão macia em meu quadril,<br />
E quando for a hora você fará o mesmo por mim;<br />
Pois depois de partir não vamos mais parar.<br />
</span></b></i><br />
Walt Whitman</span></span></span></span></span>Rita Candeuhttp://www.blogger.com/profile/13834027289148392695noreply@blogger.com1